por Vívian Marler / Assessora de Comunicação da CNBB Regional Norte 2

Foi realizado nos dias 06 e 07 de janeiro, na sede do Regional Norte 2 da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, em Belém (PA) o minicurso “Igreja e Política: Diretrizes para a proteção dos Menores e das Pessoas Vulneráveis”, assessorado pelo professor Marcos Vinicius de Freitas Reis, da diocese de Macapá e representante da região Norte da Comissão Executiva do Centro Nacional de Fé e Política – CEFEP.

Com o objetivo de discutir políticas públicas voltadas para as questões sobre as pessoas em situação de vulnerabilidade social e na sua relação com as instituições religiosas, o evento reuniu pessoas ligadas a movimentos sociais, ribeirinhos, negros, militante das pastorais sociais e interessados no tema.

Para o professor Marcos Vinicius a relação entre a instituição religiosa e a pessoa que se encontra em estado de vulnerabilidade tem se mostrado mais eficaz “com o sentimento do olhar e as ações através de agentes pastorais cada vez mais preparados para lidar com a situação, já melhorou e pode melhorar ainda mais com ações muito mais eficazes. Mas ainda é preciso mudar a percepção dos leigos para as necessidades de toda igreja sobre o tema, e assumir uma importância maior e sistemática nas nossas comunidades. Assim como quebrar o tabu de não poder falar espanhol, mas o importante é a necessidade da conscientização de como ocorre, e o que fazer com o que acontece”

De acordo com a divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em maio de 2024, mais de 33 milhões de brasileiros enfrentaram insegurança alimentar extrema em 2022, ou seja, essas pessoas não tinham acesso adequado à alimentação. Em 2023, o número caiu para 8,7 milhões, porém, este número ainda é considerado alarmante.

Com essa diferença econômica nas classes sociais há o impacto direto na qualidade de vida dos grupos vulnerabilizados, fazendo com que não somente a saúde física seja afetada, mas a mental também, fazendo com que ocorra o aumento de doenças, violência e diminuição da expectativa de vida nas regiões de extrema pobreza. Além disso, a situação impede que esses grupos participem ativamente da vida social, econômica e política, enfraquecendo assim a estrutura social.

Para que esta situação diminua é necessário, segundo o professor Marcos Vinicius, que o debate sobre políticas públicas continue “eu acho que cada vez mais precisa-se avançar esse debate nas nossas comunidades, não apenas pelos leigos e pela Igreja, mas por toda a sociedade”.