por Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, SDV
Bispo da Prelazia do Marajó

** Da primeira leitura: Isaías 42, 6-7: “Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações,
para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão,
livrar do cárcere os que vivem nas trevas”.

Eis a missão do Servo Sofredor do Profeta Isaías, que Jesus assumiu como sendo dEle e que tornou-se a nossa missão como Igreja.

Observemos que é uma missão para fora, para a vida das pessoas, para situações humanas: >1. abrir os olhos dos cegos;
>2. tirar os cativos da prisão;
>3. livrar do cárcere os que vivem nas trevas.

Não fala sobre o culto no templo, nem sobre a oração dos salmos, nem sobre o jejum.

A missão é para libertar o ser humano de tudo que lhe faz sofrer.

** Do Evangelho: João 12, 6: “Judas falou assim não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão; ele tomava conta da bolsa comum e roubava o que se depositava nela”.

Judas ladrão e depois traidor. Ele que fez parte dos escolhidos de Jesus para fazer parte do grupo dos doze que acompanharam Jesus mais de perto.

Judas tomava conta do dinheiro do grupo dos Apóstolos e roubava.

Como precisamos ser zelosos, cuidadosos dos recursos financeiros da Igreja. Na Querida Amazônia número 25 o Papa Francisco afirma que, infelizmente, na Igreja, também, existe corrupção.

Como anda o funcionamento da Pastoral do Dízimo que deve acompanhar a entrada de recursos financeiros vindos do dízimo, das coletas, das doações, de outras atividades?

Como está funcionando o Conselho Econômico de nossas Paróquias, Prelazias, Dioceses, Arquidioceses que ajudam os párocos, bispos e arcebispos,
tesoureiros (Ecônomos) na correta administração de nossos recursos financeiros?

A nível de sociedade civil, como estamos ajudando na fiscalização dos recursos públicos que chegam em nossos municípios? O que sabemos das emendas parlamentares dos nossos deputados estaduais e federais e de nossos senadores? Estas emendas na gestão da Câmara Federal 2019 a 2022, passaram a ser secretas, ou seja, não tem necessidade de dizerem o valor e a destinação destas verbas, dinheiro público, dinheiro nosso.

Façamos tudo que tiver ao nosso alcance para não deixarmos continuar a existir “Judas”, que rouba o caixa comum, em nosso meio na Igreja e na Sociedade.

Fiquemos atentos e denunciemos os Judas de nossos tempos, como fez João Evangelista no evangelho de hoje.