
por Vívian Marler / Assessora de Comunicação do Regiional Norte 2 da CNBB
Em um evento que ressoou com a tradição de seu predecessor, o Papa Leão XIV saudou os participantes do sexto “Concerto com os Pobres”, realizado no Auditório Paulo VI , neste sábado, dia 6 de dezembro. O discurso papal destacou a música não como um artigo de luxo, mas como um “dom divino acessível a todos”, servindo como uma ponte essencial entre o humano e o divino, especialmente em tempos de preparação para o Natal.
O Santo Padre expressou grande satisfação em acolher os presentes, com foco especial nos irmãos e irmãs em situação de vulnerabilidade, para quem o concerto foi dedicado. Agradecimentos foram estendidos ao Cardeal Vigário Baldo Reina, ao Cardeal Konrad Krajewski, ao Dicastério para o Serviço da Caridade e aos artistas envolvidos, incluindo o Coro da Diocese de Roma, a Nova Opera Orchestra e o artista Michael Bublé.
A Essência da Música e a Fé
Segundo o Papa Leão XIV, a música possui a capacidade única de elevar a alma, não por meio da distração das dificuldades, mas ao lembrar a humanidade de sua verdadeira identidade “somos filhos amados por Deus”. Ele ressaltou que a música desvela a profundidade da alma, transformando sentimentos em uma “escadaria ideal que liga a terra e o céu”.
Essa conexão é intrínseca à celebração natalina, que é historicamente rica em cânticos. O Papa relembrou a narrativa do nascimento de Jesus em Belém, quando um “grande concerto de anjos” foi ouvido pelos pastores, reforçando a ideia de que o Mistério da Encarnação é inseparável do louvor musical.
Chamado para o Advento
Dirigindo-se aos presentes durante o tempo litúrgico do Advento, o Pontífice fez um apelo para que os corações permaneçam despertos e atentos às necessidades alheias, em vez de se fecharem em “interesses egoístas e preocupações materiais”. A mensagem central é escutar e aprender o “cântico de amor de Deus, que é Jesus Cristo”, para que este possa ser cantado através da própria vida.
O evento reafirma o compromisso da Igreja em utilizar a arte, como a música, como um veículo de caridade e comunhão, conectando o luxo da expressão artística à necessidade fundamental de atenção aos mais pobres.
Leia abaixo o discurso do Papa Leão XIV, na integra.
SAUDAÇÃO DO SANTO PADRE LEÃO XIV
AOS PARTICIPANTES DO CONCERTO COM OS POBRES
Auditório Paulo VI
Sábado, 6 de dezembro de 2025
Michael Bublé, seu italiano é maravilhoso, muito obrigado!
Caros irmãos e irmãs, a paz esteja convosco!
Com prazer participei convosco da sexta edição deste concerto, nascido — podemos dizer — do coração do Papa Francisco.
Esta noite, enquanto as melodias tocavam as nossas almas, sentimos o valor inestimável da música: não um luxo para poucos, mas um dom divino acessível a todos, ricos e pobres. Por isso, ao dirigir a cada um a minha saudação, sinto de modo especial a alegria de acolher-vos, irmãos e irmãs, para os quais hoje vivemos este concerto: obrigado a todos pela vossa presença!
Agradeço ao Cardeal Vigário Baldo Reina, ao Cardeal Konrad Krajewski e ao Dicastério para o Serviço da Caridade, bem como às diversas realidades caritativas que se empenharam em colaborar para a realização deste evento.
A nossa gratidão estende-se naturalmente àqueles que executaram com arte e paixão as músicas e os cantos: ao Coro da Diocese de Roma, guiado pelo Maestro Monsenhor Marco Frisina, juntamente com a Nova Opera Orchestra. E não podemos esquecer a Fundação Nova Opera e todos os parceiros que tornaram possível este evento. Um “obrigado” verdadeiramente especial dirigimos ao artista Michael Bublé pela sua presença esta noite entre nós, bem como à Senhora Serena Autieri.
Caros amigos, a música é como uma ponte que nos conduz a Deus. Ela é capaz de transmitir sentimentos, emoções, até aos impulsos mais profundos da alma, elevando-os, transformando-os numa escadaria ideal que liga a terra e o céu. Sim, a música pode elevar a nossa alma! Não porque nos distrai das nossas misérias, porque nos atordoa ou nos faz esquecer os problemas ou as situações difíceis da vida, mas porque nos lembra que não somos apenas isso: somos muito mais do que os nossos problemas e os nossos apuros, somos filhos amados por Deus!
Não é por acaso que a festa do Natal é riquíssima em cantos tradicionais, em todas as línguas, em todas as culturas. Como se não fosse possível celebrar este Mistério sem música, sem hinos e louvor. Além disso, o próprio Evangelho nos diz que enquanto Jesus nascia na estrebaria de Belém, no céu havia um grande concerto de anjos! E quem ouviu esse concerto? A quem apareceram os anjos? Aos pastores, que vigiavam de noite para guardar o seu rebanho (cf. Lc 2,13-14).
Caríssimos, neste tempo de Advento, preparemo-nos para o encontro com o Senhor que vem! Façamos com que os nossos corações não se tornem pesados, não estejam todos absorvidos por interesses egoístas e preocupações materiais, mas que estejam despertos, atentos aos outros, a quem precisa; estejam prontos a escutar o cântico de amor de Deus, que é Jesus Cristo. Sim, Jesus é o cântico de amor de Deus pela humanidade. Escutemos este cântico! Aprendamo-lo bem, para podermos cantá-lo também nós, com a nossa vida.
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