por Vívian Marler / Assessora de Comunicação do Regional Norte 2 da CNBB
com informações de Frei Sebastião Robledo / Prelazia de Itaituba
Entre os dias 14 a 19 de outubro, aconteceu na Casa de Retiros Monte San Francisco, na Cidade da Guatemala, na Republica da Guatemala, o ‘Primeiro Encontro dos Frades Franciscanos da América Latina’ que moram ou trabalham com povos indígenas, e representando a Prelazia de Itaituba estava presente frei Sebastião Robledo, missionário argentino, responsável pela Missão São Francisco — conhecida como Missão Cururu, para compartilhar as experiências junto aos povos indígenas da região.
O encontro foi organizado pela Secretaria Geral para as Missões e a Evangelização, Ordem dos Frades Menores, em comunhão com a União das Conferências Franciscanas da América Latina – UCLAF e a Comissão sobre Novas Formas de Presença, Vida e Evangelização Hoje na América Latina.
“Tivemos o encontro dos irmãos que vivem e/ou trabalham com os povos indígenas na América Latina e no Caribe. A partilha teve dois momentos significativos. Durante o primeiro deles, tivemos um espaço para compartilhar cada uma das experiências dos irmãos em missão entre e junto aos vários povos indígenas que habitam nossa América. Foi um diálogo muito rico em conhecimento de nossas diversas realidades missionárias entre os povos indígenas no México, Guatemala, Colômbia, Brasil, Peru e Argentina.
Brasil e Peru foram os dois países que compartilharam pontualmente nosso modo de vida na Amazônia. os irmãos do Peru presentes com os ASHANINCAS e os SHIPIBOS, e os irmãos do Brasil presentes com os MUNDURUKU, onde estou.
Foi uma partilha muito valiosa e rica de testemunhos e experiências que nos ajudaram a ter um pouco mais de noção do que significa a realidade evangelizadora entre os povos indígenas do nosso continente”, contou frei Sebastião, que chegou a Missão São Francisco motivado pelo desejo de viver entre os povos indígenas.
Dentre as experiências que teve durante o encontro, a que aconteceu na cidade de Zacualpa foi muito significativa quando os frades franciscanos compartilharam a experiência com o Povo Indígena Maya Quiché em terra de mártires, onde a figura do Beato Juanito Barrera Méndez se destaca como símbolo de fé e resistência.
“O segundo momento significativo ocorreu na cidade de ZACUALPA, no interior da Guatemala. Nesta localidade tivemos a experiência de compartilhar dois dias com o Povo Indígena MAYA QUICHÉ. Lá, os irmãos da Província da América Central têm uma fraternidade que anima e acompanha esta comunidade há 40 anos. Zacualpa é uma terra de mártires, onde talvez a figura mais marcante seja a do Beato Juanito Barrera Méndez, um catequista de 12 anos assassinado por ódio à fé em um momento muito difícil para o povo guatemalteco. O nosso encontro foi encerrado no templo de San Francisco el Grande, localizado na Cidade Velha da Guatemala. As conclusões e os desafios serão publicados pelos órgãos da UCLAF e serão acompanhados por um pequeno comité executivo escolhido durante a reunião”, contou frei Sebastião.
Sobre a Missão São Francisco
A missão São Francisco é uma das mais de 140 aldeias que compõem a Mundurukânia, que abriga cerca de 900 pessoas. Sob responsabilidade pastoral dos frades estão 45 aldeias espalhadas pelos rios Cururu, Tapajós, Teles Pires, Juruena, Anipiri e Wareri. Cada comunidade tem seu tempo, seu padroeiro, sua festa e seus conflitos. “Tentamos, em cada visita, fortalecer a fé e promover espaços de formação e diálogo”, explica. Das celebrações aos debates sobre o uso da internet entre jovens, tudo acontece em torno da partilha.
Frei Sebastião conheceu a missão durante o centenário da chegada dos primeiros missionários, que aconteceu em 2011, e se apaixonou pelo povo Munduruku e pela Amazônia, e percebeu que a missão era sobre desaprender e acompanhar os processos de fé, humanidade, identidade cultural e construção histórica do povo Munduruku, reconhecendo-os como protagonistas de sua própria história.
Frei Sebastião enxerga os povos originários como guardiões da Criação e diz que a frase “Tudo está interligado”, que está presente na Campanha da Fraternidade 2025, é indígena”, destaca a interconexão entre todos os aspectos da vida, como o espiritual, social, ambiental e pessoal. A mensagem enfatiza que as crises atuais são complexas e que é necessária uma “conversão ecológica” para cuidar da “Casa Comum” (o planeta Terra), o que implica em mudar a maneira de viver, pensar e agir individual e coletivamente.
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