por Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira,
Bispo da Prelazia do Marajó

Reflitamos sobre o Evangelho deste 21º Domingo do Tempo Comum – Ano B – Evangelho de João 6, 60-69

* Muitos dos discípulos de Jesus que o escutaram, disseram: “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la” – v. 60.
A afirmação dos discípulos pode ser a nossa: quantas vezes dizemos ou pensamos assim diante do que nos fala Jesus no Evangelho? Quantas vezes ousamos selecionar o que nos agrada do ensinamento de Jesus e fingir que não lemos aquelas passagens do evangelho que nos provoca, nos desinstala, nos pede conversão.

* Sabendo que seus discípulos estavam murmurando, Jesus perguntou: isto vos escandaliza? – v. 61.
Quantas vezes Jesus nos encontra murmurando contra a sua palavra! Amar, servir, perdoar, ser solidário, fazer opção pelos empobrecidos e sofredores, evitar religiosidade de aparência, ser andante. Estes ensinamentos de Jesus não combina com o nosso jeito de pensar e de agir, por isto murmuramos contra Jesus. Deixemo-nos questionar por ele: meu ensinamento e minha vida vos escandaliza?

* Muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele. Jesus disse aos doze: vós, também, vos quereis ir embora? – v. 66-67.
Jesus não mudou seu ensinamento porque alguns discípulos estavam indo embora. Além de não mudar o seu ensinamento, Jesus ainda fez uma provocação para os que ficaram. Não querem ir embora, também? Jesus não se preocupou com a quantidade de seguidores e de seguidoras. A verdade não poderia deixar de ser proclamada. Nossa Igreja, seguindo o exemplo de Jesus, não pode negociar a verdade para agradar as pessoas, para que elas fiquem na Igreja, para que elas ajudem economicamente a Igreja.

* Vós, também, vos quereis ir embora? – v. 67.
E nós? Queremos ir embora, deixar de seguir Jesus? Deixar a Igreja porque ela nos ensina a amar, a defender a vida, a valorizar a família, a cuidar da natureza, nossa Casa Comum, a fazer opção pelos empobrecidos?

Fiquemos com a resposta de Pedro: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna!” – v. 68.