por Vívian Marler / Assessora de Comunicação do Regional Norte 2 da CNBB
fotos Marcelo Costa e Vatican News
Na manhã deste domingo (28/9), por ocasião do ‘Jubileu dos Catequistas’, Leão XIV celebrou Santa Missa na Praça São Pedro, às 10h locais (5h horario de Brasilia), onde institui 39 ministros da catequese, entre eles dois brasileiros Victor Paiva da Diocese de Castanhal (Pará) – Regional Norte 2, e Flávia Nascimento, de Ponta Grossa (Paraná).
O Ministério de Catequista foi instituído pelo Papa Francisco em 10 de maio de 2021, através do Motu Proprio “Antiquum Ministerium”, com a finalidade de promover uma Igreja mais participativa, em que os leigos desempenham um papel ativo na evangelização e na formação espiritual das comunidades.
Em sua homilia o Pontífice fez um paralelo entre a parábola do rico e Lázaro e as desigualdades contemporâneas, clamando por conversão, justiça e amor ao próximo. O pontífice destaca o papel do catequista na transmissão da fé através do testemunho de vida e da mensagem da ressurreição de Cristo.
Na homilia proferida na Praça de São Pedro, o Papa Leão XIV abordou a parábola do rico e Lázaro, presente no Evangelho de Lucas, para refletir sobre as disparidades sociais que persistem ao longo da história. O pontífice ressaltou que, assim como Lázaro era esquecido à porta do rico, hoje a miséria de povos inteiros é ignorada pela opulência.
O Papa Leão XIV exortou os catequistas a seguirem o exemplo de Cristo, que ressuscitou dos mortos para salvar a humanidade. Ele enfatizou que a mensagem da ressurreição deve ser conhecida, amada e transmitida através do testemunho de vida.
O Jubileu dos Catequistas, segundo o Papa Leão XIV, é um tempo de conversão, perdão, empenho pela justiça e busca sincera da paz. O pontífice conclama a todos a se lembrarem de que ninguém pode dar o que não tem, e que a caridade e a fé são essenciais para a salvação, tanto individual quanto coletiva.
Representantes do Regional Norte 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBBN2, participaram do Jubileu dos Catequistas, representando a Arquidiocese de Belém e as Dioceses de Castanhal e Óbidos. E contaram sobre a emoção de não apenas estarem participando do Jubileu, e poder ver o Papa Leão XIV de perto, mas também em poder estar junto do Victor Paiva, que foi instituído ao Ministério do Catequista pelo Pontífice, como um dos 39 ministros.
Para Luísa Monteiro, catequista da Paróquia Santo André Apóstolo, da Arquidiocese de Belém, a sua participação no Jubileu foi de aprendizado. “A minha experiência no Jubileu da Catequese foi de muito aprendizado. As nossas expectativas do que seria foi muito maior. o que a gente viu, o que a gente presenciou o que a gente aprendeu foi um grande aprendizado para mim e para todos que estiveram presentes uma das falas do Dom Leomar [Arcebispo Metropolitano de Santa Maria e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB] que ficou muito cravado no meu coração foi ‘nunca desista, catequista nunca desista’ e eu estou levando essa frase para a minha vida de não desistir e de continuar sempre olhar para a frente E hoje, na missa com o nosso Santo Papa, o Leão XIV foi uma experiência única, onde o nosso amigo Vitor Paiva foi instituído ministro de catequese, e representou a gente muito bem, foi uma emoção muito grande, foi uma celebração muito bem organizada, e com certeza deixará marcas em nossos corações, e a vontade de fazer presente na comunidade e a vontade de crescer e de caminhar com os irmãos, com certeza é bem maior”.
Diácono Cássio Monteiro, catequista de adultos na Arquidiocese de Belém, contou que o Jubileu foi um momento de renovar a caminhada “participar do Jubileu foi um momento de renovar as forças e a caminhada para a jornada de catequista. Foi o momento de estar na Santa Sé, de estar na Catedral de Pedro, rezar com Pedro, na pessoa de Leão XIV, rezar com o Papa, estar unido em unidade, e renovar a fé e o ministério. Então, uma experiência de renovação espiritual, de renovação interior e de força na caminhada. Eu acho que a marca do jubileu é realmente estar unido com a igreja na evangelização dos povos e do mundo inteiro, sobretudo da Amazônia. Estar unido na Cateda de Pedro, estar unido com Pedro, estar unido com a igreja, estar unido com Jesus Cristo. Foi um momento de renovação interior”, contou Diácono Cássio.
