por Comunicação / Caritas Brasil
Foz do Iguaçu (PR) recebe, até a próxima quinta, 25, o ‘I Congresso Internacional de Migração e Refúgio da rede no Brasil’, com o tema “Esperança em Movimento” e o lema “As fronteiras só existem onde não há amor”, uma frase de Dom Helder Camara, o encontro é promovido pela Cáritas Brasileira e reúne mais de 250 participantes e representações de diferentes países da América Latina e da Europa. Representando a Caritas regional Norte 2 estão presentes Francisco Batista e Diacono Nonato.
A programação inclui mesas de debate, plenárias temáticas, celebrações e atividades culturais, valorizando as vozes e experiências de migrantes e refugiados. Entre os temas em destaque estão mudanças climáticas, deslocamentos forçados, tráfico de pessoas e políticas públicas de acolhimento.
O congresso reúne especialistas, lideranças sociais, organismos internacionais, gestores públicos e representantes das próprias comunidades migrantes.
Na tarde da segunda-feira, primeiro dia do Congresso, a abertura contou com a participação de Anadete Reis (diretora-tesoureira da Cáritas Brasileira), Dom Geremias Steinmetz, arcebispo metropolitano de Londrina e referência do Cáritas Brasileira Regional Paraná), Dom Sérgio de Deus Borges (bispo de Foz do Iguaçu), General Joaquim Silva e Luna (prefeito de Foz do Iguaçu), Enio Verri (diretor geral brasileiro da Itaipu Binacional), Iñaki Olazabal Otero (representante da Cáritas Espanha) e o Sheikh Oussama El Zahed (líder religioso da Mesquita Omar Ibn Al-Khattab), além de outros convidados.
A diretora-tesoureira da Cáritas Brasileira, Anadete Reis, fortaleceu a importância da área temática de migração e refúgio da Cáritas Brasileira, enfatizando que “a vida de cada um e de cada uma, migrante ou refugiado, importa para a Cáritas, para a igreja brasileira, para a igreja no mundo.” A programática de acolhimento a migrantes e de aproximação das questões em torno do fenômeno migratório é uma pauta da organização católica no mundo todo, especialmente em locais com fluxos intensos e causas variadas, como conflitos ou emergências climáticas.
A coordenadora colegiada nacional, Indi Gouveia, em sua fala de apresentação, destacou que o Congresso e a sua programação entrega muito do que a Cáritas defende em sua ação concreta e histórica, há quase 70 anos. “A Cáritas é feita de muitas mãos, de muitos rostos. Somos mulheres, somos jovens, somos migrantes. Uma diversidade de pessoas que decide caminhar juntos para a construção da Sociedade do Bem Viver. Nós estamos aqui hoje para reafirmar essa escolha, de caminhar na diversidade, nessa convergência de encontro que faz com que diferentes pessoas, de diferentes lugares, afirmem essa escolha de construção da sociedade do Bem Viver que é a missão da Cáritas. Uma construção de gestos concretos de solidariedade.”
A programação seguiu para uma segunda mesa, que deu centralidade justamente a essas vozes – vozes migrantes, com relatos vindos das regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste do Brasil, representando a pluralidade de experiências e desafios vividos por quem atravessa fronteiras em busca de uma vida digna.
Relembrando as palavras do Papa Francisco, “o problema não é a chegada de migrantes, mas a ausência de políticas de acolhimento adequadas. Onde há vontade de encontro, nasce a esperança”.
Mais do que um espaço de reflexão, o congresso se apresenta como um compromisso coletivo de tecer esperança e construir pontes de solidariedade, em um tempo marcado pelo aumento dos tensionamentos em torno do fenômeno migratório no mundo, A programação conta com mesas temáticas e mini plenárias que tratam do Jubileu da Esperança, interculturalidade, mudanças climáticas, racismo socioambiental, gênero, saúde mental, políticas públicas, incidência, enfrentamento ao tráfico de pessoas, entre outros.
O evento está sendo realizado na região da tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, na cidade de Foz do Iguaçu, e conta com o apoio de Itaipu Binacional, ACNUR, OIM, Cáritas Alemanha, Misereor, Catholic Relief Services, projeto Europana e Ministério Público do Trabalho.
“O futuro não está apenas nas mãos dos poderosos, mas nas mãos dos povos que reconhecem-se irmãos e irmãs” — Papa Francisco