A Igreja na América Latina e no Caribe se prepara para a realização, pela primeira vez, de uma Assembleia Eclesial continental. O processo coordenado pelo Conselho Episcopal Latino Americano (Celam) já foi iniciado com a reflexão e a escuta dos diferentes integrantes da Igreja – leigos, religiosos consagrados e membros do clero. Essa etapa segue até o próximo mês e exige participação. Para facilitar as contribuições, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou um vídeo no qual o bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da entidade, dom Joel Portella Amado, explica o passo a passo para quem deseja colaborar na construção da Assembleia Eclesial.

Dom Joel ressalta que todos são convidados e convocados a participar desse processo que será realizado num prazo curto, até o dia 30 de junho.

Durante encontro com os Animadores nacionais da Assembleia Eclesial Latino-Americana, o secretário-geral da CNBB apresentou os dois grandes documentos da assembleia: o Documento para o caminho, que apresenta o conteúdo para as reflexões, na estrutura Ver, julgar e agir, conforme o número 19 do Documento de Aparecida; e o Guia metodológico, que apresenta a forma de realização das consultas e da Assembleia.

Em seus eixos, o Documento para o caminho está estruturado da seguinte forma:

  • Ver: social e eclesial, com vários temas da realidade
  • Julgar (iluminar): discipulado missionário à luz de Aparecida
  • Agir: como proposta de conversão

 

“Estamos olhando Aparecida, 14 anos depois, e nos perguntando, nas palavras do Papa Francisco, o quê de lá precisa efetivamente ser aplicado ainda mais e o que há de novos desafios que à luz do discipulado missionário em prol da vida precisam ser enfrentados?”, contextualiza dom Joel.

Guia metodológico apresenta a forma de preparação da Assembleia Eclesial, de forma particular, como vai funcionar o processo de escuta.

“Quando nós o abrimos, vamos encontrar repetidamente essa palavra ‘escuta’. Algumas vezes ‘consulta’ e algumas vezes ‘ sinodalidade’. Se quisermos enfrentar a assembleia como ela quer ser enfrentada, nós não podemos desprezar essas três palavras: escuta, consulta, sinodalidade. Aqui está o coração da assembleia eclesial”, ressaltou dom Joel.

 

Num mundo profundamente plural e diversificado, a assembleia motiva refletir sobre o que a Igreja tem feito diante da pluralidade, da diversidade, com as compreensões distintas, num mundo que reage a essas diversidades com polarizações, “marcado por ilhas, por ódios, competições”.

“Só esse fato de escutar, tem uma força interpeladora imensa. Só o fato de fazer consulta a mais aberta, a mais ampla possível, já é um grande testemunho de uma Igreja que, servindo ao Evangelho do Ressuscitado, não se fecha em si, mas se esvazia para ouvir, para escutar, pois a Igreja sabe que o Espírito sopra onde quer”, destacou dom Joel Amado.

 

O secretário-geral da CNBB também explicou que a consulta deverá ser realizada de forma comunitária ou individual, mas a reflexão que a antecede precisa ser realizada de maneira comunitária. Assim se dará a contribuição dos diferentes atores eclesiais ao instrumento de trabalho da Assembleia Eclesial.

Confira o vídeo e saiba mais sobre o processo da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe: