por Vívian Marler / Assessora de Comunicação do Regional Norte 2
A Arquidiocese de Belém, realizou no sábado passado (15), na Catedral Metropolitana de Belém, a Santa Missa em ação de graças de envio de Dom Antônio de Assis Ribeiro, à Macapá (AP) onde será o novo bispo diocesano. Presidida por Dom Antonio, e concelebrada por Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo de Belém e o bispo auxiliar Dom Paulo Andreolli, a celebração iniciou com um agradecimento pelos serviços de Antônio à Igreja de Belém como bispo auxiliar, seguido da leitura de sua biografia e histórico de seu trabalho realizado em Belém.
“Conhecido como Bispo da Juventude e das Áreas Missionárias, Dom Antônio foi um incansável evangelizador, levando a Igreja a todos os cantos e especialmente aos mais necessitados. Entre suas principais realizações destacam se a implantação de 19 áreas missionárias, sendo a primeira a de nosso Senhora do Perpétuo Socorro, criada 2018 e elevada a paróquia em 2 de fevereiro deste ano e a mais recente, a de Santo Agostinho, criada em 9 de fevereiro. A criação do Centro Juvenil Arquidiocese. Do Ano da Pastoral Juvenil, da realização da Assembleia da Juventude, que resultou no Plano da Pastoral Juvenil da Arquidiocese de Belém e o Projeto Educativo Pastoral do Setor Juventude”, leu a comentarista.
A celebração contou com a participação do clero, diáconos, seminaristas e o povo de Deus, que atentos e emocionados acompanharam a homilia de Dom Alberto, que contou um pouco de sua convivência com Dom Antônio e a importância e gratidão do legado que deixa na Arquidiocese de Belém.
“Nós sempre pensamos que o tempo é muito breve. Dom António sabe que quando nós recebemos a comunicação da parte da Nunciatura Apostólica, eu disse ao Núncio que ele estava me quebrando as pernas, o Núncio riu, mas a decisão já estava tomada, e nós sabemos que os bispos auxiliares passam um tempo ajudando como auxiliares em uma diocese ou arquidiocese e depois são enviados para uma missão própria com o bispo diocesanos, como acontece agora com Dom António.
Nós ouvimos hoje a narrativa da partida de Jesus diante dos seus apóstolos, Ele entrega missões e responsabilidades. O texto semelhante, que está no Evangelho de São Mateus, no capítulo 28, mostra de forma muito explícita aquilo que é a missão do bispo e se completa com esse texto que ouvimos hoje do Evangelho de São Marcos “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi para ides e produzir desfruto”. A vocação do bispo é como todas as outras vocações de consagração. Nasce de uma gratuidade do amor de Deus… Ele coloca no lugar certo, do jeito certo. Cada pessoa que Ele escolhe.
E ele [Dom Antônio] tem sido, nesses anos, um impulso extremamente forte para a ampliação da atividade eclesial e do zelo missionário em nossa Igreja. Ele realiza de uma forma magnífica esta missão evangelizadora e missionária. O bispo, como sucessor dos Apóstolos, deve anunciar o Evangelho, anunciar a boa Nova do Evangelho… E nós sabemos o vigor que Dom Antônio manifesta no anúncio do Evangelho, começando pelos dotes da sua voz, mas de forma muito especial, a disposição para pregar incansavelmente a Palavra de Deus e ir ao encontro das pessoas, levando a Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo. O bispo deve trabalhar por todos, deve servir a todos.
Caríssimos irmãos caríssimos e irmãs, nós estamos dando para Macapá alguém que é um fruto genuíno da nossa vida e da nossa cultura paraense… Nunca houve, devo testemunhar disso, queridos irmãos e irmãs, nunca houve uma contraposição, nunca houve uma discórdia entre nós três [Dom Alberto e os bispos auxiliares]. Vamos usar a palavra o ‘poder’ para enviar Dom Antônio e dizer ‘Siga olhando para o alto e olhando para frente para viver a sua missão de bispo, de sucessor dos Apóstolos’, e que ele seja muito bem acolhido pela Diocese de Macapá e possa trabalhar com muitos frutos para o crescimento do Reino de Deus”, disse Dom Alberto em sua homilia, que se encontra na íntegra, ao final da matéria.
Durante seu discurso, Dom Antônio expressou, emocionado, sua gratidão pelos sete anos e meio, em que esteve como bispo auxiliar da Arquidiocese de Belém, e contou sobre a expectativa da nova missão em Macapá e dos desafios que encontrará.
“Caríssimos irmãos e irmãs, é momento difícil. A despedida é muito difícil. A gente fica com uma série de mistura de sentimento, tristeza, de pesar, de esperança, de expectativa. Então, é o que sinto neste momento. Mas eu tenho ao menos cinco coisas para dizer.
A primeira é gratidão. Gratidão a Deus pela vocação. Gratidão a Deus pela missão. Gratidão à Arquidiocese de Belém por ter me acolhido. Gratidão ao Dom Adalberto, arcebispo. O senhor Dom Alberto, Mestre para mim. Através do Senhor recebi a graça do episcopado e nesses oito anos, quase oito anos, trabalhamos juntos. Eu lhe observei muito suas atitudes, gestos de bondade, firmeza, sua postura empreendedora.
Belém ganhou mais 40 paróquias em poucos anos. Então, para nós é muito significativo… muito obrigado pelo carinho, obrigado pelo acompanhamento. Obrigado pelo espírito fraterno. Obrigado por todos os bons exemplos de bispo, de pastor. E agradeço a Deus por essa experiência.
Agradeço também a Deus pela presença dos auxiliares da minha vida, meus colegas, companheiros. Dom Irineu, com o qual nós trabalhamos dois anos, quase três. E agora, quando Dom Paulo, que está aqui. Aquilo que Dom Alberto falou sobre a questão da sinodalidade, da comunhão dos bispos. É verdade, gente, é verdade. Eu tenho essa graça de Deus de viver numa comunidade. E de fato, encontrei uma comunidade.
Quero agradecer a vocês, caríssimos sacerdotes, porque sem vocês não existiriam os bispos, sem vocês não existiriam igrejas, paróquias. São vocês que são as pernas e os bispos as mãos, a voz que ressoa nas paróquias, nas comunidades. Obrigado pela parceria. Obrigado pela abertura. Peço perdão se algumas vezes não fui compreendido ou não compreendi vocês, mas é assim mesmo. Não existe bispo perfeito, padre perfeito, papa perfeito… Estão aqui atrás os seminaristas. E vocês conhece bem o Dom Antônio, na sala de aula, andando pelas faculdades das comunidades, para frente, com alegria e firmeza. Sejam padres alegres, padres ousados, animados, abertos ao diálogo. Aos diáconos, obrigado pelo serviço que vocês prestam, sobretudo em áreas de fronteiras.
Quero agradecer a vocês, o povo de Deus, aos religiosos, as religiosas, aos movimentos, às novas comunidades. Esse é um grande diferencial da Arquidiocese de Belém. A presença das novas comunidades que cresçam cada vez mais na comunhão da sinodalidade, no avançar para áreas mais profundas das periferias existenciais e geográficas.
Agradeço de coração escancarado as juventudes, as juventudes da Arquidiocese de Belém. Temos catalogadas 46 expressões juvenis. Isso é uma riqueza muito grande e eu creio que não podemos pensar a Igreja sem as juventudes, sem os carismas, sem a beleza, o vigor, o ânimo, a coragem, a criatividade, o sonho dos jovens. Então, caríssimos jovens, muito obrigado pela presença de vocês na minha vida.
