Entre os últimos dias 09 e 11 de novembro, ocorreu no Centro de Pastoral, em Marabá, o Conselho Diocesano de Pastoral. Foi refletido no Conselho o tema do Sínodo sobre a Amazônia: “Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. Mais de 120 pessoas vindos das paróquias, pastorais e movimentos, serviços, povo de Deus em geral, participaram do evento.
Na ocasião, foi aprofundado o documento preparatório para o Sínodo que seguiu o ver a realidade: o território que é imenso, com as suas florestas, as questões sociais como o desmatamento, a violência com os povos indígenas, ribeirinhos, a poluição, a exploração do minério, a diversidade cultural porque é uma terra com muitos povos, sobretudo os povos indígenas e as suas culturas.
O discurso do Papa Francisco em Puerto Maldonado (Peru) na visita pastoral que foi realizada em 2015, também serviu de instrumento para os estudos.
De acordo com Dom Vital Corbelinni, bispo de Marabá: “As relações entre Deus Criador, seres humanos, e a natureza estão quebradas pelos interesses econômicos que exploram o petróleo, o gás, a madeira, o ouro e outros minérios da terra. Nós vimos que estes povos cultivam uma espiritualidade que visa a harmonia com o mundo, as pessoas, o seu território, o seu Criador, a natureza. Isso é o bem viver com a vida plena neste mundo e no Reino de Deus. É preciso reconhecer que se de um lado, existe no bem viver um projeto de harmonia entre Deus, os povos e a natureza, existem também algumas seitas motivadas por outros interesses alheios ao território que não favorecem a ecologia integral, na qual muitos dos povos indígenas são evangélicos, de modo que necessitamos retomar a evangelização e marcar uma maior presença junto dos mesmos”.
No ponto sobre o discernimento, foi visto o anúncio de Jesus Cristo, a sua palavra de salvação nas dimensões bíblico-teológica, social, ecológica, sacramental, eclesial, missionária. “O Reino de Deus faz-nos todos interligados por uma ecologia integral (cf. LS 137-142) em vista de um verdadeiro desenvolvimento. O fato é que tudo está interligado diz respeito à dignidade de cada individuo, o bem comum da sociedade, o progresso social e o cuidado com o ambiente. Na Amazônia falam bastante fortes o cuidado com a biodiversidade ambiental e cultural, seja fonte de vida no coração da Igreja, pulmão do mundo, região de maior biodiversidade do mundo, como nos diz a Laudato Si”, afirmou dom Vital.
Foi estudado também o agir que realça a necessidade da Igreja ter o rosto amazônico, sendo povo de Deus, encarnado nos povos da terra (EG 114, 115), com um rosto pluriforme, com diferentes manifestações e culturas. A presença da Igreja católica tem uma presença precária devido as distâncias e as transformações dos cenários socioeconômicos. É preciso uma maior presença da Igreja católica junto as comunidades. Uma missão encarnada exige repensar a presença da Igreja na imensidão do território e de sua diversidade cultural. Deus espalhou sementes da boa-nova nestes povos amazônicos e por isso devemos percebê-las. É preciso a purificação das culturas locais e trabalhá-las em vista da conversão individual e comunitária, cultivando o diálogo nos diferentes níveis. É preciso ter uma espiritualidade com o estilo de Jesus: simples, humana, samaritana, que permite celebrar a vida, a liturgia, a eucaristia, as festas e respeitando os ritmos próprios de cada povo. É preciso valorizar as sementes do Verbo presentes nesses povos de modo que a Igreja se faça presente com a vida de Cristo nesses povos.
O Conselho Diocesano de Pastoral foi muito proveitoso devido ao tema que foi refletido sobre o Sínodo de 2019 sobre a Amazônia, e também porque o ano que vem será celebrativo no sentido que a Diocese de Marabá comemorará 40 anos de existência, de fundação. Foi lançado o brasão diocesano e a logomarca dos 40 anos da Diocese. Houveram trabalhos de grupos para debater questões referentes ao Sínodo e também aos 40 anos da Diocese. Neste sentido, foram encaminhadas algumas ações em nível de área pastoral para marcar o tempo celebrativo, de graça de Deus pela existência da Diocese de Marabá em seus 40 anos. Foi pensado um tema único para todas as paróquias que farão o Círio de Nossa Senhora de Nazaré e também aquele da cidade de Marabá, para o ano de 2019: “Rainha da Amazônia, alegria e amor na Diocese de Marabá”, sendo reflexo do Sínodo e da celebração jubilar da Diocese.
O Conselho também contou com momentos de orações, de missas presididas por Dom Vital e concelebradas pelos sacerdotes e a participação do povo de Deus. “Louvemos a Deus Uno e Trino pelo Conselho Diocesano de Pastoral da Diocese de Marabá que sem dúvida trará frutos para o engrandecimento do Reino de Deus na Diocese de Marabá, na Igreja, no mundo e um dia na eternidade”, finalizou o bispo.