por Vívian Marler / Assessora de Comunicação do Regional Norte 2 da CNBB
Em sua catequese jubilar, o Papa Leão XIV desafiou os fiéis a refletirem sobre a escolha fundamental entre Deus e os bens materiais, destacando a importância de optar pela vida em Cristo e pelos valores evangélicos. Inspirado nos exemplos de São Francisco e Santa Clara de Assis, que escolheram a “pobreza evangélica” e seguiram “Cristo pobre”, o Papa exortou a Igreja a continuar a escolher Deus em vez dos bens deste mundo.
Dirigiu-se aos peregrinos convidando-os a “atravessar a Porta Santa, escolhendo a vida que Jesus nos oferece no Evangelho: uma vida pobre, justa, misericordiosa, pacificadora e feliz.”
A mensagem central da catequese do Papa Leão XIV ressoa com a urgência de uma escolha consciente e transformadora. Ao optar por Deus e pelos valores evangélicos, os fiéis são chamados a construir uma vida de pobreza, justiça, misericórdia, paz e felicidade, seguindo o exemplo de santos como São Francisco e Santa Clara de Assis.
CATEQUESE DO PAPA LEÃO XIV
Praça de São Pedro
Sábado, 4 de outubro de 2025
Catequese. 6. Esperar é escolher. Clara de Assis
“Queridos irmãos e irmãs, bom dia e bem-vindos a todos!
No texto bíblico que acabamos de ler (Lc 16,13-14), o Evangelista observa que algumas pessoas, depois de ouvirem Jesus, o ridicularizavam. Seu discurso sobre a pobreza parecia-lhes absurdo. Mais precisamente, sentiam-se atingidos em seu apego ao dinheiro.
Caros amigos, vocês vieram como peregrinos da esperança, e o Jubileu é um tempo de esperança concreta, em que nosso coração pode encontrar perdão e misericórdia, para que tudo possa recomeçar de uma nova maneira. O Jubileu também se abre à esperança de uma distribuição diferente da riqueza, à possibilidade de que a terra seja de todos, porque na realidade não é assim. Neste ano, devemos escolher a quem servir, se à justiça ou à injustiça, se a Deus ou ao dinheiro.
Esperar é escolher. Isso significa pelo menos duas coisas. A mais evidente é que o mundo muda se nós mudarmos. A peregrinação é feita para isso, é uma escolha. A Porta Santa é atravessada para entrar em um novo tempo. O segundo significado é mais profundo e sutil: esperar é escolher porque quem não escolhe se desespera. Uma das consequências mais comuns da tristeza espiritual, ou seja, da acídia, é não escolher nada. Então, quem a experimenta é tomado por uma preguiça interior que é pior que a morte. Esperar, ao contrário, é escolher.
Gostaria de recordar hoje uma mulher que, com a graça de Deus, soube escolher. Uma jovem corajosa e que ia contra a corrente: Clara de Assis. E estou feliz em falar sobre ela justamente no dia da festa de São Francisco. Sabemos que Francisco, ao escolher a pobreza evangélica, teve que romper com a própria família. Mas era um homem: o escândalo aconteceu, mas foi menor. A escolha de Clara foi ainda mais impressionante: uma jovem que queria ser como Francisco, que queria viver, como mulher, livre como aqueles irmãos!
Clara entendeu o que o Evangelho pede. Mas mesmo em uma cidade que se acredita cristã, o Evangelho levado a sério pode parecer uma revolução. Então, como hoje, é preciso escolher! Clara escolheu, e isso nos dá uma grande esperança. Vemos, de fato, duas consequências de sua coragem em seguir aquele desejo: a primeira é que muitas outras jovens daquele território encontraram a mesma coragem e escolheram a pobreza de Jesus, a vida das Bem-Aventuranças; a segunda consequência é que aquela escolha não foi como um fogo de palha, mas dura no tempo, até nós. A escolha de Clara inspirou escolhas vocacionais em todo o mundo e continua a fazê-lo até hoje.
Jesus diz: não se pode servir a dois senhores. Assim, a Igreja é jovem e atrai os jovens. Clara de Assis nos recorda que o Evangelho agrada aos jovens. Ainda é assim: os jovens gostam de pessoas que escolheram e arcam com as consequências de suas escolhas. E isso dá vontade a outros de escolher. É uma santa imitação: não se tornam “fotocópias”, mas cada um – quando escolhe o Evangelho – escolhe a si mesmo. Perde a si mesmo e encontra a si mesmo. A experiência demonstra: é assim que acontece.
Rezemos, portanto, pelos jovens; e rezemos para sermos uma Igreja que não serve ao dinheiro ou a si mesma, mas ao Reino de Deus e à sua justiça. Uma Igreja que, como Santa Clara de Assis, tem a coragem de habitar a cidade de forma diferente. Isso dá esperança!
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Saudações
Saúdo cordialmente as pessoas de língua francesa, em particular os peregrinos vindos do Vicariato Apostólico de Istambul, acompanhados por Dom Massimiliano Palinuro; aqueles vindos da França, com Dom Matthieu Rougé; e aqueles vindos da Bélgica. Irmãos e irmãs, oremos pelos jovens, para que encontrem na Igreja, a serviço do Reino de Deus e da sua justiça, um espaço onde possam fazer escolhas inspiradas no Evangelho e apoiadas pela esperança. Que Deus vos abençoe!”
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