Celebrando os 300 anos de criação da Diocese de Belém nos mais de quatro séculos de evangelização na Amazônia, a Arquidiocese de Belém vive um ano jubilar. O tom solene da festa é vivido também no compromisso missionário: em 2019, todas as regiões episcopais receberam a chamada “Semana Missionária”, momento de visitas, celebrações especiais em diversas Igrejas e em outros espaços não-eclesiais, reuniões dos bispos com secretárias paroquiais, grupos, pastorais, movimentos e com o clero.

Das Semanas Missionárias diversas propostas surgiram e, entre elas, a de um redimensionamento geográfico de paróquias com suas comunidades. Uma das paróquias que passará por esse reordenamento é a de Santa Rita de Cássia, na Cidade Nova V (Ananindeua-PA), que atualmente conta com três comunidades. Uma delas, a Comunidade Santa Mônica, passará agora para a Paróquia de Nossa Senhora de Guadalupe, além disso duas ruas passam a compor o território da Paróquia Santa Paula Frassinetti.

O bispo auxiliar de Belém, dom Antônio de Assis Ribeiro, tem acompanhado de perto o processo de reorganização geográfica das paróquias. Mais que isso, o bispo se dispõe a estar em mutirão com as comunidades para visitas missionárias e celebrações festivas nestas áreas mais desafiadoras da arquidiocese.

Na última segunda-feira, 09, dom Antônio esteve visitando a Comunidade Santo Agostinho, também da Paróquia Santa Rita de Cássia, em Ananindeua-PA. Às 15h, teve início o Terço da Misericórdia na Capela da Comunidade que é um espaço doméstico cedido por um casal comprometido na comunidade. Após o momento oracional, dom Antônio, o pároco de Santa Rita, Pe. André Teles e o diácono Gilson Rufino repassaram aos presentes algumas orientações práticas para a visitas missionárias. Com ânimo e fervor, diversas pessoas, até mesmo das paróquias vizinhas (Santa Paula Frassinetti e São Lucas Evangelista), colocaram-se a caminho e seguiram de porta em porta testemunhando, acima de tudo, a Igreja em Saída sonhada pelo Papa Francisco.

Dom Antônio foi acompanhado por um grupo de pessoas da comunidade e jovens do Movimento Eucarístico Jovem. Em cada casa, o bispo conduziu uma oração, aspergia água benta e abençoava os moradores e, principalmente, os idosos e portadores de necessidades especiais que recebiam, ainda, a Unção dos Enfermos. Nas ruas e vielas mais distantes, o bispo se pôs a caminho com os paroquianos e levou o Evangelho a todos, até mesmo a pessoas de outra profissão religiosa. Empresas do entorno da comunidade também foram visitadas. O Pe. José Edmundo, vigário paroquial de São Lucas Evangelista, também integrou a equipe de missionários.

As visitas culminaram com uma Celebração Eucarística campal presidida por dom Antônio na Rua A, às 19h30. Cerca de 100 pessoas estiveram presentes. A barraca improvisada no meio da rua abrigou a presença de Jesus Eucarístico, mas também testemunhou a emoção de muitos moradores que naquele mutirão missionário redescobriram seu valor para a Igreja.

O bispo auxiliar destacou na celebração que a Missão engloba a ação de saída. “Não basta ter fé, é preciso ser discípulo-missionário de Jesus. Fazer o que Ele fez, participar da Missão d’Ele de anunciar o Reino com as palavras e com a presença, com a atitude”, destacou. Dom Antônio recordou o momento celebrativo da arquidiocese de Belém e afirmou que este tempo favorece a superação das dificuldades através da descoberta de soluções. “Quem tem fé e é missionário, é criativo, vê possibilidades para superar suas barreiras e dificuldades”, finalizou.

O pároco, padre André Teles, conta que a ideia desta visita na Comunidade Santo Agostinho partiu de dom Antônio em uma conversa informal sobre a realidade paroquial. “Esta comunidade tem uma singularidade na questão sócio-econômica por ser uma das comunidades mais periféricas e desafiadoras no quesito religioso e sacramental. É uma iniciativa de dom Antônio para reconhecimento daquilo que na paróquia já tínhamos em mente e, agora, de forma concreta vivenciar atividades e ser presença constante”, afirmou o sacerdote.