por Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, SDV
Bispo da Prelazia do Marajó
Lucas começa este evangelho afirmando que os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar e que os fariseus e os mestres da lei ficavam criticando Jesus (conferir versículos 1 e 2). Isto nos dá a oportunidade de nos perguntar: E nós nos aproximamos de Jesus para que? Para escutá-lo, para aprender dEle ou para criticá-lo? Nós nos aproximamos da Igreja para escutá-la ou para criticá-la? Precisamos ter cuidado com os fariseus e mestres da lei de nossos tempos, pessoas que se dizem cristãs e católicas, mas usam as redes sociais para criticar o Papa Francisco, para criticar a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, para criticar a Campanha da Fraternidade, para criticar que se faz solidário com os empobrecidos, excluídos, marginalizados e injustiçados de nossa sociedade.
Parábola do Pai Misericordioso ou do filho pródigo (conferir versículos 11 a 32): Deus é o Pai da parábola: sofre com o filho que vai embora e se alegra e festeja a sua volta; Assim acontece conosco! Deus sofre quando nos afastamos dEle e achamos que poderemos viver fora da casa, sem comunhão com Deus. Mas Deus não desiste de nós, nunca! Deus fica esperando nosso retorno, Deus nos ama com amor eterno, infinito. Deus celebra nosso retorno!
Nós somos os filhos da parábola: o mais novo que abandona o pai para ser “livre”, sofre, arrepende-se e volta; ou o outro, o mais velho, que fica em casa, mas exige recompensa, tem raiva do outro irmão, é rancoroso. Que filho eu sou?
Devemos reproduzir em nós a atitude do filho mais novo: vai embora, mas se arrepende e volta. Esta parábola nos ensina que Deus nos dá sempre uma nova oportunidade, aproveitemos! Mas devemos, também, dar uma nova oportunidade a quem erra. Por isto nossa Igreja nos ensina a dizer não às armas, não à pena de morte, não às guerras, não à vingança com as próprias mãos, não à perseguição política, não a toda forma de violência física, psicológica e espiritual, não a toda forma de ditadura. Por isto aqui no Brasil a gente se soma com quem afirma profeticamente: DITADURA E GOVERNO MILITAR NUNCA MAIS!
Continuemos a viver intensamente este Tempo da Quaresma: tempo de voltarmos para Deus! Por isto tempo de nos dedicarmos mais à escuta da Palavra de Deus, tempo de rezar mais, tempo de praticarmos mais a solidariedade/Caridade, tempo da Campanha da Fraternidade 2025: Fraternidade e Ecologia integral, que nos convida a Cuidar da Vida, dom de Deus, na natureza e nos irmãos e irmãs, especialmente nos empobrecidos e marginalizados de nossa sociedade.