por Vívian Marler / Assessora de Comunicação do Regional Norte 2 da CNBB
Na manhã de hoje (25) Papa Leão XIV encontrou-se com os 400 bispos inscritos para o ‘Jubileu dos Bispos’, que representavam vários países como Italía, Espanha, Polônia, Portugal, Argentina, Venezuela, Estados Unidos, Filipinas e o Brasil que estava como a maior representatividade no encontro, com 70 representantes dos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB. Do Regional Norte 2 participaram Dom Alberto Taveira Corrêa – Arcebispo da Arquidiocese de Belém, Dom Paulo Andreolli – bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belém, Dom Carlos Verzeletti – Bispo da Diocese de Castanhal e Dom Frei Bernardo Johannes Bahlmann da Diocese de Óbidos.
Os bispos receberam a estola, a casula e a mitra do Ano Santo, e depois fizeram a peregrinação à Porta Santa de São Pedro. Dentro da Basílica, concelebraram a missa, presidida pelo prefeito emérito do Dicastério para os Bispos, cardeal Marc Ouellet, e depois ouviram o discurso de Leão XIV.
No Altar da Cátedra, na Basílica de São Pedro, o discurso focou no papel dos bispos como pastores e testemunhas de esperança. O Pontífice enfatizou a importância da fé, esperança e caridade na vida de um bispo, assim como a necessidade de prudência pastoral, pobreza evangélica e virtudes humanas. O discurso ressaltou a importância da unidade na Igreja e o papel do bispo em promover a comunhão e apoiar os presbíteros.
Dom Alberto Taveira compartilha, com o povo de Deus, do regional Norte 2, a experiência de encontro com o Papa, destacando a responsabilidade dos bispos em testemunhar a fé, a esperança e a caridade junto ao povo. “Caríssimos irmãos e irmãs de todo o regional norte 2, eu junto com vários bispos do nosso regional, estamos participando com sacerdotes de várias das nossas dioceses das atividades ligadas ao jubileu, e hoje tivemos um encontro com o Papa. Ele acenou a responsabilidade dos bispos, colocando em relevo a dimensão da fé, da esperança e da caridade, para que o bispo seja esse sinal de amor e testemunha, junto do seu povo, acompanhando as pessoas, especialmente os seus presbíteros. Foi um encontro muito positivo. Nós fizemos a peregrinação, a Basílica de São Pedro tivemos a Santa Missa presida pelo Cardeal Uel que prefeito em de Cast para os Bispos e depois tivemos a meditação presidida pelo Papa Leão XIV. Para todos nós Bispos uma experiência de colegialidade, de sinodalidade uma experiência de partilha de fé, de oração e o Papa quando começou a meditação conosco ele dizia que além de nós sermos homens do ministério, nós somos fiéis como todos os outros. E por isso fazemos a experiência da peregrinação, a experiência jubilar, justamente para sermos com o nosso povo, pessoas que vivem essa experiência de sermos peregrinos de esperança. Nós queremos agradecer a Deus e desejar que os frutos desta peregrinação jubilar cheguem para todas as nossas arquidioceses, dioceses e perlasias do Regional Norte 2. Um abraço e uma saudação a todos vocês“, disse o Arcebispo de Belém.
