por Vívian Marler / Assessora de Comunicação do Regional Norte 2 da CNBB
No final da tarde de hoje (24) durante o ‘Jubileu dos Seminaristas’, os seminaristas foram acolhidos em um evento de boas-vindas, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros. Os participantes vivenciaram primeiro um momento de oração com a recitação comunitária do Rosário e, em seguida, assistiram a um concerto do Coro da Diocese de Roma com a Orquestra “Fideles et amati”, conduzido por Monsenhor Marco Frisina, que apresentou aos jovens um relato vocacional através de seu vasto e célebre repertório musical.
No discurso durante o Jubileu dos Seminaristas em Roma, o Papa Leão XIV expressou alegria pelo encontro e agradeceu aos seminaristas e formadores pela presença e entusiasmo. Ele os encorajou a abraçar a vocação sacerdotal, a cultivar a amizade com Cristo e com os companheiros, e a transformar suas vidas para se tornarem “pontes” para o encontro com Cristo. O Papa enfatizou a importância da vida interior, do autoconhecimento e do amor como Jesus, destacando que o seminário deve ser uma “escola dos afetos”.
Em um contexto social marcado por conflitos e narcisismo, o Papa Leão XIV enfatizou a importância do amor e do autoconhecimento para a formação de sacerdotes que sejam pastores segundo o coração de Cristo.
Leia abaixo o discurso do Pontífice, com tradução livre do original, em Italiano, que encontra-se abaixo do discurso em Portugês.
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[Tradução livre do original em Italiano]
“MEDITAÇÃO DO SANTO PADRE LEÃO XIV AOS SEMINARISTAS POR OCASIÃO DO SEU JUBILEU
Basílica de São Pedro, Altar da Confissão Terça-feira, 24 de junho de 2025
“Obrigado, obrigado a todos!
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A paz esteja convosco!
Eminências, excelências, aos formadores e especialmente a todos vós seminaristas, bom dia a todos!
Estou muito contente por encontrar-vos e agradeço a todos, seminaristas e formadores, pela vossa calorosa presença. Obrigado, antes de mais, pela vossa alegria e por este vosso entusiasmo. Obrigado porque com a vossa energia alimentais a chama da esperança na vida da Igreja!
Hoje não sois apenas peregrinos, mas também testemunhas de esperança: testemunham-na a mim e a todos, porque vos deixastes envolver pela aventura fascinante da vocação sacerdotal num tempo não fácil. Acolhestes o chamado para se tornarem anunciadores mansos e fortes da Palavra que salva, servidores de uma Igreja aberta e uma Igreja em saída missionária.
E digo também uma palavra em espanhol, obrigado por ter aceitado com valentia o convite do Senhor para seguir, para ser discípulo, para entrar no seminário. É preciso ser corajosos e não tenham medo.
[E digo uma palavra também em espanhol: obrigado por ter aceitado com coragem o convite do Senhor para segui-lo, para ser discípulos, para entrar no Seminário. É preciso ser corajosos e não tenham medo!]
A Cristo que chama, vocês estão dizendo ‘sim’, com humildade e coragem; e este vosso ‘eis-me aqui’, que dirigem a Ele, germina dentro da vida da Igreja e se deixa acompanhar pelo necessário caminho de discernimento e formação.
Jesus, vocês sabem, os chama antes de tudo a viver uma experiência de amizade com Ele e com os companheiros de cordada (cf. Mc 3,13); uma experiência destinada a crescer de modo permanente, mesmo após a Ordenação, e que envolve todos os aspectos da vida. Não há nada em vocês, de fato, que deva ser descartado, mas tudo deverá ser assumido e transfigurado na lógica do grão de trigo, a fim de se tornarem pessoas e padres felizes, ‘pontes’ e não obstáculos ao encontro com Cristo para todos aqueles que se aproximam de vocês. Sim, Ele deve crescer e nós diminuir, para que possamos ser pastores segundo o seu Coração [1].
A propósito do Coração de Jesus Cristo, como não recordar a Encíclica Dilexit nos, que nos foi dada pelo amado Papa Francisco? [2] Precisamente neste tempo que estão vivendo, ou seja, o tempo da formação e do discernimento, é importante voltar a atenção para o centro, para o ‘motor’ de todo o vosso caminho: o coração! O seminário, em qualquer modalidade que seja pensado, deveria ser uma escola dos afetos. Hoje, de modo particular, num contexto social e cultural marcado pelo conflito e pelo narcisismo, precisamos de aprender a amar e de o fazer como Jesus [3].
