Os bispos do Marajó lançaram nesta segunda-feira, 27, missiva ao Governador do Estado do Pará, Srº  Helder Zaluth Barbalho, onde pedem atenção do governo para a região do Marajó Oriental. O prelado do Marajó, dom Evaristo Pascoal Spengler, e o bispo de Ponta de Pedras, dom Teodoro Mendes Tavares, pediram a construção de um novo hospital de campanha nesta parte sul do arquipélago, bem como a implantação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva ( UTI) nos hospitais municipais para o atendimento dos que contraíram o novo Coronavírus.

No Marajó já existe um hospital de campanha no município de Breves com 60 leitos. Porém, a região oriental que abrange os municípios de Soure, Salvaterra, Cachoeira do Arari, Santa Cruz do Arari, Ponta de Pedras, Muaná e São Sebastião da Boa Vista, foram orientados para procurar, em casos de necessidades, a rede hospitalar de Belém.

A preocupação, segundo dom Evaristo, é sobretudo com a precária infra-estrutura da rede hospitalar nas cidades marajoaras, bem como as longas distâncias até o ponto de referência mais próximo que é a capital paraense que, por sinal, já encontra-se com o sistema de saúde em colapso. “A tendência é aumentar o número de casos nos próximos dias no Marajó, estamos muito preocupados com o avanço da doença e como que nosso povo vai lidar com isso, porque não lhes é oferecida uma assistência básica de saúde”, afirmou o prelado. Ele destaca ainda que em muitas cidades ainda estão ocorrendo viagens inter-municipais e isso ajuda na proliferação do vírus. “Muitos estão indo em Belém para receberem o auxílio emergencial, nisso acabam enfrentando viagens em barcos aglomerados. Se alguém adoece e não pode ficar em nossa região e tem que ir para Belém, como que vai ser transferido nestas condições? Vai ainda contaminar muitas outras pessoas e o caos estará instalado”,pontua com preocupação o bispo franciscano.

A Nota ainda sugere ao governador que peça auxílio ao Governo Federal que já possui o projeto “Abrace o Marajó”, do Ministério da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos. “Este é o momento crucial em que o Marajó mais necessita de um abraço afetuoso e carinhoso dos poderes estadual e federal para ser defendido e cuidado. Quem é solidário e propõe que se abrace o Marajó, neste momento não poderá ficar de braços cruzados, nem indiferente a este apelo clamoroso do povo marajoara”, ressalta a carta dos bispos.

Confira aqui a carta na íntegra: CARTA BISPOS DO MARAJÓ AO GOVERNADOR DO PARÁ 27.04.2020