“No mundo tereis muitas aflições, mas tende fé, eu venci o mundo” Jo 16, 33

Nós leigas/os, religiosas/os, seminaristas, diáconos, padres e Dom João Muniz nosso Pastor, representantes de todas as seis regiões pastorais da Prelazia do Xingu (Baixo, Médio e Alto Xingu; Transamazônica Leste e Oeste; Altamira) reunidos no Conselho de Pastoral durante os dias 05 a 07 de Abril de 2018 no Centro de Formação Bethânia, nos solidarizamos integralmente com o nosso irmão de caminhada, Pe. José Amaro Lopes de Sousa, que desde o dia 27 de março, teve sua liberdade cerceada pela decretação de uma prisão motivada por acusações de Crimes que precisam ser elucidados.

Pe. Amaro, natural do estado do Maranhão, foi ordenado sacerdote em 1998 em Anapu, e desde então exerce o sacerdócio atuando de forma profética, cumprindo a sua missão levando a boa notícia aos pobres, acompanhando as comunidades pastoralmente na luta por direitos básicos como: o direito a terra; a saúde; a educação, etc.

Enquanto coordenador da Comissão Pastoral da Terra, Amaro abraçou a luta do povo pela conquista e pela permanência no campo, dando continuidade à luta iniciada pela Ir. Dorothy, assassinada no dia 12 de fevereiro de 2005. Isso incomodou e ainda incomoda os economicamente poderosos da região, que agora tentam desmoralizá-lo, deslegitimando o seu mtrabalho, assim enfraquecendo a luta do povo.

No evangelho das Bem Aventuranças, Cristo disse a multidão, e hoje nos confirma:

“Felizes os perseguidos por causa da justiça, por que deles é o reino dos céus. Felizes vocês se forem insultados, e se disserem todo tipo de calunia contra vocês, por causa de mim. Fiquem alegres, e contentes, porque será grande para vocês a recompensa no céu. Do mesmo modo perseguiram os profetas que vieram antes de vocês.” Mt 5, 10-12.

Portanto como membros do Conselho de Pastoral, reafirmamos nossa fidelidade ao evangelho libertador de Cristo, e assumindo o objetivo geral, as diretrizes e prioridades da Prelazia do Xingu, que tem a defesa da vida e da liberdade como um dos nossos alicerces, manifestamos nossa solidariedade, e reafirmamos que continuaremos firmes e esperançosos, firmes em nossas orações, repudiando essa prisão e exigindo a justiça de forma rápida e transparente.

Que o bom Deus da vida continue a abençoar e Nossa Senhora de Nazaré continue a interceder pelos povos do Xingu.

Altamira, 7 de abril de 2018