Assim como Cristo amou com coração de homem [4], vocês são chamados a amar com o Coração de Cristo! Amar con el corazón de Jesús. Mas para aprender esta arte, é preciso trabalhar na própria interioridade, onde Deus faz sentir a sua voz e de onde partem as decisões mais profundas; mas que é também lugar de tensões e de lutas (cf. Mc 7,14-23), a serem convertidas para que toda a vossa humanidade perfume o Evangelho. O primeiro trabalho, portanto, deve ser feito na interioridade. Lembrem-se bem do convite de Santo Agostinho para retornar ao coração, porque ali reencontramos os traços de Deus. Descer ao coração às vezes pode nos assustar, porque nele também existem feridas. Não tenham medo de cuidar delas, deixem-se ajudar, porque é justamente dessas feridas que nascerá a capacidade de estar ao lado daqueles que sofrem. Sem a vida interior, não é possível nem mesmo a vida espiritual, porque Deus nos fala justamente ali, no coração. Dios nos habla en el corazón, tenemos que saber escucharlo. [Deus nos fala no coração, devemos saber escutá-lo]. Deste trabalho interior faz parte também o treino para aprender a reconhecer os movimentos do coração: não apenas as emoções rápidas e imediatas que caracterizam a alma dos jovens, mas sobretudo os vossos sentimentos, que vos ajudam a descobrir a direção da vossa vida. Se aprenderem a conhecer o vosso coração, serão sempre mais autênticos e não terão necessidade de usar máscaras. E a via privilegiada que nos conduz à interioridade é a oração: numa época em que estamos hiperconectados, torna-se cada vez mais difícil fazer a experiência do silêncio e da solidão. Sem o encontro com Ele, não conseguimos nem mesmo nos conhecer verdadeiramente.
Convido-vos a invocar frequentemente o Espírito Santo, para que molde em vós um coração dócil, capaz de perceber a presença de Deus, também escutando as vozes da natureza e da arte, da poesia, da literatura [5] e da música, como das ciências humanas [6]. No compromisso rigoroso do estudo teológico, saibam também escutar com mente e coração abertos as vozes da cultura, como os recentes desafios da inteligência artificial e os das redes sociais [7]. Sobretudo, como fazia Jesus, saibam escutar o grito, muitas vezes silencioso, dos pequenos, dos pobres e dos oprimidos e de tantos, sobretudo jovens, que procuram um sentido para a sua vida.
Se cuidarem do vosso coração, com os momentos diários de silêncio, meditação e oração, poderão aprender a arte do discernimento. Também este é um trabalho importante: aprender a discernir. Quando somos jovens, trazemos dentro de nós muitos desejos, muitos sonhos e ambições. O coração muitas vezes está cheio e acontece de nos sentirmos confusos. Em vez disso, seguindo o modelo da Virgem Maria, a nossa interioridade deve tornar-se capaz de guardar e meditar. Capaz de synballein – como escreve o evangelista Lucas (2,19.51): juntar os fragmentos [8]. Fujam da superficialidade e juntem os fragmentos da vida na oração e na meditação, perguntando-se: o que estou vivendo, o que me ensina? O que está dizendo ao meu caminho? Aonde o Senhor me está guiando?
Caríssimos, tenham um coração manso e humilde como o de Jesus (cf. Mt 11,29). Seguindo o exemplo do apóstolo Paulo (cf. Fil 2,5ss), possam assumir os sentimentos de Cristo, para progredir na maturidade humana, sobretudo afetiva e relacional. É importante, aliás necessário, desde o tempo do Seminário, apostar muito na maturação humana, rejeitando todo o disfarce e hipocrisia. Mantendo o olhar fixo em Jesus, é preciso aprender a dar nome e voz também à tristeza, ao medo, à angústia, à indignação, levando tudo na relação com Deus. As crises, os limites, as fragilidades não devem ser ocultados, são antes ocasiões de graça e de experiência pascal.
Num mundo onde muitas vezes há ingratidão e sede de poder, onde às vezes parece prevalecer a lógica do descarte, vocês são chamados a testemunhar a gratidão e a gratuidade de Cristo, a exultação e a alegria, a ternura e a misericórdia do seu Coração. A praticar o estilo de acolhimento e proximidade, de serviço generoso e desinteressado, deixando que o Espírito Santo “unja” a vossa humanidade antes mesmo da ordenação.