Dom Paulo destacou a experiência de comunhão e sinodalidade vivida por bispos do Brasil e do mundo, ressaltando o chamado para serem semeadores de esperança e animadores de comunidades que valorizem os carismas e o potencial de cada pessoa a serviço da Igreja.”Participamos de uma audiência toda especial com o Santo Padre. O Papa Leão XIV, foi uma experiência muito grande, com a presença de bispos do Brasil e do mundo inteiro. Experimentamos realmente a comunhão em redor do nosso Santo Padre. O Pedro de hoje, toda a Igreja está reunida, todos os bispos e atrás de cada bispo, cada fiel, cada padre, cada diácono, cada ministro de todas as nossas dioceses e paróquias.Então, este foi um momento de grande, uma experiência de comunhão, uma experiência de sinodalidade, uma experiência no qual cada um de nós é chamado a participar. Foram, de fato, palavras muito interessantes aquele do Santo Padre a respeito de como nós, bispos, temos que ser bispos que semeiam esperança. Que Jesus Cristo, através entre as várias coisas, oferecer comunidades vivas que possa transmitir a esperança, comunidades, animar as comunidades, que valoriza os carismas, os o potencial de cada pessoa e se coloquem todos a serviço da Igreja. Então que Deus abençoe Nosso Santo Padre e que abençoe a nossa Igreja e a nossa Igreja do Brasil, do nosso Regional Norte dois, do Pará e de Belém”, contou o bispo Auxiliar de Belém, após o encontro nesta manhã.
Leia abaixo o discurso na integra do Papa Leão XIV
MEDITAÇÃO PARA OS PARTICIPANTES DO JUBILEU DOS BISPOS
Basílica de São Pedro, no Altar da Cátedra, em 25 de junho de 2025
“Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A paz esteja convosco!
Caros confrades, bom dia e sejam bem-vindos!
Aprecio e admiro o vosso empenho em vir peregrinos a Roma, bem sabendo quanto são prementes as exigências do ministério. Mas cada um de vós, como eu, antes de ser pastor, é ovelha do rebanho do Senhor! E, portanto, também nós, aliás, nós em primeiro lugar somos convidados a atravessar a Porta Santa, símbolo de Cristo Salvador. Para guiar a Igreja confiada aos nossos cuidados devemos deixar-nos profundamente renovar por Ele, o Bom Pastor, para nos conformarmos plenamente ao seu coração e ao seu mistério de amor.
«Spes non confundit», «a esperança não decepciona» (Rm 5,5). Quantas vezes o Papa Francisco repetiu estas palavras de São Paulo! Tinham-se tornado o seu lema, tanto que as escolheu como íncipit da Bula de proclamação deste Ano Jubilar.
Nós, bispos, somos os primeiros herdeiros desta profética entrega, e devemos guardá-la e transmiti-la ao Povo de Deus, com a palavra e o testemunho. Por vezes, anunciar que a esperança não decepciona significa ir contracorrente, até mesmo contra a evidência de situações dolorosas que parecem sem saída. Mas é precisamente nesses momentos que pode melhor manifestar-se como o nosso crer e o nosso esperar não vêm de nós, mas de Deus. E então, se estivermos verdadeiramente próximos, solidários com quem sofre, o Espírito Santo pode reavivar nos corações também a chama já quase apagada (cf. Bula Spes non confundit, 3).
Caríssimos, o pastor é testemunha de esperança com o exemplo de uma vida solidamente ancorada em Deus e toda doada no serviço da Igreja. E isto acontece na medida em que ele é identificado com Cristo na sua vida pessoal e no seu ministério apostólico: então o Espírito do Senhor dá forma ao seu modo de pensar, aos seus sentimentos, aos seus comportamentos. Detenhamo-nos juntos sobre alguns traços que caracterizam este testemunho.
Antes de mais nada, o Bispo é o princípio visível de unidade na Igreja particular a ele confiada. É sua tarefa fazer com que ela se edifique na comunhão entre todos os seus membros e com a Igreja universal, valorizando o contributo dos diversos dons e ministérios para o crescimento comum e para a difusão do Evangelho. Neste serviço, como em toda a sua missão, o Bispo pode contar com a especial graça divina que lhe foi conferida na Ordenação episcopal: ela o sustenta como mestre de fé, como santificador e guia espiritual; anima a sua dedicação para o Reino de Deus, para a salvação eterna das pessoas, para transformar a história com a força do Evangelho.
O segundo aspeto que gostaria de considerar, sempre a partir de Cristo como forma da vida do Pastor, defini-lo-ia assim: o Bispo como homem de vida teologal. O que equivale a dizer: homem plenamente dócil à ação do Espírito Santo, que suscita nele a fé, a esperança e a caridade e as alimenta, como a chama do fogo, nas diversas situações existenciais.
