por Vívian Marler / Assessora de COmunicação do Regional Norte 2 da CNBB

A Prelazia de Itaituba, assim como muitas realidades da Amazônia, enfrenta um cenário complexo onde a vulnerabilidade social e as epidemias, como a Aids, exigem uma resposta pastoral urgente e robusta. A realidade atual da Pastoral da Aids na região é marcada por desafios estruturais profundos, ecoando o sentimento de que certas áreas permanecem esquecidas ou com apoio insuficiente, mesmo dentro da estrutura eclesial mais ampla. Este isolamento dificulta a manutenção de um trabalho contínuo e eficaz, essencial para o acompanhamento dos mais fragilizados.

E pensando em um futuro próximo padre Rogerio Zenateli, coordenador de Pastoral da Prelazia de Itaituba, reuniu-se na noite de ontem (23/10), na Prelazia de Itaituba, com o coordenador da Pastoral da Aids da Prelazia Dilson Junior, e as agentes de pastoral Mariza Rocha e Lucimere Feitosa para que pudessem relembrar o histórico do trabalho relembrado, refletir sobre a realidade atual e esperançar um futuro próximo.

Historicamente, o trabalho pastoral em contextos de exclusão depende fundamentalmente da articulação intersetorial. Contudo, o clamor vindo das bases aponta para uma dificuldade persistente: a baixa mobilização e o distanciamento entre as diversas pastorais sociais. A falta de um sistema de incentivo claro e de uma cultura de apoio mútuo faz com que iniciativas vitais, como a Pastoral da Aids, lutem isoladamente, sem a força que advém da comunhão plena das forças da Igreja local.

O desejo, contudo, é que esta pastoral floresça como um verdadeiro espaço de acolhimento e testemunho profético. Ela deve ser um farol de esperança, onde o leigo se sinta não apenas chamado, mas ativamente engajado e apoiado, transformando a solidariedade em ação concreta e visível. O ideal é construir uma rede onde o cuidado com os portadores do HIV/Aids seja uma prioridade inegociável, refletindo o Evangelho do Bom Samaritano em cada gesto.

A esperança para a retomada plena reside na redescoberta da vocação de cada agente pastoral e leigo. É preciso reacender o ânimo para que o convite à missão não seja visto como um fardo, mas como uma oportunidade de serviço direto aos excluídos, aqueles que mais necessitam do amparo da Igreja. Este novo fôlego deve traduzir-se em planejamento e em uma comunicação eficaz que garanta que as ações locais sejam reconhecidas e integradas ao corpo maior da Igreja.

A retomada da Pastoral da Aids em Itaituba é, portanto, mais do que uma necessidade sanitária; é um imperativo ético e pastoral. Representa a materialização da sinodalidade na prática, provando que a Igreja caminha junto, especialmente com aqueles que enfrentam o estigma e a doença. O sucesso desta empreitada dependerá da capacidade de transformar a queixa do esquecimento em um motor para a união e a ação renovada.

As expectativas dos participantes do encontro foram altas e o desejo de ver a Pastoral da Aids operando com a visibilidade e o suporte merecidos, servindo como um sinal concreto de que o “Grito dos Excluídos” – e de seus doentes – seja ouvido e respondido com a ternura de Cristo. “Que o novo ciclo de trabalho seja marcado pela perseverança e pela certeza de que o serviço aos marginalizados é o caminho mais seguro para a justiça e a paz na Prelazia”, disse padre Rogerio, dentro do contexto do fechamento da reunião

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