Para Ana Maria Rassy Carneiro, de 71 anos, da Paróquia São Francisco Xavier, em Belém (PA), a experiência vivida hoje foi uma experiência única, ímpar. “Foi uma experiência que se vive uma vez na vida. Um momento marcante, um momento emocionante, um momento divino, e posso até dizer que se via o encontro do céu com a terra. E a alegria estampada no rosto dos catequistas que receberam o ministério era perceptível. Apesar de nós não entendermos a língua, nós não conhecíamos as pessoas, mas a gente recebia e percebia a sintonia do Espírito Santo. Sou catequista por amor e vocação “, relatou emocionada Ana Maria, que é catequista há 53 anos.
A emoção tomou conta de Izabel Costa e de seu marido Marcelo, ao final da Missa de Instituição dos Catequistas, ela que acompanha a trajetória, há anos, do Victor Paiva, na Diocese de Castanhal, fez com que o Jubileu dos Catequistas fosse muito mais que especial, como eles relataram ao final da missa com o Santo Padre “Acabou nesse instante a missa de todos os catequistas, aqui no Vaticano, a Missa belíssima. A Praça de São Pedro esteve lotada de catequistas do mundo inteiro. Foi bonito ver tantas línguas, tantos gostos, tanto jeito de viver, de falar, de vestir, de comer. É a Igreja de Cristo pra gente no mundo inteiro. É a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Edificada sobre a rocha, sobre Pedro, foi As portas do inferno não prevalecerão. O que rendeu a parte. Que rendeu a justiça, que rendeu o amor de Jesus pela Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo e sua maneira de ser vivo, Santo. Manter viva a todos aqueles que gastam sua vida percorrendo. Deus seja louvado por esse momento. Viva todas as famílias, viva todas as multidões. Graça muito especial a todos os catequistas da nossa Diocese de Castanhal de todo o Regional Norte dois de todo o Brasil. Somos catequistas da esperança, hoje e sempre”, disse Izabel.
“Nós que estamos vivendo o período do Jubileu dos Catequistas. Que possamos a todo momento reviver a Jesus Cristo em nossos corações.E com grande alegria. Hoje a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo irá instituiu novos ministros na catequese. Nós, brasileiros que estamos aqui muito felizes, teremos dois novos alunos da catequese a Flávia na América do Sul e o Vitor Paiva na nossa Amazônia, da nossa Diocese de Castanhal. É motivo de profunda ação de graças para todos nós, de toda a Igreja. Então, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo e Maria Santíssima sempre esteja conosco. É só alegria, só gratidão”, disse Marcelo Costa.
Leia abaixo a homilia do Papa, na integra.
HOMILIA DO PAPA LEÃO XIV
Praça de São Pedro
XXVI Domingo do Tempo Comum, 28 de setembro de 2025
“Queridos irmãos e irmãs,
As palavras de Jesus falam-nos de como Deus olha para o mundo, em todos os tempos e lugares. No Evangelho que ouvimos (Lc 16, 19-31), os seus olhos observam: um pobre e um rico; quem morre de fome e quem diante dele se banqueteia; as vestes elegantes dum e, doutro, as chagas que os cães lambiam (cf. Lc 16, 19-21). Mas não só: o Senhor vê o coração dos homens e, através dos seus olhos, nós mesmos reconhecemos um indigente e um indiferente. Lázaro é esquecido por quem está à sua frente, mesmo à porta de casa, no entanto Deus está perto dele e lembra-se do seu nome. Não tem nome, porém, o homem que vive na abundância, porque se perde a si mesmo, esquecendo-se do próximo. Está perdido nos pensamentos do seu coração, cheio de coisas mas vazio de amor. Os seus bens não o tornam bom.
Infelizmente, a história que Cristo nos conta é muito atual. Às portas da opulência jaz hoje a miséria de povos inteiros, atormentados pela guerra e pela exploração. Com o passar dos séculos, parece que nada mudou: quantos Lázaros morrem diante da sofreguidão que esquece a justiça, do lucro que espezinha a caridade, da riqueza cega diante da dor dos miseráveis! No entanto, o Evangelho assegura que os sofrimentos de Lázaro têm um fim. As suas dores terminam, tal como terminam os festins do rico, e Deus faz justiça a ambos: «O pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado» (v. 22). Sem se cansar, a Igreja anuncia esta palavra do Senhor, para que converta os nossos corações.
