1ª Semana Social Brasileira (1991), em sintonia com a Campanha da Fraternidade, que teve como tema: Fraternidade e o mundo do Trabalho debateram os impactos das inovações tecnológicas à época e suas relações com o mundo do trabalho. Neste sentido, cresceram os processos de monitoramento das violações dos direitos civis e sociais para combater a escravidão e a precarização do trabalho. Em decorrência disso, como alternativa ao modelo de desenvolvimento, surgiram grupos de economia solidária apoiados pelos Sindicatos, e incentivados pela Cáritas Brasileira e Pastorais Sociais.

A 2ª Semana Social Brasileira possibilitou a Articulação do Semiárido (ASA), com o envolvimento de mais de 400 entidades que atuam no Semiárido brasileiro. Desde então, a ASA atua na incidência para gerar políticas públicas de convivência o bioma estigmatizado pela seca. Destaca-se como resultado desse processo, a campanha pela construção de um milhão de cisternas para o armazenamento da água da chuva, em um processo pedagógico de educação popular, por todo semiárido. Da 2ª SSB, nasceu também o Grito dos Excluídos que, desde então, mobiliza ações populares durante a Semana da Pátria, em setembro.

Da 3ª Semana Social Brasileira nasceu a Rede Jubileu Sul. A iniciativa fortaleceu a vida democrática participativa do país, com a organização popular no monitoramento da dívida externa. Nesse processo aconteceu o plebiscito popular contra a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). Ação que coletou dez milhões de assinaturas contrárias a este acordo. Nasceu também a Assembleia Popular, para criar mecanismos de discussões sobre questões sociais e articular as forças em defesa dos direitos civis e sociais.

4ª Semana Social Brasileira criou o Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental (FMCJS). A iniciativa promove o debate permanente com a sociedade sobre as questões socioambientais e demanda políticas públicas para a sustentabilidade ambiental e prevenção de desastres. A 4ª SSB promoveu, por exemplo, o referendo popular sobre a privatização da Companhia Vale do Rio Doce.

5ª Semana Social Brasileira apoiou a campanha de assinaturas, promovida pela Coalisão Democrática por uma reforma política e eleições limpas. 96 entidades se envolveram no processo, realizando aproximadamente 250 mutirões e possibilitando a articulação das pastorais sociais.
Apoiou ainda a convocação do referendo popular para a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte e a campanha para a demarcação dos territórios dos povos indígenas, quilombolas e pescadores artesanais. Por fim, solicitou ao papa Francisco a convocação de evento internacional sobre a vida do planeta e no planeta.

Debateu com a sociedade brasileira o Sumak Kawsay, o Bem Viver dos povos indígenas da região Andina, os Quétchua e os Aymará. Este conceito retoma duas palavras com significados semelhantes em Quétchua e Aymará: sumak (muito bom) e kawsay ou camaña (conviver), com a ideia central de uma vida em harmonia: harmonia consigo mesmo, com as outras pessoas do mesmo grupo, com os diferentes grupos, com a Pachamama, a Mãe Terra e seus filhos e filhas, as outras espécies e com as realidades espirituais.