por Aritana Aguiar / Ascom Arquidiocese

A Arquidiocese de Santarém promoveu nos dias 10, 11 e 12 de janeiro, uma formação sobre a Campanha da Fraternidade 2025, que este ano traz o tema “Fraternidade e ecologia integral” e o lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31). O encontro ocorreu no Centro de Formação Emaús e contou com a participação de mais de 200 pessoas. A assessoria foi da Irmã Rejiane da Mata e do padre Renilson Macêdo, da Equipe de Campanhas do Regional Norte II da CNBB.

No dia 10, sexta-feira, o estudo foi exclusivamente para as lideranças da zona rural da Arquidiocese, marcando o encerramento da Semana de Formação da Área Rural. Já nos dias 11 e 12, a formação foi destinada para lideranças da cidade de Santarém, da Prelazia de Itaituba e da Diocese de Óbidos.

O arcebispo metropolitano de Santarém e presidente do Regional Norte II da CNBB, Dom Irineu Roman, destacou esse momento importante de formação. “A ecologia integral deve ser assumida por todos, porque temos que cuidar do meio ambiente, temos que cuidar da natureza, temos que plantar árvores, temos que proteger a ecologia de modo geral, porque a crise climática está cada vez pior e nós temos que agir, e logo”, enfatizou.

Padre Renilson destacou que a Campanha da Fraternidade 2025 é uma resposta ao apelo que o Papa Francisco vem fazendo desde 2015, quando publicou a Carta Encíclica Laudato SI (Sobre o cuidado da Casa Comum), ao renovar este apelo com a mais recente carta Laudate Deum (Sobre a crise climática): “Aumentar o nosso cuidado com a Casa Comum, que vem sendo degradada pela nossa ação direta e também pela responsabilidade direta daqueles que detém o poder nas mãos e que poderiam transformar a realidade bastante desafiadora que estamos vivendo, e acabam olhando para a Terra como apenas um meio de apropriação e de aquisição de riquezas. Então, o Papa Francisco lança esse apelo para toda a humanidade”.

A formação seguiu o método VER, ILUMINAR e AGIR. A irmã Rejiane explicou sobre a metodologia. “Primeiro trouxemos presente a nossa realidade do VER. Ver a nossa realidade amazônica, porque fazemos parte da Amazônia, e nós partimos do princípio do texto-base que apresenta o geral no mundo, como está a crise climática. É importante sabermos que estamos numa crise socioambiental, e a campanha nos convida a fazer esta promoção de uma necessidade de sensibilidade de cuidado com a nossa Casa Comum”, explicou.

“O ILUMINAR, nós tivemos diferencial este ano com a Palavra de Deus, a sabedoria dos povos e o ensinamento do magistério da Igreja a partir dos Santos Padres, que ao longo dos anos foram trabalhando a ecologia criacional, a ecologia ambiental, a ecologia humana, até chegarmos com a ecologia integral com o Papa Francisco”, esclareceu irmã Rejiane.

Quanto ao AGIR, pistas de ação foram apresentadas aos participantes. “O agir tem pistas no âmbito pessoal, comunitário e, também de uma ação social de boa política. É importante entender nosso engajamento enquanto ser humano que se converte ecologicamente, que atua na sua comunidade e que percebe que a sociedade precisa se engajar nisso. Que possamos ser guardiões da criação, o cuidado com a Casa Comum”, ressaltou a religiosa.

No segundo dia do encontro, para as lideranças da cidade de Santarém, Diocese de Óbidos e Prelazia do Xingu, os participantes puderam discutir e propor ações a partir da temática. Como exemplo do agir, os participantes conheceram o horto do projeto FarmaFittos, localizado no Centro de Formação Emaús.

Quem se sentiu fortalecida com esta formação foi Lau Miranda, liderança da Área Pastoral Nossa Senhora da Glória, em Santarém. Para ela, a experiência vivida nos dias 11 e 12 de janeiro, em Emaús, foi enriquecedora “É um assunto que vem mexer muito conosco, nos alertar para sabermos verdadeiramente o que precisamos agir enquanto há tempo”.

Abordagem já realizada em outras CFs

A temática ecologia já foi abordada em outras Campanhas da Fraternidade. Esta já é a 9ª CF sobre o tema. As demais foram:

– CF 1979: Por um mundo mais humano – Preserve o que é de todos;

– CF 1986: Fraternidade e a Terra – Terra de Deus, terra de irmãos;

– CF 2002: Fraternidade e povos indígenas – Por uma terra sem males;

– CF 2004: Fraternidade e água – Água, fonte de vida;

– CF 2007: Fraternidade e Amazônia – Vida em missão neste chão;

– CF 2011: Fraternidade e a vida no planeta – “A criação geme em dores de parto” (Rm 8, 22);

– CF 2016: Casa comum, nossa responsabilidade – “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5, 17);

– CF 2017: Fraternidade – Biomas brasileiros e defesa da vida – “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2, 15).

Sobre as temáticas, pe. Renilson refletiu “É um caminho que a Igreja nos propõe, para nos lembrar que este tema deve sempre voltar a nossa reflexão e deve sempre nos questionar se de fato estamos assumindo o compromisso de preservação da criação, daquilo que Deus nos deu, para que a gente viva mais e com qualidade de vida”.