O Bispo é homem de fé. E aqui me vem à mente aquela estupenda página da Carta aos Hebreus (cf. cap. 11), onde o Autor, começando por Abel, faz uma longa lista de “testemunhas” da fé; e em particular penso em Moisés, o qual, chamado por Deus a guiar o povo à terra prometida, «permaneceu firme – diz o texto – como se visse o invisível» (Hb 11,27). Que belo este retrato do homem de fé: um que, pela graça de Deus, vê além, vê a meta, e permanece firme na provação. Pensemos nas vezes em que Moisés intercede pelo povo perante Deus. Eis: o Bispo na sua Igreja é o intercessor, porque o Espírito mantém viva no seu coração a chama da fé.
Nesta mesma perspetiva, o Bispo é homem de esperança, porque «a fé é o fundamento do que se espera e a prova do que não se vê» (Hb 11,1). Especialmente quando o caminho do povo se torna mais fatigante, o Pastor, por virtude teologal, ajuda a não desesperar: não com palavras, mas com a proximidade. Quando as famílias carregam pesos excessivos e as instituições públicas não as apoiam adequadamente; quando os jovens estão desiludidos e nauseados de mensagens ilusórias; quando os idosos e as pessoas com deficiência grave se sentem abandonados, o Bispo está próximo e não oferece receitas, mas a experiência de comunidades que procuram viver o Evangelho em simplicidade e em partilha.
E assim a sua fé e a sua esperança se fundem nele como homem de caridade pastoral. Toda a vida do Bispo, todo o seu ministério, tão diversificado e multiforme, encontra a sua unidade nisto que Santo Agostinho chama amoris officium. Aqui se exprime e transparece ao máximo grau a sua existência teologal. Na pregação, nas visitas às comunidades, na escuta dos presbíteros e dos diáconos, nas escolhas administrativas, tudo é animado e motivado pela caridade de Jesus Cristo Pastor. Com a sua graça, haurida quotidianamente na Eucaristia e na oração, o Bispo dá exemplo de amor fraterno para com o seu coadjutor ou auxiliar, do Bispo emérito e dos Bispos das dioceses vizinhas, dos seus colaboradores mais próximos como dos padres em dificuldade ou doentes. O seu coração é aberto e acolhedor, e assim é a sua casa.
Caríssimos irmãos, este é o núcleo teologal da vida do Pastor. Em torno dele, e sempre animadas pelo mesmo Espírito, gostaria de colocar outras virtudes indispensáveis: a prudência pastoral, a pobreza, a perfeita continência no celibato e as virtudes humanas.
A prudência pastoral é a sabedoria prática que guia o Bispo nas suas escolhas, no governar, nas relações com os fiéis e com as suas associações. Um claro sinal da prudência é o exercício do diálogo como estilo e método nas relações e também na presidência dos organismos de participação, ou seja, na gestão da sinodalidade na Igreja particular. Sobre este aspeto, o Papa Francisco nos fez dar um grande passo em frente, insistindo, com sabedoria pedagógica, na sinodalidade como dimensão da vida da Igreja. A prudência pastoral permite ao Bispo também guiar a comunidade diocesana, valorizando as suas tradições e promovendo novos caminhos e novas iniciativas.
Para dar testemunho ao Senhor Jesus, o Pastor vive a pobreza evangélica. Tem um estilo simples, sóbrio e generoso, digno e, ao mesmo tempo, adequado às condições da maioria do seu povo. As pessoas pobres devem encontrar nele um pai e um irmão, não se sentirem desconfortáveis ao encontrá-lo ou ao entrar na sua habitação. Ele é pessoalmente desapegado das riquezas e não cede a favoritismos com base nelas ou noutras formas de poder. O Bispo não deve esquecer que, como Jesus, foi ungido de Espírito Santo e enviado a levar a boa nova aos pobres (cf. Lc 4,18).
