O bispo – auxiliar de Belém do Pará (PA) e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, Dom Antônio de Assis Ribeiro, refletiu sobre os grandes desafios da Pastoral Juvenil. Estava presente no 3º Encontro Nacional de Revitalização da Pastoral Juvenil, em Niterói (RJ) que aconteceu no dias 17 a 19 de junho, com os mais de cem participantes, vindos de todos os Regionais do país, o bispo elencou dez grandes desafios, entre eles a identidade da Pastoral, a questão vocacional e a sinodalidade.

Tempo de grandes mudanças

Contextualizando o presente como um período de mudança de época, Dom Antônio falou sobre a necessidade de renovações e reconfigurações na Pastoral Juvenil, assim como muitos setores de dentro e de fora Igreja estão passando por atualizações.

“Estamos em tempos de grandes mudanças, por isso somos chamados a refletir sobre o redimensionamento, reconfiguração, reestruturação e renovação. Trata-se de um processo de reorganização e também a Pastoral Juvenil deve fazer esse mesmo processo.”

Dom Antônio recordou que o Documento de Aparecida (2007) já apresentava esta necessidade, bem como o Documento 100 da CNBB, Comunidade de Comunidades: uma nova Paróquia. “A renovação das Paróquias é também das suas estruturas e lá estamos nós: a Pastoral Juvenil”.

 

A sensibilidade juvenil e a questão vocacional

Dom Antônio refletiu sobre a importância da Pastoral Juvenil ter a sensibilidade de reconhecer as diferentes necessidades das juventudes. “Não podemos fazer nenhuma Pastoral que não esteja encarnada na existencialidade, e os documentos do Papa Francisco são muito claros com relação a isso”. Para o bispo, desafios como o vazio existencial que atinge muitos jovens, bem como a fragilidade psicológica, a criminalidade, a drogadição, a pobreza e a miséria devem despertar a ação da Igreja.

A importância da Pastoral Juvenil trabalhar o projeto de vida com os jovens também foi abordada por Dom Antônio. “Falar de questão vocacional significa enfrentar hoje a ideologia do presentismo, do imediatismo, das relações descompromissadas. (…) É uma necessidade voltarmos a falar sobre projeto de vida”.

Desafios da Pastoral Juvenil

Além disso, Dom Antônio apresentou como um grande desafio fazer com que os jovens tenham um verdadeiro encontro, conhecimento e amizade com a pessoa de Jesus Cristo, tornando-se discípulos e missionários, bem como a importância de uma Pastoral Juvenil sinodal e preventiva, com engajamento sócio-eclesial, com visibilidade social e auto-sustentável.