Aprofundar a visão da Igreja de que a família é lugar por excelência da educação e que “conhecer exige educar”. Com essa proposta foi realizado em 23 de maio deste ano o 10º Simpósio para as Famílias promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O evento, que ocorreu por meio da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF), esteve em sintonia com o Pacto Educativo Global proposto pelo Papa Francisco. Com o tema “Família e Educação” e o lema “…Crescia em Sabedoria, Estatura e Graça diante de Deus e diante dos homens”, o Simpósio foi uma alternativa encontrada para fomentar a formação de fieis na escuta do evangelho de acordo com a vontade de Deus e de seus mandamentos.

“Dom Ricardo Hoepers [bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB] e o assessor, o padre Crispim Guimarães pensaram neste tema que relaciona a educação com a família, tão importante e caro para a sociedade”, afirmou Luciana Limão Carvalho que atua com o esposo Antonio José de Carvalho Júnior como casal coordenador da Regional da Pastoral Familiar Norte 2 ‐ CNBB.

Centrada na defesa pela vida, o papel da família na educação dos filhos foi o ponto central da discussão do Simpósio das Famílias, apontou Luciana. “A educação deve começar na família e a responsabilidade dessa criação das crianças não pode ser transferida para a escola ou a catequese. Esses filhos criados por pais, avós, tios precisam ter em mente a formação dessa criança, nas mais variadas dimensões do ser humano”, argumentou.

“A preocupação da Igreja proposta pelo Pacto Educativo Global é, portanto, fazer um resgate da família como principal educadora dos filhos, e ainda, mostrar que o responsável dessa criança é capaz de educar seus próprios filhos à luz do evangelho”, explicou.

Após um dia repleto de programações intensas, com palestras, formações em vídeos gravados por especialistas em educação, além de música, o Simpósio alcançou milhares de pessoas através do canal no Youtube da Comissão Nacional da Pastoral Familiar, por onde foi transmitido.

“Pela primeira vez, sendo totalmente on-line, foi extremamente positivo porque conseguimos atingir muito mais espaços e lugares, com famílias reunidas em todos os cantos do Brasil. As pessoas que estavam em confinamento em casa conseguiram se desligar um pouco das notícias pesadas do momento para refletir sobre a família e a educação. Essas famílias rezaram e puderam estar em maior conexão com a própria espiritualidade dentro do convívio familiar”, analisou Luciana.

Antes da pandemia do novo coronavírus, o evento era realizado de forma presencial no Santuário de Nossa Senhora de Aparecida, em São Paulo, porém neste ano, ele foi totalmente virtual, seguindo a determinação de lockdown – termo em inglês correspondente a confinamento – orientado em várias partes do mundo como uma das formas de evitar a circulação de pessoas e a disseminação do novo coronavírus.

PACTO EDUCATIVO GLOBAL

No ano passado, o papa Francisco convidou líderes e jovens do mundo inteiro a se reunirem no Vaticano neste ano para o lançamento do projeto Reconstruir o Pacto Educativo Global que significa uma nova forma de compreender a tarefa educativa para o futuro, na perspectiva de uma “aldeia educativa”.

Professores, Educadores, Pesquisadores, Jovens, Lideranças Educativas, Famílias e todos os que se preocupam com a educação estão convidados para formar uma “aldeia educativa” em prol da Educação que formará as novas gerações. “Devemos ter coragem de formar pessoas disponíveis a colocarem-se a serviço da comunidade. Precisamos de um pacto educativo global que nos eduque para a solidariedade universal, para um novo humanismo”, disse o Papa Francisco sobre o Pacto educativo global, que deve ser assinado ainda neste ano.

Texto: Wal Sarges, repórter 
Revisão: Laís do Valle, assessoria de comunicação CNBB Norte 2