Juntamente com a pobreza efetiva, o Bispo vive também aquela forma de pobreza que é o celibato e a virgindade para o Reino dos céus (cf. Mt 19,12). Não se trata apenas de ser celibatário, mas de praticar a castidade do coração e da conduta e, assim, viver o seguimento de Cristo e oferecer a todos a verdadeira imagem da Igreja, santa e casta nos membros como na Cabeça. Ele deverá ser firme e decidido ao enfrentar as situações que podem dar escândalo e qualquer caso de abuso, especialmente em relação a menores, atendo-se às atuais disposições.
Finalmente, o Pastor é chamado a cultivar aquelas virtudes humanas, que também os Padres conciliares quiseram mencionar no Decreto Presbyterorum Ordinis (n. 3) e que, com maior razão, são de grande ajuda ao Bispo no seu ministério e nas suas relações. Podemos mencionar a lealdade, a sinceridade, a magnanimidade, a abertura da mente e do coração, a capacidade de se alegrar com quem se alegra e sofrer com quem sofre; e assim também o domínio de si, a delicadeza, a paciência, a discrição, uma grande propensão à escuta e ao diálogo, a disponibilidade ao serviço. Também estas virtudes, das quais cada um de nós é mais ou menos dotado por natureza, podemos e devemos cultivá-las em conformidade com Jesus Cristo, com a graça do Espírito Santo.
Caríssimos, a intercessão da Virgem Maria e dos Santos Pedro e Paulo obtenha para vós e para as vossas comunidades as graças de que mais necessitais. Em particular, vos ajudem a ser homens de comunhão, a promover sempre a unidade no presbitério diocesano, e que cada presbítero, ninguém excluído, possa experimentar a paternidade, a fraternidade e a amizade do Bispo. Este espírito de comunhão encoraja os presbíteros no seu empenho pastoral e faz crescer na unidade a Igreja particular.
Agradeço-vos a vossa lembrança na oração! E também eu rezo por vós e de coração vos abençoo.”
…
[versão original em Italiano]
DISCORSO DEL SANTO PADRE LEONE XIV AI VESCOVI IN OCCASIONE DEL LORO GIUBILEO
Basilica di San Pietro, Altare della Cattedra Mercoledì, 25 giugno 2025
Cari confratelli, buongiorno e benvenuti!
Apprezzo e ammiro il vostro impegno di venire pellegrini a Roma, ben sapendo quanto siano pressanti le esigenze del ministero. Ma ognuno di voi, come me, prima di essere pastore, è pecora del gregge del Signore! E dunque anche noi, anzi, noi per primi siamo invitati ad attraversare la Porta Santa, simbolo di Cristo Salvatore. Per guidare la Chiesa affidata alle nostre cure dobbiamo lasciarci profondamente rinnovare da Lui, il Buon Pastore, per conformarci pienamente al suo cuore e al suo mistero d’amore.
«Spes non confundit», «la speranza non delude» (Rm 5,5). Quante volte Papa Francesco ha ripetuto queste parole di San Paolo! Erano diventate un suo motto, tanto che le ha scelte come incipit della Bolla d’indizione di questo Anno giubilare.
Noi vescovi siamo i primi eredi di questa profetica consegna, e dobbiamo custodirla e trasmetterla al Popolo di Dio, con la parola e la testimonianza. A volte, annunciare che la speranza non delude significa andare controcorrente, persino contro l’evidenza di situazioni dolorose che sembrano senza via d’uscita. Ma è proprio in quei momenti che può meglio manifestarsi come il nostro credere e il nostro sperare non vengano da noi, ma da Dio. E allora, se siamo davvero vicini, solidali con chi soffre, lo Spirito Santo può ravvivare nei cuori anche la fiamma ormai quasi spenta (cfr Bolla Spes non confundit, 3).
