por Vívian Marler / Assessora de Comunicação do Regional Norte 2

A Pastoral Familiar do Regional Norte 2, realizou de 30 de novembro a 1º de dezembro o ‘I SIMPÓSIO PRÓ-VIDA’ que aconteceu no Centro Integrado de Inclusão e Cidadania – CICC, no bairro do Marco, em Belém (PA).

Com o tema ‘Só o Amor Gera Vida’, o encontro reuniu cerca de duzentas pessoas e teve como assessores Êndel Alves e Zezé Luz, que ao longo dos três dias debateram sobre a situação atual do aborto no Brasil e no mundo; Conjuntura Internacional em Relação às Pautas sobre Vida e Família; Ideologia de Gênero e entre outros, Técnicas de Atendimento à Mulheres em Situação de Risco.

O assessor Êndel Alvez, professor e especialista em Bioética, contribuiu com algumas temáticas que abrangeram o eixo ‘Vida e Família’, durante suas palestras no sábado e domingo, sobre o histórico do movimento abortista no mundo e no Brasil, passando pela realidade do aborto, como o aborto é feito, qual o som e quais são as técnicas utilizadas para realizar os abortos para crianças menores e crianças maiores.

Durante suas palestras, Êndel foi muito realista, principalmente ao falar sobre as técnicas brutais usadas no ato, tanto para a criança que morre como para a mãe, que terá consequências futuras não somente para ela, mas para toda a família como as físicas, psicológicas, mentais, psiquiátricas e sociais. “Esta abordagem foi importante para que eu pudesse conscientizar os presentes sobre essa realidade”, explicou o palestrante.

Sobre o panorama do aborto no Brasil e no mundo, Êndel Alvez, apresentou os países que estão tentando aprovar leis que permitam o aborto, os países que já aprovaram e qual a realidade do Brasil. Em sua terceira palestra o foco foi o mercado de tecido fetal, e a forma como as partes dos bebês abortados são descartados.

“Muitos fetos vão para o lixo e são incinerados no lixo junto com o lixo hospitalar. Mas tem muitos médicos e clínicas que vendem as partes dos bebês, cortam os braços, as pernas, e vendem para o mercado paralelo e para faculdades porque rendem dinheiro. Então as clínicas também ganham dinheiro tanto fazendo um aborto, matando o bebê, como também vendendo as partes do bebê. As partes do cadáver do bebê e como o tecido do bebê, ele tem muita proteína e usado para fazer sabão, sabonete, xampu, remédio, produto de estética, cosmética dentre outros”, explicou com detalhes Êndel.

Êndel alertou os presentes sobre marcas de produtos de estética encontradas em farmácias e supermercados, que ao serem produzidos recebem material dos bebês abortados, assim como também falou sobre a Fertilização In Vitro – FIV, e da oposição da Igreja Católica a este procedimento “A Igreja Católica se opõe à fertilização in vitro por considerar que ela é moralmente inaceitável, por manter os embriões congelados e esse ato é pecado. A doutrina da Igreja deixa claro sobre esse assunto, mas tem gente que faz e acaba deixando os filhos [embriões] congelados. E aí o pessoal [cientistas e profissionais de laboratórios de estética] pega esses filhos congelados, mata para fazer experimento científico, remédios”, outro alerta aos presentes foi sobre a importância da família se proteger e se unir contra os ataques que enfrentam nesse mundo moderno.

Após as palestras muito esclarecedoras Êndel Alvez, no domingo, falou sobre a cultura da vida, e fez com que os presentes pudessem refletir como paroquianos e membros da Pastoral Familiar a nível de cidade, de regional e de Brasil. “Deixo como trabalho de casa a reflexão diante do que foi apresentado, e convido-os a refletir sobre o nós poderíamos fazer como paroquianos, como membros de pastoral familiar a nível regional no Norte, de cidade, de Brasil. O que podemos fazer para rezar, trabalhar, atuar, colaborar para transformar a sociedade? Reuniões? Procurar vereadores para nos ajudar nessa causa? Procurar os bispos e os padres para incentivar a realizar palestras?”, questionou Êndel.

A palestrante Zezé Luz, presidente da Rede Nacional em Defesa da Vida e da Família, apresentou iniciativas que a Pastoral Familiar pode fazer para ajudar as mulheres a não passar pelo trauma do aborto e ajudar as crianças a serem salvas e não morrerem pelo aborto. Dentre as iniciativas está o ‘Projeto Esperança’, que existe há 25 anos e tem o objetivo de aconselhar e acompanhar, a nível de pastoral, às pessoas que sofrem sequelas pela perda de um filho não nascido.

Atuando há 20 anos no trabalho de defesa da vida no Brasil, Zezé Luz explanou sobre sua experiência no Brasil e por países que visita “a defesa da vida, da sacralidade, da inviolabilidade do direito à vida, ela vai desde a concepção até a morte natural e perpassa também por essas dores, onde a gente, como igreja, como a porta da misericórdia que Deus escancara através do sacerdócio, para que essas pessoas possam se reconciliar com Deus, com o seu Filho nosso, nascido consigo mesma”, disse Zezé.

Para a coordenadora da Pastoral Familiar do Regional Norte 2 Luciana Limão a realização do ‘Pró-vida’ era um sonho de Dom José Azcona, bispo emérito da Prelazia do Marajó, que faleceu no final de novembro “esse simpósio já era um sonho dele [Dom Azcona] que conseguimos realizar somente agora, mas eu tenho certeza de que eu posso conversar com ele que continua iluminando a gente, direcionando porque ele sempre quis fazer realmente um simpósio em defesa da vida. E esse simpósio foi de extrema importância para os trabalhos da Pastoral Familiar, porque a Pastoral Familiar defende a vida desde a sua concepção até a morte natural’, disse emocionada.

Luciana destacou o silêncio, muitas das vezes, de pessoas dentro da própria Igreja católica com relação ao aborto “eu acredito muito que a pastoral familiar e até os cristãos, como um todo, silenciam diante dessa temática [aborto], por não saber como se posicionar, como falar, como argumentar. E o simpósio ajudou muito os presentes a formarem opiniões muito mais embasadas, terem mais entendimentos e receberem alertas que com certeza serão difundidos”, concluiu.

O Simpósio aconteceu em Belém, mas recebeu representantes de várias localidades do Pará como de Bragança, Ourém, Castanhal, Cametá, Óbidos, Abaetetuba, assim como lideranças das dioceses, padres, religiosas e seminaristas.