por Vívian Marler / Assessora de Comunicação Regional Norte 2 da CNBB
com apoio de Mauro Nayan / Diocese de Óbidos

Durante o encerramento da Festividade de São Sebastião, na noite do dia 20, o grupo de jovens São João Paulo II, da Diocese de Óbidos, encantou o público com a apresentação do teatro “Vida e Morte de São Sebastião”. O evento, realizado no Cliper de Santo Antônio, foi um marco de fé e emoção para os fiéis presentes.

A peça contou com a coordenação de Marcos Seixas, Manu Megale e Patrick Gualberto, e teve direção de Álvaro Souza, que juntos conduziram o grupo em uma emocionante representação da vida do santo, desde sua coragem em defesa do cristianismo até seu martírio. A encenação trouxe à tona valores como fé, coragem e perseverança, tocando profundamente todos os que participaram dessa celebração.

O teatro foi um dos momentos mais marcantes da festividade, reforçando a devoção a São Sebastião e a união da comunidade em torno de sua fé e tradições religiosas.

Rafael Barbosa Franco, de 19 anos, que encenou São Sebastião, já atua há 2 anos na via sacra da paróquia de Santo Antônio em Oriximiná (PA), e recebeu com muita alegria o convite para atuar no projeto da ‘Vida e Morte de São Sebastião’, “aceitei com muita alegria e devoção o papel de São Sebastião. Para compor meu personagem realizei uma pesquisa sobre a história do santo através de vídeos, para que eu pudesse ter o conhecimento de sua vida, e o porquê se tornou mártir da Igreja por professar a sua fé em Jesus Cristo”, disse o jovem

“Conhecendo mais profundamente a vida de São Sebastião, pude perceber que ele foi um grande defensor da fé católica, apaixonado e temente a Deus, onde se converteu ao cristianismo, e através de sua fé conseguiu que outros se convertessem a fé cristã, por meio de suas pregações em segredo. Infelizmente ele foi denunciado e por se negar a deixar a sua fé acabou sendo martirizado. Assim como São Sebastião, sou temente a Deus, e professo minha fé em Jesus Cristo, e através de meu batismo tento transmitir principalmente aos jovens que estão no mundo das drogas, prostituição e depressão que o único caminho a se seguir é o de Jesus Cristo”, contou Rafael, que ao conhecer a vida de São Sebastião encontrou pontos em comum com o santo.

A coordenação do teatro foi composta por Emanuela Megale e Patrick Gualberto, que tiverem a ideia inicial da dramatização, convidando em seguida o jovem, membro da pastoral de comunicação, Marcos Paulo Oliveira, de 22 anos, para fazer parte da equipe “devido a minha experiencia com teatro fui convidado para integrar a equipe de coordenação do espetáculo, que teve ao total 17 atores e outros cinco membros na produção. Embora fosse uma apresentação teatral de pequeno porte, coordenar a peça em si foi bastante desafiador, devido ao curto tempo que tivemos para produzir a peça, ou seja, foi uma ideia bastante ousada, tendo menos de 20 dias para ensaio”, explicou Marcos, que comentou sobre a experiência no trabalho.

“No final, coordenar os atores e a peça foi uma experiencia bem significante para mim, pois nesse processo fiz novas amizades, e juntos trabalhamos com a juventude não só da nossa comunidade, mas de outras também, que abraçaram o projeto e fizeram a apresentação acontecer”, contou o jovem.

A ideia da encenação do espetáculo sobre a vida de São Sebastião surgiu a partir do grupo de jovens da comunidade de São Sebastião, onde o diretor teatral  Álvaro Souza, havia iniciado a oficina de teatro para o espetáculo da via sacra “os jovens que participavam da minha oficina de teatro estavam fazendo parte do projeto sobre São Sebastião e me convidaram para dar um força nos ensaios, o que levou eu a dirigir o espetáculo”, conto Álvaro sobre o inicio do seu trabalho como diretor neste  espetáculo.

A peça dura em torno de 35 minutos, e conta com a participação amadora de todos os participantes. “A escolha inicial de quem atuaria e seus personagens foi realizada pelos coordenadores Marcos e Manuela, que iniciaram a direção e coordenaram o espetáculo. Porém em meio ao processo acabei substituindo e mudando alguns personagens, devido a desenvoltura de uns e desistência de outros no meio do processo”, explicou o diretor.

A emoção na encenação deixou os atores muito tensos, porém, a quebra da concentração os deixou mais leves sem alterar o contexto que a direção do espetáculo queria passar ao público, “o momento mais emocionante para mim, foi o momento em que ele [São Sebastião] é flechado e depois morto pelos guardas a pauladas. Porém, quando São Sebastião foi preso, a cena do arqueiro e o momento da morte, houve uma falha técnica e a árvore acabou caindo levando o público, após uma cena dramática e muito triste, voltar para a realidade e gargalhar, tirando os atores daquele momento de tensão”, contou Álvaro.

Com uma experiência voltada para a comédia, drama, teatro de rua, musical, Álvaro Souza encontrou na produção de um espetáculo de cunho religioso um aprendizado jamais sentido “em todos os trabalhos que realizei o processo de criação é muito forte, muitas horas de exercícios, de práticas, e sem nenhuma restrição, de falas, de corpo, de comportamento. Agora lidando com um grupo de jovens de uma igreja, que todos são praticantes, seja como coroinhas, ou como líderes de grupos ou assistentes das celebrações, e a presença dos padres, religiosas e os pais, isso levou a me conter um pouco, com as palavras, com as atitudes, ai precisei de todo um cuidado para que o trabalho não perdesse o objetivo e a espiritualidade praticada durante o processo de criação, isso para mim foi um aprendizado muito importante”.

Ainda sob a emoção de ter dirigido ‘Vida e Morte de São Sebastião’, o diretor do espetáculo deixou uma mensagem aos jovens que desejam seguir atuando e estudando mais sobre as artes cênicas “a arte em si, é um meio pela qual o ser humano pode se desenvolver e crescer como indivíduo e, o teatro é uma das vertentes da arte, que leva este indivíduo a se conhecer, conhecer seus limites, conhecer seus potenciais, suas fraquezas, e trabalhar isso tudo através dos exercícios corporais, de voz e de tudo que o teatro pode proporcionar, fazendo com que a pessoa cresça, melhore sua comunicação, sua desenvoltura ao precisar comunicar-se em grupos, em salas de aula”, e continuou falando sobre a importância de trabalhar as emoções durante as encenações.

“O teatro é um meio pelo qual o indivíduo trabalha suas emoções, seus sentimentos, seus instintos e acaba colocando tudo isso em prática na vida, no seu dia-dia. Porém, como em qualquer área, é necessário disciplina, dedicação, foco, responsabilidade e principalmente força de vontade, gostar de fazer o que se faz, pois quando a gente faz qualquer coisa com vontade, com amor, o resultado é surpreendente”, finalizou Álvaro.