por Luiz Nascimento / Ascom do Círio da Conceição 2024

Sobre a escolha do tema, a Igreja Católica ensina que Maria, a Mãe de Jesus, é a “Virgem Santíssima”, título que sublinha sua pureza, santidade e, especialmente, sua virgindade perpétua. Essa doutrina está profundamente enraizada nas Escrituras e na Tradição da Igreja, sendo um elemento central da fé cristã, especialmente no que diz respeito ao mistério da Encarnação.

O primeiro fundamento para a crença na virgindade perpétua de Maria encontra-se na Sagrada Escritura, especialmente no evangelho de São Lucas. Quando o anjo Gabriel anuncia a Maria que ela será mãe do Salvador, ela responde: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem?” (Lc 1,34). Esta pergunta, feita por Maria, demonstra claramente sua virgindade antes da concepção de Jesus, indicando que ela não havia se unido a um homem. A resposta do anjo, “O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra” (Lc 1,35), revela que a concepção de Jesus foi obra do Espírito Santo.

Em Isaías 7,14, encontramos uma profecia que aponta para Maria: “Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará pelo nome de Emanuel”.

O título de “Peregrina da Esperança” reflete o caráter da caminhada de Maria, não só como Mãe de Deus, mas também como uma fiel discípula.

O Papa Francisco, em sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (2013), afirma que Maria é uma “mulher que, com coragem e fé, caminha pela estrada da vida, confiando no Senhor” (EG, n. 288). A esperança de Maria não é passiva, mas ativa. É uma esperança que move, que guia, que nos impulsiona a seguir em frente. Ela é a “Peregrina da Esperança” porque em sua vida experimentou a espera messiânica e a ação de Jesus como fonte de todo bem.

É importante frisar que a Arquidiocese de Santarém está em unidade com a bula pontifícia do Jubileu Ordinário proclamado pelo Papa Francisco para 2025, e destaca que a esperança encontra na Mãe de Deus, a sua testemunha mais elevada. N’Ela vemos que a esperança não seja um efêmero otimismo, mas dom de graça no realismo da vida.