Dando sequência ao processo de construção de um novo estatuto da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aconteceu na quarta-feira, dia 30 de setembro, o encerramento de um dos ciclos de trabalho, dentro da primeira etapa do processo de renovação. Tal ciclo diz respeito à sensibilização das presidências dos blocos regionais.

O momento foi realizado em seis encontros e favoreceu o estudo do material elaborado para orientar a construção do texto. O documento já havia sido encaminhado, em julho, aos bispos com tópicos para a reflexão a partir das principais ideias que norteiam a construção do novo estatuto, como “Uma Igreja cada vez mais sinodal”, “Uma Igreja cada vez mais missionária” e aspectos prioritários para desempenhar a missão da Igreja, com destaque para a formação integral, a gestão pastoral e comunicação e diálogo estratégicos com a sociedade.

Segundo o subsecretário adjunto de pastoral da CNBB, padre Marcus Barbosa, os encontros dos blocos regionais ajudaram a conhecer o subsídio enviado aos bispos e o processo de construção do novo Estatuto da CNBB. Ainda de acordo com ele, os encontros também contribuíram para esclarecer e conversar sobre os dois eixos (Sinodalidade e Missão) e os três aspectos prioritários (Formação Integral, Gestão Pastoral e Comunicação e Diálogo estratégico com a Sociedade) que “são bases teológico-pastorais nesse caminho de construção do Novo Estatuto”.

“Foram reuniões para estabelecer procedimentos e oferecer orientações práticas para nosso trabalho”, salientou padre Marcus.

As seis reuniões, divididas em blocos regionais, aconteceram nas seguintes datas: Nordeste (18/09); Leste (24/09); Sul A (25/09); Sul B (28/09); Norte (28/09) e CO (30/09).

Outro Ciclo

Ainda na perspectiva da construção do novo estatuto, inicia-se hoje, 1º de outubro, um outro ciclo de trabalho também inserido na primeira etapa do processo. Neste serão promovidos onze webinários: seis para tratar das motivações para a construção de um novo estatuto para a conferência; e cinco para tratar dos eixos sinodalidade e missão, formação integral, comunicação e diálogo estratégico com a sociedade.

“Depois de termos feito a sensibilização junto aos presidentes dos regionais, estamos iniciando hoje um outro ciclo dentro da primeira etapa. Neste novo ciclo, aprofundaremos referenciais teóricos que subsidiarão a análise crítica do trabalho jurídico que será feito pelos canonistas, a partir das respostas vindas das diversas regiões do país”, afirmou o padre Danilo Pinto, assessor do Setor Universidades e Bens Culturais da Comissão Episcopal Pastoral para Cultura e Educação da entidade.

A primeira live acontece nesta quinta-feira, 1º de outubro, com o tema “CNBB – Um novo estatuto, sinodalidade e missionariedade”. Para este debate estarão presentes o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, o bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da entidade, dom Joel Portella Amado, o arcebispo de Montes Claros (MG) e presidente da Comissão Episcopal para Cultura e Educação da CNBB, dom João Justino de Medeiros e o bispo de São Carlos e referencial para o Setor Universidades da conferência, dom Paulo Cezar.

A programação e o conteúdo foram propostos pelo Setor de Análise de Conjuntura Eclesial da CNBB, presidido pelo bispo de São Carlos (SP) e referencial para o Setor Universidades da CNBB e para o Instituto Nacional de Pastoral Alberto Antoniazzi (INAPAZ), dom Paulo Cezar. O assessor do Setor Universidades e Bens Culturais da Comissão Episcopal Pastoral para Cultura e Educação da entidade, padre Danilo Pinto dos Santos, colabora na organização dos webinários.

O Estatuto e o objetivo e caminho da primeira etapa

O novo Estatuto deverá refletir uma Igreja que reconhece a necessidade ser sinodal e missionária, sabendo que essas duas características não se excluem nem se sobrepõem, mas se completam indispensavelmente. Num mundo cada vez mais plural, em que a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo necessitam ser incansavelmente anunciadas, torna-se indispensável que a Igreja acolha em suas estruturas as diversas realidades, pois a missão exige a sinodalidade.

Num mundo cada vez mais polarizado, onde as diferenças, além de nem sempre serem valorizadas, correm o risco de se tornar inimizades, a contínua busca de um caminhar em comum em meio às diferenças torna-se condição para o testemunho missionário. A missão exige a sinodalidade. Por isso, nesta primeira etapa, será refletido e aprofundado o sentido de sinodalidade e o perfil da missão evangelizadora nos dias atuais.