por Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, SDV
Bispo da Prelazia do Marajó
Partilho minha reflexão sobre a segunda leitura da celebração da Festa do Batismo do Senhor: Atos dos Apóstolos 10, 34-48.
<> No versículo 34 está escrito que “Pedro tomou a palavra e disse”.
* Alguém precisa tomar a palavra, ter a iniciativa; não se pode esperar sempre pelos outros.
* Perguntemo-nos: diante dos acontecimentos de nossa família, de nossa Igreja, de nossa sociedade, tomamos a palavra e falamos ou somos da turma deixa para lá para ver como é que fica?
<> No mesmo versículo 34 está escrito que “Pedro disse: estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas”.
* Se Deus não faz distinção entre as pessoas, por que nós fazemos? Por que existe tanta desigualdade no mundo? Por que existe discriminação por causa da cor da pele, da condição social, da região onde a pessoa nasceu e vive, do seu aspecto físico?
<> No versículo 38 está escrito que “Pedro disse: Jesus andou por toda a parte, fazendo o bem”.
* Este programa de vida de Jesus, “andar por toda a parte fazendo o bem” deve ser, também, nosso programa de vida, como seus seguidores, suas seguidoras: devemos andar por toda a parte fazendo o bem: somente assim mereceremos ser chamados de crentes, cristãos e católicos.
* Perguntemo-nos: qual o bem que eu tenho feito? Tenho colaborado diretamente como agente da Caritas, de uma das Pastorais Sociais, da Rede um Grito pela Vida; ou tenho colaborado indiretamente, apoiando quem atua em alguma atividade de caridade/solidariedade.
Reflitamos nestas palavras do Papa Francisco em sua Mensagem de Natal aos que trabalham na Cúria Romana, em 2021: “Lembremo-nos que só conhece verdadeiramente a Deus quem acolhe o pobre que vem de baixo com a sua miséria e que, precisamente nestas vestes, é enviado do Alto; não podemos ver o rosto de Deus, mas podemos experimentá-lo ao olhar para nós quando honramos o rosto do próximo, do outro que nos ocupa com as suas necessidades. O rosto dos pobres. Os pobres são o centro do Evangelho. E recordo o que dizia aquele santo bispo brasileiro: ‘Quando me ocupo dos pobres, dizem de mim que sou um santo; mas, quando me pergunto e lhes pergunto: Por que tanta pobreza?, chamam-me comunista’”.