por Vívian Marler / Assessora de Comunicação do Regional Norte 2
com informações Comunicação / CNBB

Seis representantes do Regional Norte 2 participaram do ‘Encontro com Coordenadores de Pastoral das Dioceses Brasileiras’ que aconteceu na Casa Dom Luciano, em Brasília (DF), de 8 a 12, com o objetivo principal de alinhar e articular o serviço diocesano de coordenação pastoral – em alguns lugares chamado coordenação da ação evangelizadora, e de promover a articulação do serviço pastoral e evangelizador da Igreja no Brasil.

Dentre os 203 participantes, estiveram representando o Regional Norte 2 Padre Nazareno – coordenador de pastoral da Diocese de Abaetetuba, padre Mateus – coordenador da Pastoral da Diocese de Marabá, Ana de Lourdes – coordenadora de pastoral da Diocese de Óbidos, Lady Anne – coordenadora regional da Pastoral da Educação. Padre Hortencio, coordenador de Pastoral da Diocese de Xingu-Altamira e padre Giovane, coordenador de pastoral da Diocese de Cametá ao longo dos cinco dias de encontro participaram de reflexões sobre temas que segundo Dom Ricardo Hoepers, bispo auxiliar em Brasília (DF), secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, foi importante para aprofundar ainda mais a  comunhão e sinodalidade na Igreja no Brasil.

Os temas trabalhados foram ‘Apresentação da Igreja no Brasil’, ministrador por Dom Ricardo Hoepers; ‘O caminho das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil’, por Dom Leomar Antônio Brustolin, arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente do Regional Sul 3 e da Comissão Bíblico-Catequética da CNBB; ‘O Cenário Eclesial Atual’, por Dom Wellington Queiroz, bispo de Cristalândia (TO), mestre em Direito Canônico e membro do Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi; ‘Fundamentos Bíblicos para uma Pastoral Missionária’, por Dom Danival Milagres, bispo auxiliar de Goiânia (GO); ‘A sinodalidade na Igreja do Brasil’, por Dom Antônio Luiz Catelan Ferreira, bispo auxiliar do Rio de Janeiro e doutor em Teologia e membro da Comissão de Doutrina da CNBB; ‘A Ação Pastoral como Expressão da Eclesiologia’, por padre Jean Poul Hansen, mestre em Teologia e secretário-executivo de Campanhas da CNBB; ‘O Papel do Laicato numa Igreja toda Ministerial’, por Alzirinha Rocha de Souza – professora e pesquisadora do Anima PUC Minas do NECT Núcleo de Estudos Comunicação e Teologia e do Instituto de Teologia em São Paulo; ‘Uma Pastoral Planejada’, por Dom Joaquim Mol Guimarães, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte (MG); ‘Perspectivas para a Ação Evangelizadora na Igreja do Brasil’, por ‘Dom João Justinho de Medeiros Silva, arcebispo de Goiânia (GO), primeiro vice-presidente da CNBB, dentre outros.

A primeira conferência alertou os presentes sobre os impactos da Inteligência artificial – IA, na Evangelização, conduzida pelo secretário do Instituto Nacional de Pastoral Pe. Alberto Antoniazzi (Inapaz) da CNBB e sócio-fundador da Sociedade Brasileira de Cientistas Católicos (SBCC), padre Danilo Pinto dos Santos. Evocando a mitologia grega, questionou os limites da técnica recorrendo à tragédia do Prometeu Acorrentado. “É permitido para nós fazer o fogo?”

Padre Alberto refletiu “a temática adquire relevância para o atual contexto, uma vez que as inteligências artificiais configuram-se como um paradigma tecnológico em desenvolvimento, com potencial para resolver problemas e executar tarefas, otimizando tempo e possibilitando resultados mais eficientes”, e explicou brevemente o desenvolvimento da IA e a sua capacidade de gerar conteúdos sem a intervenção humana. Conforme abordou o especialista “o algoritmo vai construindo algo com sentido e contexto, resultando em uma semântica da máquina, com a construção de conceitos próprios, preenchimento de lacunas, interpretando autonomamente a realidade de modo oculto aos operadores da ferramenta”.

E levantou a questão de como anunciar Jesus Cristo e os valores do Evangelho no contexto de algoritmos de aprendizagem. De acordo com o padre, será importante, para os próximos anos, acompanhar os atores das IAs desde os que produzem aos que fazem uso delas. “Com isso, temos possibilidade de influenciar no modo que serão desenvolvidas e usadas”, disse. Outra pista pastoral, segundo padre Danilo, é pensar uma resposta para a crise de escuta atenta para superar o isolamento e a dificuldade de diálogo criadas pelas redes e IAs.

O Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giambattista Diquattro, presidiu a Celebração Eucaristica na quarta-feira (10), em sua homilia, relacionada ao Evangelho do dia, o Núncio Apostólico refletiu que a coordenação de pastoral não é apenas uma tarefa administrativa mas um serviço comunitário e espiritual inspirado no exemplo de Jesus Cristo ““A coordenação de pastoral deve ser entendida com um ministério de comunhão e serviço. Um chamado de Jesus para ser presença viva do Evangelho no meio do povo”, disse.

Lady Anne de Souza, coordenadora diocesana de Pastoral da diocese de Marabá (PA) destacou a possibilidade de aprimorar o trabalho pastoral e missionário da Igreja a partir das reflexões sobre a sinodalidade, identidade que diz respeito à caminhada de todos os cristãos juntos para realizar a missão de evangelizar “para mim é uma alegria imensa poder estar aqui, enquanto mulher missionária, leiga, poder contribuir mais com a minha Igreja Particular […] E ter essa reflexão tão importante que a Igreja do Brasil proporciona a cada uma de nós aqui presente, para que nós possamos mergulhar mais no que está no coração da Igreja, do que vem do Espírito Santo para a Igreja do Brasil, para o mundo, ouvindo também os apelos do Papa Francisco, que nos dá indicativos muito importantes para nossa ação evangelizadora por meio da reflexão, por meio da oração, por meio da Palavra de Deus – porque a nossa missão pastoral é à luz da Palavra de Deus – mas também com um planejamento que possa de fato organizar e sermos cada vez mais uma Igreja missionária no âmbito também sinodal”.

Sob o olhar das perspectivas para a ação evangelizadora da Igreja no Brasil, arcebispo de Goiânia e primeiro vice-presidente da CNBB, Dom João Justino de Medeiros Silva incentivou os participantes, ao encerrar o encontro, a refletirem sobre suas experiências pastorais, a partir de eixos como a formação e a comunicação. Para ajudar na reflexão sobre a construção de uma sociedade mais justa e fraterna, utilizou-se de pontos centrais Missão e missionariedade, Animação bíblica da pastoral, Mundo de diversidades, Individualismo, Devocionalismo e Ministerialidade.

ABAIXO A HOMILIA DE DOM GIAMBATTISTA DIQUATTRO – Características de um coordenador de pastoral

Homilia-Nuncio-em-missa-com-coordenadores-de-pastoral