O Coração de Cristo é animado por uma imensa compaixão: é o bom Samaritano da humanidade e nos diz: «Vai e faz tu também assim» (Lc 10,37). Esta compaixão o leva a partir para as multidões o pão da Palavra e da partilha (cf. Mc 6,30-44), deixando entrever o gesto do Cenáculo e da Cruz, quando se daria a si mesmo para comer, e nos diz: «Dai-lhes vós mesmos de comer» (Mc 6,37), ou seja, façam da vossa vida um dom de amor.
Caros Seminaristas, a sabedoria da Mãe Igreja, assistida pelo Espírito Santo, ao longo do tempo procura sempre as modalidades mais adequadas à formação dos ministros ordenados, segundo as exigências dos lugares. Neste compromisso, qual é a vossa tarefa? É a de nunca jogar para baixo, de não se contentarem, de não serem apenas receptores passivos, mas de se apaixonarem pela vida sacerdotal, vivendo o presente e olhando para o futuro com coração profético. Espero que este nosso encontro ajude cada um de vós a aprofundar o diálogo pessoal com o Senhor, no qual lhe peçam para assimilar cada vez mais os sentimentos de Cristo, os sentimentos do seu Coração. Aquele Coração que palpita de amor por vós e por toda a humanidade. Bom caminho! Acompanho-vos com a minha bênção.
Caros seminaristas,
Tenho o prazer de poder acompanhá-los esta manhã, por ocasião do vosso Jubileu, juntamente com os sacerdotes que vos acompanham no caminho formativo. Vêm de várias Igrejas no mundo e têm experiências de vida muito diferentes, mas no Senhor formamos todos um só corpo. De fato, uma só é a esperança à qual fostes chamados, a da vossa vocação (cf. Ef 4,4). Hoje, sobre o túmulo do apóstolo Pedro e juntamente comigo, seu Sucessor, renovai solenemente a fé do vosso Batismo. Que este Credo seja a raiz da qual germina o “eis-me aqui” que com alegria direis no dia da vossa ordenação sacerdotal. Deus, que iniciou em vós a sua obra, a leve a bom termo.
[recitação do Credo em latim]
Oremos. Pai, que neste Ano Jubilar, abres à tua Igreja o caminho da salvação, acolhe os nossos propósitos de bem e atende ao nosso desejo de converter a ti as nossas vidas para nos tornarmos autênticas testemunhas do Evangelho. Com a graça do Espírito Santo, guia os nossos passos rumo à beata esperança de encontrar o teu rosto na Jerusalém celeste, onde o teu Reino chegará ao pleno e perfeito cumprimento e tudo será realizado em Cristo, teu Filho. Ele vive e reina contigo e com o Espírito Santo por todos os séculos dos séculos.
[bênção]
Muitos votos de felicidades a todos vós e boa peregrinação de esperança!“
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[texto original em Italiano]
MEDITAZIONE DEL SANTO PADRE LEONE XIV AI SEMINARISTI IN OCCASIONE DEL LORO GIUBILEO
Basilica di San Pietro, Altare della Confessione, Martedì, 24 giugno 2025
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“Grazie, grazie a tutti!
Nel nome del Padre, del Figlio e dello Spirito Santo. La pace sia con voi!
Eminenze, eccellenze, ai formatori e specialmente a tutti voi seminaristi, buongiorno a tutti!
Sono molto contento di incontrarvi e ringrazio tutti, seminaristi e formatori, per la vostra calorosa presenza. Grazie innanzitutto per la vostra gioia e questo vostro entusiasmo. Grazie perché con la vostra energia voi alimentate la fiamma della speranza nella vita della Chiesa!
Oggi non siete solo pellegrini, ma anche testimoni di speranza: la testimoniate a me e a tutti, perché vi siete lasciati coinvolgere dall’avventura affascinante della vocazione sacerdotale in un tempo non facile. Avete accolto la chiamata a diventare annunciatori miti e forti della Parola che salva, servitori di una Chiesa aperta e una Chiesa in uscita missionaria.
Y digo una palabra también en español, gracias por haber aceptado con valentía la invitación del Señor a seguir, a ser discípulo, a entrar en el seminario. Hay que ser valientes y no tengan miedo.
[E dico una parola anche in spagnolo: grazie per aver accettato con coraggio l’invito del Signore a seguirlo, ad essere discepoli, a entrare in Seminario. Bisogna essere coraggiosi e non abbiate paura!]
