Um dos pontos que o Papa Francisco frisou na sua fala para a Assembleia Sinodal foi a formação em geral com um acento à vida sacerdotal. A formação também está sendo muito debatida no Sínodo porque ela é essencial na vida de todos, mas, sobretudo na Amazônia. Mas aquilo que o Papa quis realçar é que, a formação sacerdotal não vise formar funcionários, mas pessoas que amem de fato Deus e os seres humanos. Seja, de fato, Sacerdote do Senhor, enviado para servir, amar, dar a vida.

Esta diz respeito também aos leigos e leigas que a Igreja sempre deve implementar para termos mais pessoas que ajudem na evangelização nesta região da Amazônia. É preciso formar leigos e leigas para o serviço da Igreja e do Reino de Deus. O IL (98b) coloca claramente que os planos de formação respondam a uma cultura filosófico, teológica adequada às culturas amazônicas, capaz de estimular a vida cristã. Também propõe uma reforma das estruturas dos seminários para favorecer a integração dos candidatos ao sacerdócio nas comunidades. O vocacionado não pode ficar longe de sua comunidade, de suas raízes, mas deve se integrar sempre mais porque ele deverá servir a ela, com alegria e amor no Senhor. Ele estará na casa de formação, seminário, mas deve voltar à comunidade. O que se busca não é uma educação rígida, muito seca, onde o padre pode afastar o povo de Deus, porque essa leva ao extremo, mas que leve a formar pessoas que amem a Deus, ao próximo como a si mesmo, que doam a sua vida pela causa de Jesus Cristo e do seu Reino. É claro que a formação não deixa de ser um desafio constante para os tempos modernos e pós modernos, pois ela condiz com pessoas, com gente de modo que é preciso formar futuros sacerdotes que sejam sacerdotes, profetas e pastores. Não sejam individualistas, mas trabalhem junto com o povo de Deus, presbitério e bispo diocesano. O povo de Deus deve sentir a presença do ministro ordenado próximo, que tem cheiro de ovelhas, como ressalta Papa Francisco, que é seguidor de Jesus Cristo, discípulo, missionário do Senhor e da Igreja a ele confiado.

O Sínodo está falando da formação como forma de responder à evangelização na Amazônia na qual busca novos caminhos, novas formas de atuar segundo o Espírito Santo suscita na vida das pessoas e da Igreja e esta visa também uma ecologia integral, que vise respeitar a natureza, os rios, os povos indígenas como guardiões da natureza, dos povos ribeirinhos, e todo o povo da cidade e do campo. Olhemos com carinho a formação aos leigos e leigas e ao sacerdócio para que responda às necessidades da vida cristã no mundo de hoje, para que assim os ministros ordenados da Amazônia sejam sempre mais sal da terra e luz do mundo. Temos bons sacerdotes que estão sendo formados nesta visão de pastoreio, de entrega de suas vidas para o Reino de Deus, que tem espiritualidade em Jesus Cristo em vista de servir bem o povo, que lutam pelos pobres, oprimidos, que vivem da Palavra de Deus e da eucaristia, que são instrumentos da graça de Deus nesta região da Amazônia, na Igreja, no mundo e no Reino de Deus.

 

POR Dom VITAL CORBELLINI

Bispo de Marabá - PA