por Vânia Sagresti / Pascom Diocese de Castanhal
foto Alysson Junior /Pascom Cristo Jovem
“Vigia é cidade do estilo antigo, ruas estreitas, alinhadas, casas de feitio colonial e tem uma igreja a recordar os Jesuítas, que há dois séculos se retiraram, ou foram retirados pela prepotência do Marques de Pombal; de um povo que guarda fielmente o patrimônio de fé dos antepassados; e já no final dos anos 1600, celebravam, solenemente, a festa tradicional de Nossa Senhora de Nazaré.
Os Jesuítas, nesses idos, residiram na Vigia, onde construíram a atual matriz. Igreja de estilo colonial, sólida e graciosa, com um renque de colunas dispostas que, lateralmente, sustentam o telhado e dão ao templo uma nota pouco comum.” (da obra ‘Estuário Amazônico’ de D. Antonio Lustosa)
A história dessa obra, tombada pelo IPHAN, e de sua gente foi projetada num documentário, na praça da Igreja Madre de Deus, no centro histórico da cidade de Vigia, na noite de quinta-feira, 12 de dezembro, quando acontecia a cerimônia de reabertura do templo, depois de uma longa temporada de restauração estrutural e embelezamento de seu interior.
A programação teve início, num palanque oficial frente à Matriz, com a presença do bispo dom Carlos Verzeletti, de autoridades políticas locais e estaduais, entre elas, o prefeito municipal, o engenheiro Job Junior e o governador do Estado, Helder Barbalho, que ambos nos seus discursos enalteceram com eminencia o bispo, que percebeu a necessária reforma completa da igreja, tanto do prédio, quanto do seu mobiliário sacro, e expressaram a alegria de entregar ao povo vigiense essa majestosa obra da arte barroca na Região Amazônica.
Ao som da Banda Sinfônica Maestro Vale, que tocava o hino à Nossa Senhora, como num cortejo, todos se dirigiram à igreja. À frente estava dom Carlos que, ao se aproximar da porta central, entre um ou outro toque com o báculo, proferiu as palavras das Escrituras: “Eis a porta do Senhor!”, com a resposta dada pelos fiéis:” Por ela os justos entrarão…”. Logo em seguida, já no interior da igreja, foi descerrada a fita da placa comemorativa.
Houve um momento de ação de graças, também conduzido pelo bispo. Nas suas palavras revelou a sua admiração particular pelo prédio, desde que o viu há mais ou menos trinta anos atrás. Disse que a Igreja, Madre de Deus, é uma das primeiras presentes no Estado do Pará; é a estrela de Vigia, não apenas porque testemunha o passado, mas, também, porque nela se vive e celebra o presente.
Num coro de vozes, após as orações, todos cantaram o Te Deum.
O governador Helder Barbalho, também, recebeu, como presente de dom Carlos, um pequeno ícone de Nossa Senhora de Kazan, de origem russa, com o desejo do bispo, que ela seja presença na sua vida e no seu trabalho.
Ao final desse cerimonial, dom Carlos convidou o governador para visitar todas as dependências da igreja, nos seus pavimentos, mostrando os detalhes que foram embelezados por mãos delicadas de artistas e artesãos.