A Cristo che chiama voi state dicendo “sì”, con umiltà e coraggio; e questo vostro “eccomi”, che rivolgete a Lui, germoglia dentro la vita della Chiesa e si lascia accompagnare dal necessario cammino di discernimento e formazione.
Gesù, lo sapete, vi chiama anzitutto a vivere un’esperienza di amicizia con Lui e con i compagni di cordata (cfr Mc 3,13); un’esperienza destinata a crescere in modo permanente anche dopo l’Ordinazione e che coinvolge tutti gli aspetti della vita. Non c’è niente di voi, infatti, che debba essere scartato, ma tutto dovrà essere assunto e trasfigurato nella logica del chicco di grano, al fine di diventare persone e preti felici, “ponti” e non ostacoli all’incontro con Cristo per tutti coloro che vi accostano. Sì, Lui deve crescere e noi diminuire, perché possiamo essere pastori secondo il suo Cuore [1].
A proposito del Cuore di Gesù Cristo, come non ricordare l’Enciclica Dilexit nos donataci dall’amato Papa Francesco? [2] Proprio in questo tempo che state vivendo, cioè il tempo della formazione e del discernimento, è importante rivolgere l’attenzione sul centro, sul “motore” di tutto il vostro cammino: il cuore! Il seminario, in qualunque modalità sia pensato, dovrebbe essere una scuola degli affetti. Oggi in modo particolare, in un contesto sociale e culturale segnato dal conflitto e dal narcisismo, abbiamo bisogno di imparare ad amare e di farlo come Gesù [3].
Come Cristo ha amato con cuore di uomo [4], voi siete chiamati ad amare con il Cuore di Cristo! Amar con el corazón de Jesús. Ma per apprendere quest’arte bisogna lavorare sulla propria interiorità, dove Dio fa sentire la sua voce e da dove partono le decisioni più profonde; ma che è anche luogo di tensioni e di lotte (cfr Mc 7,14-23), da convertire perché tutta la vostra umanità profumi di Vangelo. Il primo lavoro dunque va fatto sull’interiorità. Ricordate bene l’invito di Sant’Agostino a ritornare al cuore, perché lì ritroviamo le tracce di Dio. Scendere nel cuore a volte può farci paura, perché in esso ci sono anche delle ferite. Non abbiate paura di prendervene cura, lasciatevi aiutare, perché proprio da quelle ferite nascerà la capacità di stare accanto a coloro che soffrono. Senza la vita interiore non è possibile neanche la vita spirituale, perché Dio ci parla proprio lì, nel cuore. Dios nos habla en el corazón, tenemos que saber escucharlo. [Dio ci parla nel cuore, dobbiamo saperlo ascoltare]. Di questo lavoro interiore fa parte anche l’allenamento per imparare a riconoscere i movimenti del cuore: non solo le emozioni rapide e immediate che caratterizzano l’animo dei giovani, ma soprattutto i vostri sentimenti, che vi aiutano a scoprire la direzione della vostra vita. Se imparerete a conoscere il vostro cuore, sarete sempre più autentici e non avrete bisogno di mettervi delle maschere. E la strada privilegiata che ci conduce nell’interiorità è la preghiera: in un’epoca in cui siamo iperconnessi, diventa sempre più difficile fare l’esperienza del silenzio e della solitudine. Senza l’incontro con Lui, non riusciamo neanche a conoscere veramente noi stessi.
Vi invito a invocare frequentemente lo Spirito Santo, perché plasmi in voi un cuore docile, capace di cogliere la presenza di Dio, anche ascoltando le voci della natura e dell’arte, della poesia, della letteratura [5] e della musica, come delle scienze umane [6]. Nell’impegno rigoroso dello studio teologico, sappiate altresì ascoltare con mente e cuore aperti le voci della cultura, come le recenti sfide dell’intelligenza artificiale e quelle dei social media [7]. Soprattutto, come faceva Gesù, sappiate ascoltare il grido spesso silenzioso dei piccoli, dei poveri e degli oppressi e di tanti, soprattutto giovani, che cercano un senso per la loro vita.
Se vi prenderete cura del vostro cuore, con i momenti quotidiani di silenzio, meditazione e preghiera, potrete apprendere l’arte del discernimento. Anche questo è un lavoro importante: imparare a discernere. Quando siamo giovani, ci portiamo dentro tanti desideri, tanti sogni e ambizioni. Il cuore spesso è affollato e capita di sentirsi confusi. Invece, sul modello della Vergine Maria, la nostra interiorità deve diventare capace di custodire e meditare. Capace di synballein – come scrive l’evangelista Luca (2,19.51): mettere insieme i frammenti [8]. Guardatevi dalla superficialità, e mettete insieme i frammenti della vita nella preghiera e nella meditazione, chiedendovi: quello che sto vivendo cosa mi insegna? Cosa sta dicendo al mio cammino? Dove mi sta guidando il Signore?
