por Vívian Marler / Assessora de Comunicação do Regional Norte 2 da CNBB
Foi observado que desde o falecimento do Papa Francisco (21/04/25) o brasão do Vaticano sofreu uma alteração, passando a ser apresentado o brasão da Câmara Apostólica, que substitui temporariamente o brasão do pontífice durante o período conhecido como “sede vacante”.
Como citado na Constituição Apostólica do Sumo Pontífice João Paulo II Universi Dominici Gregis. Acerca da vacância da Sé Apostólica e da Eleição do Romano Pontífice é citado também na Constituição os poderes do Colégio dos Cardeais durante a vacância da Sé Apostólica; as congregações dos Cardeais preliminares à eleição do Sumo Pontífice; alguns cargos durante o período da Sé Apostólica Vacante; as Faculdades dos Dicastérios da Cúria Romana durante a Vacância da Sé Apostólica; as exéquias do Romano Pontífice; os eleitores do Romano Pontífice; o lugar da eleição e as pessoas lá admitidas em razão do seu ofício; o início dos Atos da Eleição; a observância do segredo sobre tudo aquilo que diz respeito à eleição; a realização da eleição; sobre tudo o que deve ser observado ou evitado na eleição do Sumo Pontífice; e a aceitação, proclamação e início do Ministério do Novo Pontífice.
Quanto a alteração do brasão, acontece provisoriamente, porque representa a autoridade do camerlengo, cardeal responsável por governar o Vaticano até a escolha do novo Papa. Que neste caso, ocupa o lugar de carmelengo o Cardeal Kevin Farrell, nomeado pelo Papa Francisco em fevereiro de 2019, que também é o prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, desde 2016.
Explicando os Brasões
Quando há um Papa, o brasão traz a tiara papal sobre duas chaves cruzadas.
No período de “sede vacante” é adotado o umbráculo (guarda-sol vermelho e dourado) com as mesmas chaves cruzadas no lugar da tiara.
Quem é o camerlengo?
O camerlengo é o Cardeal Kevin Joseph Farrell, nasceu em 2 de setembro de 1947 em Dublin, na Irlanda. Prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, camerlengo da Santa Igreja Romana, presidente da Comissão de Matérias Reservadas, presidente do Comitê para os Investimentos.
Depois de exercer inicialmente o ministério como capelão do Movimento Regnum Christi na Universidade de Monterrey, no México, em 1983, desempenhou o serviço pastoral na paróquia de São Bartolomeu em Bethesda (Washington), nos Estados Unidos da América.
No ano seguinte, incardinou-se na arquidiocese da capital americana, onde foi vice-pároco de São Tomás Apóstolo até 1985, depois diretor do Centro Católico Espanhol em 1986, diretor executivo regente das organizações caritativas católicas de 1987 a 1988, secretário para os assuntos financeiros de 1989 a 2001 e pároco da Anunciação de 2000 a 2002.
Entretanto, a partir de 2001, começou a exercer os ofícios de vigário geral para a administração e de moderador da cúria. Em 28 de dezembro do mesmo ano, foi nomeado por João Paulo II bispo titular de Rusuccuru e auxiliar de Washington, recebendo a ordenação episcopal em 11 de fevereiro de 2002 do cardeal arcebispo Theodore Edgar McCarrick. Escolheu State in fide como lema.
Em 6 de março de 2007, Bento XVI o chamou para liderar a diocese de Dallas, onde ingressou em 1º de maio seguinte. Ao longo do ministério episcopal, teve a responsabilidade de vários cargos: chanceler da Universidade de Dallas; membro do conselho de administração da Universidade Católica da América, da Papal Foundation, da basílica – santuário nacional da Imaculada Conceição, do instituto São Lucas em Washington; presidente da Nova Evangelização da América; delegado nacional aos congressos eucarísticos internacionais; membro do conselho diretivo dos amigos do Pontifício Colégio Irlandês em Roma; moderador episcopal da consulta para a gestão financeira diocesana.
Dentro da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, desempenhou as funções de tesoureiro, presidente do Comitê para o orçamento e as finanças e daquele para as coletas nacionais, membro do Comitê para o culto divino, consultor do Comitê para a imigração, membro do Grupo Operacional para a promoção das vocações ao sacerdócio e à vida consagrada.
Em 15 de agosto de 2016, o Papa Francisco o nomeou Prefeito do dicastério para os leigos, a família e a vida, no qual confluíram competências e funções dos Pontifícios Conselhos para os leigos e para a família, que deixaram de existir a partir de 1º de setembro de 2016.
Nomeado Cardeal por Papa Francisco no Consistório de 19 de novembro de 2016, da Diaconia de São Juliano Mártir. Papa Francisco o nomeou Camerlengo da Santa Igreja Romana em 14 de fevereiro de 2019 e em 29 de setembro de 2020, o Santo Padre Francisco o nomeou Presidente da Comissão de Matérias Reservadas, e em 2 de junho de 2023, o nomeou, com efeito a partir de 1º de janeiro de 2024, Presidente do Tribunal de Cassação do Estado da Cidade do Vaticano.
Cardeal Kevin Farrell é membro dos Dicastérios para os Institutos de vida consagrada e as Sociedades de vida apostólica; para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos; para os Textos Legislativos, para a Evangelização, Seção para as questões fundamentais da evangelização do mundo; do Ofício da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica; e da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano.