De Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA.
Num dia esperado, doze de Fevereiro de 2020, fazendo memória no aniversário do assassinato de Irmã Dorothy Stang, ocorrido no dia 12 de Fevereiro de 2005, mártir da Amazônia, em defesa da floresta amazônica, em atividades por famílias dos pequenos agricultores e dos pobres da Amazônia, foi apresentada em Roma a Exortação Apostólica do Papa Francisco: Querida Amazônia, como resultado do Sínodo que se realizou de 06 a 27 de Outubro de 2019. Nós queremos acolhê-la com alegria e amor na qual exortação apostólica do Papa Francisco dirige-se ao povo de Deus e a todas as pessoas de boa vontade. Ele abre a sua exortação afirmando que a Amazônia querida apresenta-se aos olhos do mundo com todo o seu esplendor, drama e mistério.
O papa deixa claro que não pretende discutir todas as questões tratadas no Documento Conclusivo, nem substituí-las e nem fazer uma simples repetição, mas quer dar uma reflexão, uma síntese de preocupações já levantadas no seu pontificado, por documentos anteriores, sobre a realidade amazônica na qual ajude sempre o caminho sinodal para que a Igreja viva o seguimento a Cristo sendo serva do Senhor, ponto forte do Papa Francisco. O Papa está em comunhão com todos os povos da Amazônia, os do campo e os da cidade, sobretudo indígenas, com as suas alegrias e dores, na tentativa de buscar soluções, levando o evangelho de Jesus Cristo para todas as pessoas, visando à conversão de vida, e lutando por vida digna, na qual o Senhor fez para todos ser realidade neste mundo. Francisco quer esclarecer a importância do documento no sentido de que Deus queira que toda a igreja se deixe interpelar e enriquecer pelo trabalho de evangelização na Amazônia, onde pastores, consagrados e consagradas, fieis leigos e leigas se empenhem na sua aplicação e as pessoas de boa vontade se inspiram para a concretização das normas dadas.
O Papa tem presentes sonhos nos quais desenvolverá toda a sua exortação apostólica, como o social, cultural, ecológico e eclesial, terminando com uma oração a Mãe da Amazônia, a mãe de Cristo na qual se manifestou de diversas maneiras na realidade amazônica. A exortação apostólica coloca os nove países do bioma amazônico, mas também quer dirigir-se a toda a Igreja e ao mundo inteiro. Ele fala da terra amazônica no sentido de despertar a estima que ele tem para com a Amazônia, afirmando ser “nossa terra”, percebê-la como mistério sagrado no qual o Criador deu para os seres humanos e que merece todo o cuidado para que as florestas e as águas não sejam destruídas e a terra seja dada para todas as pessoas e não simplesmente para alguns grupos econômicos e políticos.
A Igreja, como esposa de Cristo, possa se encarnar nesta realidade como em qualquer lugar do mundo, e assim novos rostos multiformes surgirão a partir da inesgotável graça de Deus. O que o papa pede é que devem encarnar-se a pregação, a espiritualidade, as estruturas da Igreja. Ele percebe que a Amazônia inspira-lhe diversos sonhos como uma Amazônia que lute pelos direitos dos mais pobres, dos povos nativos, de modo que a sua voz esteja presente na Igreja e no mundo, uma Amazônia que preserve a riqueza cultural, uma Amazônia que guarde a sua beleza natural, com os seus rios, águas, florestas, uma Igreja com comunidades cristãs de tal modo que dêem a Igreja rostos novos com traços provenientes da própria Amazônia.
Acolhemos com alegria e amor esta Exortação Apostólica intitulada Querida Amazônia, sendo um titulo importante, que busca colocar o diálogo, a importância do trabalho evangelizador da Igreja, a espiritualidade, a natureza, a conversão pastoral e ecológica, o seguimento a Cristo e à sua Igreja.