por CNBB

Padres, diáconos, religiosas e nove bispos participam, em Brasília (DF), do Encontro Nacional de Bispos Referenciais e Assessores Eclesiásticos da Pastoral Familiar. Desde terça-feira, o grupo está reunido na Casa Dom Luciano Mendes de Almeida para aprofundar o tema “Os desafios da evangelização na família hoje”.

Representando o Regional Norte 2 estão presentes Dom João Muniz Bispo Referencial Norte 2, padre Jucivaldo Assessor da Pastoral na Arquidiocese de Santarém, padre Paulo Victor Assessor na Arquidiocese de Belém, padre Dimas Assessor na Diocese de Marabá, padre Idamor Assessor Regional Norte 2 da Pastoral, padre Marco Assessor da Pastoral na Diocese de Castanhal e o casal referencial da Pastoral Familiar no Regional Norte 2 Carvalho e Luciana Limão.

Na quarta-feira, 3, teve início à jornada formativa do encontro, na qual os participantes puderam aprofundar temáticas relacionadas ao acompanhamento do trabalho pastoral junto às famílias. O arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, Dom Leomar Antônio Brustolin, conduz as reflexões sobre a evangelização no contexto atual desde o início da tarde de ontem.

No primeiro momento de sua exposição, Dom Leomar falou sobre a vivência da fé num mundo que se transforma e, em seguida, sobre a transmissão da fé em tempos de pluralidade. Ao final das duas primeiras partilhas, a grande pergunta que fica, segundo o arcebispo, é: “estamos formando adeptos de uma religião ou discípulos do Mestre?”.

No contexto do mundo atual, com as mudanças socioculturais e que influenciam também na vivência da fé, o contexto de sociedade cristã desapareceu. Há, nesse sentido, o fim de uma forma sociológica de compreender o cristianismo no ocidente. É preciso, então, uma nova inculturação que compreenda uma nova evangelização, um novo modo de estar neste mundo, um novo modo de ser, agir e comunicar a fé.

Segundo dom Leomar, a situação atual das comunidades “não é a causa dos sintomas da Igreja, mas sintoma da crise que vivemos” e “a pior resposta a ser dada a esta situação é a nostalgia, as saudades de um passado que não volta”, salientou dom Leomar.

O desafio para a Igreja, no atual contexto, é passar de uma religião de herança social para uma religião de opção pessoal. É preciso também superar a ideia de uma sociedade unificada pela fé católica para compreender a sociedade constituída na liberdade democrática e no pluralismo de ideologias. Assim, a Igreja precisa estar atenta e passar “de uma igreja de massa a uma igreja diferenciada e articulada em pequenas comunidades de discípulos missionários”.

Ao final de duas exposições, dom Leomar abriu a palavra para ouvir as impressões dos participantes, que puderam partilhar de situações que chamam sua atenção e preocupam no trabalho junto às famílias. Como retorno, dom Leomar sugeriu escutar as situações diversas e plurais, mas sem fazer concessões sobre as verdades da fé. Diante do desafio da proximidade pastoral e da sinodalidade, a indicação é fortalecer os conselhos e visitar as pessoas. Outra luz indicativa para a realidade atual é promover a Leitura Orante da Palavra de Deus nas comunidades e paróquias, o que vai ajudar a formar as pessoas.

Adolescência e juventude

Pela manhã, quem contribuiu nos aprofundamentos do encontro foi a diretora nacional do Programa Teen STAR no Brasil, Fabiana Azambuja. Ela falou sobre Educação Afetivo-sexual na perspectiva da adolescência e juventude.

“Tratamos sobre a importância de educar a pessoa a partir da sua sexualidade, que é essa força frágil de amar e ser amado, e ensinar isso aos formadores, pastores, educadores, pais e a todos aqueles agentes que trabalham com crianças, adolescentes, jovens, adultos. É o grande compromisso que nós temos: educar para criarmos uma cultura do amor”, ressaltou Fabiana.