Entre os últimos dias 03 e 08 de dezembro, o presidente regional da CNBB Norte 2 e bispo de Óbidos-PA, dom Bernardo Bahlmann, esteve visitando a Diocese de Paramaribo, no Suriname. O bispo esteve acompanhado do Pe. Paolo Andreolli, missionário xaveriano e coordenador do Conselho Missionário (COMIRE) Norte 2 e de Gilberto Gomes, fundador da Comunidade Obra de Maria. A comitiva foi recebida pelo bispo de Paramaribo, dom Karel Chonie.

A Diocese de Paramaribo compreende todo o país surinameso que tem uma extensão territorial de 163.829 Km²; a população estimada é de 558.368 mil pessoas. Um pouco mais de 105 mil destes, se declaram católicos e são assistidos por cerca de 18 sacerdotes, 16 religiosos e 5 diáconos permanentes.

De acordo com o Pe. Paolo, os desafios à Igreja são grandes e preocupantes. “Imaginemos que o país já foi originariamente habitado por indígenas e depois colonizado por holandeses. Em determinada área do país houve um tempo que tínhamos 120 missionários redentoristas, hoje no mesmo lugar são somente quatro. O número de religiosas é reduzido, há também uma dificuldade de encontrar missionários que saibam falar a língua neerlandesa falada por lá”, disse.

O sacerdote destaca também o devido respeito com os indígenas que ainda habitam por lá, bem como a valorização dos nativos que aspiram ao sacerdócio. “A Diocese de Paramaribo que abrange o país inteiro ficou por 18 anos sem uma ordenação sacerdotal, percebemos que temos que avaliar este ponto também do cuidado com a vocação dos que nascem e vivem lá, bem como lutar pelos direitos dos indígenas que sofrem com injusto processo de demarcação de suas terras”, afirmou.

A divisa do Suriname com o Brasil é uma extensão de cerca de 593 km, destes só 25 km divide-se com o estado do Amapá, o restante faz divisa com o Pará. A região fronteiriça é pouco habitada, mas há a presença de indígenas no local.

Missão – A visita teve por objetivo principal organizar e planejar a abertura de uma frente de missão brasileira no país. A Comunidade Obra de Maria, já habituada com o trabalho em fronteiras, deve assumir a missão que será inaugurada até março de 2019. Para tal finalidade, a Diocese já está reformando o Centro Pastoral de Formação que deve abrigar os missionários da comunidade católica que tem sede nacional em Recife-PE.

De acordo com Gilberto, a Obra de Maria que já atua nas fronteiras do Brasil com o Paraguai (Ponta-Porã-PR), Brasil com Peru e Bolívia (Assis Brasil-AC) e Brasil com Bolívia (Corumbá-MS), agora inicia também uma nova missão em Foz do Iguaçu, no Paraná, cidade divisa com o Paraguai. As regiões fronteiriças, destaca ele, são desafiadoras. “Em grande parte delas passam drogas, armas, tráfico humano, etc. Então existe um desafio muito grande e queremos na medida do possível tentar ajudar para que essa realidade mude um pouco, os desafios são muito mas estamos tentar fazer nossa parte”, afirmou.