Caríssimos, por uma singular coincidência, este mesmo trecho evangélico foi proclamado precisamente durante o Jubileu dos Catequistas no Ano Santo da Misericórdia. Dirigindo-se aos peregrinos que vieram a Roma por essa ocasião, o Papa Francisco destacou que Deus redime o mundo de todo o mal, dando a sua vida pela nossa salvação. A sua ação é o início da nossa missão, porque nos convida a darmo-nos a nós mesmos pelo bem de todos. O Papa disse aos catequistas: «Este centro à volta do qual tudo gira, este coração pulsante que a tudo dá vida é o anúncio pascal, o primeiro anúncio: O Senhor Jesus ressuscitou, o Senhor Jesus ama-te, por ti deu a sua vida; ressuscitado e vivo, está ao teu lado e interessa-Se por ti todos os dias» (Homilia, 25 de setembro de 2016). Estas palavras fazem-nos refletir sobre o diálogo entre o homem rico e Abraão, que ouvimos no Evangelho: trata-se de uma súplica que o rico faz para salvar os seus irmãos e que para nós constitui um desafio.
Ao falar com Abraão, ele afirma: «Se algum dos mortos for ter com eles, hão de arrepender-se» (Lc 16, 30). E Abraão responde: «Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, tão-pouco se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dentre os mortos» (v. 31). Com efeito, houve um que ressuscitou dos mortos: Jesus Cristo. As palavras da Escritura não querem, então, desiludir ou desanimar-nos, mas despertam a nossa consciência. Escutar Moisés e os Profetas significa recordar os mandamentos e as promessas de Deus, cuja providência nunca abandona ninguém. O Evangelho anuncia-nos que a vida de todos pode mudar, porque Cristo ressuscitou dos mortos. Este acontecimento é a verdade que nos salva: por isso, deve ser conhecida e anunciada. Mas não basta. Deve ser amada: é este amor que nos leva a compreender o Evangelho, porque nos transforma, abrindo o coração à palavra de Deus e ao rosto do próximo.
A este respeito, vós, catequistas, sois aqueles discípulos de Jesus que se tornam suas testemunhas: o nome do ministério que exerceis vem do verbo grego katēchein, que significa instruir de viva voz, fazer ressoar. Isto quer dizer que o catequista é uma pessoa de palavra, uma palavra que pronuncia com a própria vida. Por isso, os primeiros catequistas são os pais, aqueles que primeiro nos falaram e nos ensinaram a falar. Assim como aprendemos a nossa língua materna, também o anúncio da fé não pode ser delegado a outros, mas acontece no lugar onde vivemos. Em primeiro lugar, nas nossas casas, à volta da mesa: quando há uma voz, um gesto, um rosto que conduz a Cristo, a família experimenta a beleza do Evangelho.
Todos nós fomos educados na fé através do testemunho daqueles que acreditaram antes de nós. Enquanto crianças, adolescentes, jovens, depois como adultos e também como idosos, os catequistas acompanham-nos na fé, partilhando um caminho constante, como vós fizestes durante estes dias, na peregrinação jubilar. Esta dinâmica envolve toda a Igreja: efetivamente, enquanto o Povo de Deus gera homens e mulheres para a fé, «progride a percepção tanto das coisas como das palavras transmitidas, quer mercê da contemplação e estudo dos crentes, que as meditam no seu coração (cf. Lc 2, 19. 51), quer mercê da íntima inteligência que experimentam das coisas espirituais, quer mercê da pregação daqueles que, com a sucessão do episcopado, receberam o carisma da verdade» (Const. dogm. Dei Verbum, 8). Nesta comunhão, o Catecismo é o «instrumento de viagem» que nos protege do individualismo e das discórdias, porque atesta a fé de toda a Igreja católica. Cada fiel colabora na sua obra pastoral, ouvindo questões, partilhando provações, servindo o desejo de justiça e verdade que habita a consciência humana.
É assim que os catequistas ensinam, ou seja, deixam um sinal interior: quando educamos na fé, não damos uma lição, mas plantamos no coração a palavra da vida, para que ela dê frutos de vida boa. Ao diácono Deogratias, que lhe perguntou como ser um bom catequista, Santo Agostinho respondeu: «Expõe tudo de modo que quem te ouça, ouvindo, acredite; acreditando, espere; e esperando, ame» (De catechizandis rudibus, 4, 8).
Queridos irmãos e irmãs, façamos nosso este convite! Lembremo-nos: ninguém dá o que não tem. Se o rico do Evangelho tivesse caridade para com Lázaro, teria feito o bem, não só ao pobre, mas também a si mesmo. Se aquele homem sem nome tivesse fé, Deus tê-lo-ia salvado de todo o tormento: foi o apego às riquezas mundanas que lhe tirou a esperança do bem verdadeiro e eterno. Quando também nós somos tentados pela ganância e pela indiferença, os muitos Lázaros de hoje recordam-nos a palavra de Jesus, tornando-se para nós uma ainda mais eficaz catequese durante este Jubileu, que é para todos tempo de conversão e perdão, de empenho pela justiça e de busca sincera da paz”.
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