Cultivemos cada vez mais esse olhar além-fronteiras. As cidades crescem, desenvolvem. Belém cresce, as cidades se expandem, e nós não podemos de forma alguma, não olhar as novas fronteiras, os novos desafios, aqueles que estão chegando, que estão nascendo, não é verdade? Eles precisam do Evangelho, é necessário evangelizar para despertar a fé.
E agora um pedido e concluo eu vou para uma diocese que vai precisar reforçar a presença clero, a presença dos sacerdotes, dos presbíteros, a Diocese de Macapá é todo o Estado do Amapá. Já tenho os dados concretos, dados estatísticos, clamores. Compartilhei esses dias a carta confidencial, confidencial, mas a gente compartilha com o arcebispo, sobre as recomendações do núncio da Nunciatura para o bispo que assume.
E temos ali alguns desafios… como a questão da presença de sacerdotes em todos os contextos da diocese. Nós temos várias paróquias sem padres, nós temos municípios sem paróquias. Então nós temos aí um pedido para quem quiser ir para Macapá, converse com o arcebispo.
Caríssimos irmãos e mães, a última coisa que peço rezem por mim, reze por mim, para que a gente possa, jamais entrar num contexto com outra mentalidade que não seja aquela de servidor, de ser servo e de ser bom pastor. E me coloco diante dessa nova missão. Com esse espírito vou como servidor, vou como servo de todos.
Quero ser bom pastor, me ajudem para que a gente possa manter esse propósito com serenidade, com alegria, criatividade e ousadia. E que todos possam acolher esse clamor de sermos uma Igreja una, sinodal, apaixonada por Jesus Cristo e pela promoção do Reino de Deus. Rezem por mim! Muito obrigado”, falou o novo bispo de Macapá, em seu discurso de despedida, que pode ser lido na íntegra ao final desta matéria.
Ao final da Celebração Eucarística, padre Hélio Fronczak em nome da Pastoral Presbiteral, presenteou Dom Antônio, em nome do presbitério da Arquidiocese com um cálice é uma patena como significado dos dons da sua vida e de seu ministério “em nome da nossa Comissão de Presbíteros, quero expressar a Dom Antônio aquilo que foi, como ouvimos no início da Missa, o motivo que nos reuniu nesta manhã. Gratidão a Deus por todo o ministério episcopal de Dom Antônio em nossa Arquidiocese nesse período que aqui passou e pedir a Deus bênçãos e graças para sua nova missão. Queremos continuar agradecidos a Deus pela sua missão entre nós, e continuar rezando, pedindo as bênçãos para esta nova etapa de sua vida.
A Comissão pensou em lhe entregar uma simples lembrança, mas rica, certamente no significado. Um cálice e uma patena. É verdade que aonde o bispo vai em todas as paróquias e comunidades, sempre encontra o cálice e patena da própria paróquia. Mas este que queremos lhe entregar nesta ocasião é para dizer que nesta patena possa ser recolhido todos os dons da sua vida e de seu ministério, para ser entregue a Deus nas celebrações. E igualmente o cálice que contém o sangue de Cristo possa também recolher o seu sangue derramado no serviço pastoral e entregue a Deus. Com esta lembrança. Que padre Edinaldo, representando a nossa comissão e presbíteros, lhe entrega agora. Gratidão por tudo, Dom Antônio”, finalizou padre Helio.
ABAIXO HOMILIA DE DOM ALBERTO TAVEIRA CORREA, ARCEBISPO DA ARQUIDIOCESE DE BELÉM
HOMILIA_DOM ALBERTO TAVEIRA_ARCEBISPO BELEM_MISSA DE AÇÃO DE GRAÇAS DE ENVIO_ABAIXO AGRADECIMENTOS DE DOM ANTONIO DE ASSIS RIBEIRO, BISPO ELEITO PARA A DIOCESE DE MACAPÁ
AGRADECIMENTO_DOM ANTONIO_MISSA DE AÇÃO DE GRAÇAS DE ENVIO_