No dia 1º de Setembro, a Igreja Arquidiocesana de Belém do Pará celebra sua padroeira. A devoção a Santa Maria de Belém iniciou-se na capital paraense com a vinda das primeiras expedições portuguesas à região. Ao criar a diocese de Belém, em 4 de março de 1719, o Papa Clemente XI deu-lhe como padroeira Santa Maria de Belém, que antes dera nome à cidade. A imagem da padroeira, vista na festividade e em cerimonias solenes, foi esculpida pelo artesão paraense Afonso Falcão de Oliveira para veneração dos fiéis nas comemorações dos 50 anos do VI Congresso Eucarístico Nacional, realizado em Belém em 1953.

A Catedral Metropolitana de Belém, cujo altar mor contém uma tela portuguesa representando a padroeira da cidade e da arquidiocese, a celebra no dia 1º de Setembro. Na última sexta-feira, 30, o bispo diocesano de Cametá, dom José Altevir da Silva, esteve na Sé Arquidiocesana e presidiu Santa Missa Solene dentro dos festejos da santa. Confira a homilia desta celebração disponibilizada pelo bispo na íntegra:

“Guiai-nos ó Mãe piedosa pelo caminho do bem, vós que sois tão poderosa, ó Senhora de Belém”

Meus irmãos, não basta apenas sabermos o caminho do Bem! Precisamos com Maria dar outro passo! Partir às pressas ao encontro de Isabel, como fez Maria! Existem muitas ‘Isabeis’ nos dias de hoje, para as quais precisamos nos dirigir. Por isso, vamos depositar nos braços de Santa Maria de Belém, as alegrias e dificuldades, as forças vivas desta Igreja Missionária que se encontra em Belém há 300 anos. 300 anos de história, 300 anos de evangelização; quais serão as razões para podermos estar hoje celebrando estes 300 anos?

A primeira leitura nos mostra que os apóstolos depois que Jesus foi elevado ao Céu, voltaram para Jerusalém, subiram até a sala de cima, onde costumavam ficar e estavam perseverantes na oração, e Maria estava com eles.

Não existiriam 300 anos de evangelização se não houvesse perseverança na oração! Que Maria , a estrela da evangelização, nos ajude a ser perseverantes na oração por mais 300 anos. Por isso, queridos irmãos, a Igreja Católica em Belém, está vivendo um tempo da graça do Senhor, um tempo de Kayrós. Dom Alberto, dom Antônio e dom Irineu se dirigiram às periferias mais distantes e ouviram do povo os clamores que brotaram de seu coração durante as Visitas Pastorais nas Regiões Episcopais. Pastores e ovelhas em busca de um novo vigor missionário, prefigurando os novos caminhos para a Igreja na Amazônia.

Nossa história é composta pelo passado, presente e, dela, faz parte o futuro. A Igreja em Belém ao celebrar os 300 anos de presença neste chão sagrado, deve olhar este momento sob a ótica de três olhares

1 – OLHAR AMOROSO: olhar o passado com amor (memoria) / valorizar o passado, a herança deixada por tantos que nos precederam (bispos, padres, religiosos, leigos, etc)

2 – OLHAR CUIDADOSO : olhar o presente com cuidado pois ele é nossa identidade.

3 – OLHAR ESPERANÇOSO: olhar o futuro com esperança, tendo em vista os caminhos da missão nos dias de hoje. E para que a missão seja fértil, devemos reclinar a cabeça no colo de Maria, tal como este menino, e ouvir dela o mandato: Fazei tudo o que Ele vos disser!

Somos agentes da história, vivendo o presente e construindo o futuro. Levemos para frente a alegria do vinho novo que deve transbordar em nossas matas, rios, igarapés, metrópoles como esta em que estamos. Que tudo transborde a alegria de viver o Evangelho de Jesus Cristo nesta Amazônia!

POR Dom JOSÉ ALTEVIR DA SILVA

Bispo de Cametá - PA