Carissimi, abbiate un cuore mite e umile come quello di Gesù (cfr Mt 11,29). Sull’esempio dell’apostolo Paolo (cfr Fil 2,5ss), possiate assumere i sentimenti di Cristo, per progredire nella maturità umana, soprattutto affettiva e relazionale. È importante, anzi necessario, fin dal tempo del Seminario, puntare molto sulla maturazione umana, respingendo ogni mascheramento e ipocrisia. Tenendo lo sguardo su Gesù, bisogna imparare a dare nome e voce anche alla tristezza, alla paura, all’angoscia, all’indignazione, portando tutto nella relazione con Dio. Le crisi, i limiti, le fragilità non sono da occultare, sono anzi occasioni di grazia e di esperienza pasquale.
In un mondo dove spesso c’è ingratitudine e sete di potere, dove a volte sembra prevalere la logica dello scarto, voi siete chiamati a testimoniare la gratitudine e la gratuità di Cristo, l’esultanza e la gioia, la tenerezza e la misericordia del suo Cuore. A praticare lo stile di accoglienza e vicinanza, di servizio generoso e disinteressato, lasciando che lo Spirito Santo “unga” la vostra umanità prima ancora dell’ordinazione.
Il Cuore di Cristo è animato da un’immensa compassione: è il buon Samaritano dell’umanità e ci dice: «Va’ e anche tu fa’ così» (Lc 10,37). Questa compassione lo spinge a spezzare per le folle il pane della Parola e della condivisione (cfr Mc 6,30-44), lasciando intravedere il gesto del Cenacolo e della Croce, quando avrebbe dato sé stesso da mangiare, e ci dice: «Voi stessi date loro da mangiare» (Mc 6,37), cioè fate della vostra vita un dono d’amore.
Cari Seminaristi, la saggezza della Madre Chiesa, assistita dallo Spirito Santo, nel corso del tempo cerca sempre le modalità più adatte alla formazione dei ministri ordinati, secondo le esigenze dei luoghi. In questo impegno, qual è il vostro compito? È quello di non giocare mai al ribasso, di non accontentarvi, di non essere solo ricettori passivi, ma appassionarvi alla vita sacerdotale, vivendo il presente e guardando al futuro con cuore profetico. Spero che questo nostro incontro aiuti ciascuno di voi ad approfondire il dialogo personale con il Signore, in cui chiedergli di assimilare sempre più i sentimenti di Cristo, i sentimenti del suo Cuore. Quel Cuore che palpita d’amore per voi e per tutta l’umanità.Buon cammino! Vi accompagno con la mia benedizione.
Cari seminaristi,
Sono lieto di poter accompagnarvi questa mattina, in occasione del vostro Giubileo, insieme ai sacerdoti che vi accompagnano nel cammino formativo. Provenite da varie Chiese nel mondo e avete esperienze di vita molto diverse, ma nel Signore formiamo tutti un unico corpo. Infatti una sola è la speranza alla quale siete stati chiamati, quella della vostra vocazione (cfr Ef 4,4). Oggi, sulla tomba dell’apostolo Pietro e insieme a me, suo Successore, rinnovate solennemente la fede del vostro Battesimo. Questo Credo sia la radice da cui germoglia l’“eccomi” che con gioia direte nel giorno della vostra ordinazione sacerdotale. Dio, che ha iniziato in voi la sua opera, la porti a compimento.
[recita del Credo in latino]
Preghiamo. Padre, che in questo Anno giubilare, apri alla tua Chiesa la via della salvezza, accogli i nostri propositi di bene ed esaudisci il nostro desiderio di convertire a te le nostre vite per divenire autentici testimoni del Vangelo. Con la grazia dello Spirito Santo guida i nostri passi verso la beata speranza di incontrare il tuo volto nella Gerusalemme celeste, in cui il tuo Regno giungerà al pieno e perfetto compimento e tutto sarà realizzato in Cristo tuo Figlio. Egli vive e regna con te e con lo Spirito Santo per tutti i secoli dei secoli.
[benedizione]
Tanti auguri a tutti voi e buon pellegrinaggio di speranza!”