por Vívian Marler / Assessora de Comunicação do Regional Norte 2 da CNBB

A Arquidiocese de Santarém, através de seu Arcebispo, Dom Irineu Roman, esteve na manhã desta terça-feira (24) na Fazenda da Esperança, localizada na Rodovia Santarém-Curuá-Una, s/nº – km 47, junto com representantes da Vara Criminal, Ministério Público, Poder Judiciário e outros apoiadores da instituição para realinhar as ações junto a instituição.

Hoje a Fazenda da Esperança está em fase de construção de novas áreas para atender um maior número de acolhidos, que se juntarão aos 17 que já encontram-se participando de atividades socio-terapêuticas na busca de recuperação de problemas de dependência química. A previsão máxima de acolhidos deverá ser de 120 pessoas.

O trabalho da Fazenda junto aos assistidos é o da promoção de um novo estilo de vida baseado em trabalho, convivência e espiritualidade, onde busca oferecer um ambiente acolhedor e um caminho para a reinserção social e familiar dos acolhidos, no período de no máximo um ano, podendo, caso deseje, sair em menos tempo.

O local já possui uma marcenaria, horta, uma panificadora completa com fabricação de pães doces, e já possui projetos organizados, planejados para o futuro como a criação de suínos, a criação de galinhas caipiras, a hidroponia e outras oficinas que serão oferecidas aos assistidos como forma de prepará-los ao retorno do convívio social.

“A Fazenda da Esperança está sob os cuidados da Arquidiocese de Santarém, mas conta também com o apoio do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, tanto do estado do Pará como do município de Santarém, que dão suporte a instituição, assim como também recebem apoio da Polícia Militar e outros órgãos públicos, como a Prefeitura de Santarém. É um projeto que visa resgatar vidas, salvar vidas, justamente através da terapia que é oferecida nesse espaço da Fazenda. O terreno foi doado por um senhor empresário de Santarém chamado Sr. Ivair Chaves, que por sinal a fazenda leva o seu nome, Fazenda Esperança Ivair Chaves”, contou Dom Irineu Roman.

A História

A história da Fazenda da Esperança remonta a 1983, quando Frei Hans Stapel e Nelson Giovanelli, juntamente com um grupo de jovens da Paróquia Nossa Senhora da Glória em Guaratinguetá, em São Paulo, iniciaram um projeto para ajudar pessoas a se libertarem do mundo das drogas. A iniciativa surgiu como uma resposta ao pedido de ajuda de Antônio Eleutério, que buscava sair do vício. 

A Fazenda da Esperança se tornou uma comunidade terapêutica, oferecendo um ambiente de recuperação baseado em espiritualidade, trabalho e vida comunitária. O método de recuperação não envolve o uso de medicamentos, mas sim a reconstrução da pessoa em todos os aspectos humano, espiritual, ético, moral e social. 

O sucesso da Fazenda da Esperança se deve, em grande parte, ao voluntariado e à dedicação de homens e mulheres que acolhem e cuidam dos jovens em suas comunidades. A instituição, atualmente, é considerada a maior comunidade terapêutica da América Latina e expandiu sua atuação para diversos estados brasileiros e outros países, como Rússia, Filipinas, Moçambique, Alemanha, México, Guatemala, Paraguai e Argentina. 

O Papa Bento XVI, em 2007, visitou a Fazenda da Esperança em Guaratinguetá e rezou uma missa, incentivando os membros da comunidade a serem embaixadores da esperança. Em 2018, Nelson Giovanelli foi nomeado pelo Papa Francisco como membro da Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores. 

Atualmente, a Fazenda da Esperança conta com mais de 160 unidades ao redor do mundo, sendo reconhecida como uma obra de amor e solidariedade que busca resgatar a dignidade e a esperança de pessoas que lutam contra a dependência química.