por Vívian Marler / Assessora de Comunicação do Regional Norte 2 da CNBB
O Conselho Diocesano de Leigos e a Escola de Fé e Política Padre Luís Carlini , da Diocese de Macapá, realizaram no domingo passado, dia 6, uma manhã de ‘Diálogo sobre Ecologia Integral, no Centro Diocesano de Pastoral e Cultura Dom José Maritano, em Macapá (AP).
A base do diálogo foi trabalhada a partir do tema da Campanha da Fraternidade 2025 – CF25, ‘Fraternidade e Ecologia Integral’ e reuniu lideranças pastorais e sociais da diocese, sob a assessoria da professora Marcia Oliveira, assessora do Centro Nacional de Fé e Política do Helder Câmara, o CEFEP, em Brasília, e uma das autoras da elaboração do texto base da CF25.
Durante sua apresentação, professora Marcia Oliveira explanou sobre a Campanha da Fraternidade desde sua criação, explicou como é escolhido o tema, apresentou os cartazes divulgados ao longo dos 60 anos de sua existência, apresentou o objetivo geral da CF25 e a realidade em que o mundo, em especial o Brasil, a Amazônia vive, levando os presentes a refletirem sobre o papel concreto de cada um.
“A campanha da fraternidade se tornou expressão de comunhão, conversão e partilha, é uma das principais ações evangelizadoras da Igreja do Brasil, um eloquente testemunho da tão necessária e desejada Pastoral de Conjunto.
A campanha deste ano, promove em espírito quaresmal e em tempos de urgente crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da terra. Papa Francisco nos fala sobre ecologia integral, e é um tema muito importante neste projeto de um novo humanismo integral e solidário. Precisamos compreender que ecologia integral não é apenas a ecologia verde que cuida da natureza, das florestas, dos rios, mas também o cuidado com o ambiente em meio ao qual nós vivemos e nos relacionamos, como a cidade, o trabalho, a família, a espiritualidade, enfim, o cuidado com todas as relações humanas e sociais que compõem a nossa vida nessa Casa Comum”, disse a colaboradora do texto base da CF25, que ilustrou, com cenas reais, em sua apresentação, da devastação que assola nosso planeta.
Segundo Rogério Lima presidente do Conselho de leigos e diretor da Escola de Fé e Política, o encontro foi muito participativo “o debate foi um evento muito legal, muito bom, muito produtivo e muito participativo porque discutimos de forma muito veemente essa temática da ecologia integral segundo a Laudato Si e a Laudato Deio e discutimos também as questões ambientais mais locais sobretudo essa questão da exploração de petróleo na foz do Amazonas do Rio Amazonas e foi bastante proveitoso”.
Para a jovem Ana Paula Ribeiro, coordenadora da Pastoral da Ecologia Integral, o debate apresentou a urgência que Papa Francisco alertou na Laudato Si “a temática da ecologia integral, dialogada nesse último domingo junto à professora Márcia, trouxe para a gente uma questão central, que é justamente a urgência do tema da ecologia integral, já evidenciada pelo Papa Francisco desde Laudato Si, mas não somente sobre a urgência do tema, mas sobretudo sobre o nosso papel, e a nossa necessidade de sensibilização frente todas essas realidades que assolam a vida, no qual também as mudanças climáticas são resultado disso”, disse Ana Paula, que continuou.
“Nesse sentido, especialmente enquanto igreja na Amazônia, que vivencia diversas realidades de morte, que assolam a vida, que assolam as relações humanas, que assolam a dignidade. O quanto que é importante e requer de cada um o entendimento do tema da sua importância e da nossa participação. Perante isso, a gente assimila agora toda a movimenta que está sendo realizada para a COP30 como um mero evento de reunião de representantes de Estado. Quando, na verdade, tudo isso acentua para nós que nós temos que ter uma revisão de comportamento, de atitude. Nesse sentido que também essas questões se interligam e apontam para um único caminho que é a transformação que perpassa pela minha relação com o outro, pela minha relação com a sociedade, pela minha relação com a criação, enraizada também nessa minha relação, nesse entendimento de relação com Deus. Então, nesse sentido é importante para cada um de nós entendermos nosso protagonismo frente as atitudes que permeiam o enfrentamento a essa crise climática tão evidenciada né e tão visível aos nossos olhos”, finalizou a coordenadora Pastoral da Ecologia Integral da Diocese de Macapá.