O Papa Francisco refletiu, durante a oração do Angelus de domingo, sobre a parábola do filho pródigo, presente na liturgia do 4º Domingo da Quaresma. A passagem narrada por São Lucas “leva-nos ao coração de Deus, que perdoa sempre com compaixão e ternura”, segundo o Papa. Após a oração, ele voltou a falar sobre a guerra na Ucrânia.

Francisco explicou que Deus Pai recebe, “mas também se alegra e faz festa pelo seu filho, que voltou para casa depois de ter esbanjado todos os bens”. Nós somos esse filho, continuou, “e comove pensar como o Pai nos ama sempre e espera por nós”.

A reflexão também trata da postura do filho mais velho que contesta diante da atitude de acolhida ao filho que retorna.

“Com efeito, dentro de nós há também este filho mais velho e, pelo menos em parte, somos tentados a concordar com ele: sempre cumpriu o seu dever, não saiu de casa, por isso indigna-se ao ver o Pai abraçar de novo o seu irmão que se tinha comportado mal”, disse o Papa.

O filho mais velho baseia sua relação com o pai na “pura observância das ordens, no sentido do dever” e esse pode ser também “o nosso problema entre nós e com Deus: perder de vista que Ele é Pai e viver uma religião distante, feita de proibições e deveres”.

Festejar e alegrar-se

A partir do diálogo do Pai com o filho mais velho, Francisco salienta a necessidade do coração do pai de festejar e alegrar-se diante do arrependimento e do retorno do seu filho que “estava morto e reviveu”.

“Em primeiro lugar, festejar, ou seja, manifestar a nossa proximidade a quem se arrepende ou está a caminho, a quem está em crise ou distante. Por que devemos agir assim? Porque isto ajudará a superar o medo e o desânimo que podem advir da recordação dos próprios pecados”.

Depois, alegrar-se: “Quem tem um coração sintonizado com Deus, quando vê o arrependimento de uma pessoa, por mais graves que tenham sido os seus erros, alegra-se. Não fica parado nos erros, não aponta o dedo contra o mal, mas alegra-se com o bem, pois o bem do outro é também meu!”.

Guerra cruel e insensata

Francisco recordou que já se passaram mais de 30 dias dos conflitos na Ucrânia, uma “guerra cruel e insensata que, como todas as guerras, representa uma derrota para todos, para todos nós”. Para o Papa, é necessário repudiar a guerra, “lugar de morte onde os pais e as mães enterram os filhos, onde os homens matam os seus irmãos sem sequer os ver, onde os poderosos decidem e os pobres morrem”.

Mais uma vez, o Papa pediu a todos os líderes políticos que reflitam sobre a necessidade de se evitar as guerras e que se comprometam nisto. E renovou o apelo: “basta, paremos, que se calem as armas, trabalhemos seriamente pela paz!”.

Em seguida, Francisco convidou à oração de uma Ave Maria, lembrando a consagração da humanidade realizada na última sexta-feira, à qual agradeceu a “grande e intensa participação”.

Fonte: reprodução do site da CNBB nacional.