Carissimi, il pastore è testimone di speranza con l’esempio di una vita saldamente ancorata in Dio e tutta donata nel servizio della Chiesa. E ciò avviene nella misura in cui egli è identificato con Cristo nella sua vita personale e nel suo ministero apostolico: allora lo Spirito del Signore dà forma al suo modo di pensare, ai suoi sentimenti, ai suoi comportamenti. Soffermiamoci insieme su alcuni tratti che caratterizzano questa testimonianza.
Anzitutto, il Vescovo è il principio visibile di unità nella Chiesa particolare a lui affidata. È suo compito fare in modo che essa si edifichi nella comunione tra tutti i suoi membri e con la Chiesa universale, valorizzando il contributo dei diversi doni e ministeri per la crescita comune e per la diffusione del Vangelo. In questo servizio, come in tutta la sua missione, il Vescovo può contare sulla speciale grazia divina conferitagli nell’Ordinazione episcopale: essa lo sostiene come maestro di fede, come santificatore e guida spirituale; anima la sua dedizione per il Regno di Dio, per la salvezza eterna delle persone, per trasformare la storia con la forza del Vangelo.
Il secondo aspetto che vorrei considerare, sempre a partire da Cristo come forma della vita del Pastore, lo definirei così: il Vescovo come uomo di vita teologale. Il che equivale a dire: uomo pienamente docile all’azione dello Spirito Santo, che suscita in lui la fede, la speranza e la carità e le alimenta, come la fiamma del fuoco, nelle diverse situazioni esistenziali.
Il Vescovo è uomo di fede. E qui mi viene in mente quella stupenda pagina della Lettera agli Ebrei (cfr cap. 11), dove l’Autore, cominciando da Abele, fa un lungo elenco di “testimoni” della fede; e in particolare penso a Mosè, il quale, chiamato da Dio a guidare il popolo alla terra promessa, «rimase saldo – dice il testo – come se vedesse l’invisibile» (Eb 11,27). Che bello questo ritratto dell’uomo di fede: uno che, per la grazia di Dio, vede oltre, vede la meta, e rimane saldo nella prova. Pensiamo alle volte in cui Mosè intercede per il popolo al cospetto di Dio. Ecco: il Vescovo nella sua Chiesa è l’intercessore, perché lo Spirito mantiene viva nel suo cuore la fiamma della fede.
In questa stessa prospettiva, il Vescovo è uomo di speranza, perché «la fede è fondamento di ciò che si spera e prova di ciò che non si vede» (Eb 11,1). Specialmente quando il cammino del popolo si fa più faticoso, il Pastore, per virtù teologale, aiuta a non disperare: non a parole ma con la vicinanza. Quando le famiglie portano pesi eccessivi e le istituzioni pubbliche non le sostengono adeguatamente; quando i giovani sono delusi e nauseati di messaggi illusori; quando gli anziani e le persone con disabilità gravi si sentono abbandonati, il Vescovo è vicino e non offre ricette, ma l’esperienza di comunità che cercano di vivere il Vangelo in semplicità e in condivisione.
E così la sua fede e la sua speranza si fondono in lui come uomo di carità pastorale. Tutta la vita del Vescovo, tutto il suo ministero, così diversificato e multiforme, trova la sua unità in questo che Sant’Agostino chiama amoris officium. Qui si esprime e traspare al massimo grado la sua esistenza teologale. Nella predicazione, nelle visite alle comunità, nell’ascolto dei presbiteri e dei diaconi, nelle scelte amministrative, tutto è animato e motivato dalla carità di Gesù Cristo Pastore. Con la sua grazia, attinta quotidianamente nell’Eucaristia e nella preghiera, il Vescovo dà esempio di amore fraterno nei confronti del suo coadiutore o ausiliare, del Vescovo emerito e dei Vescovi delle diocesi vicine, dei suoi collaboratori più stretti come dei preti in difficoltà o ammalati. Il suo cuore è aperto e accogliente, e così è la sua casa.
Cari fratelli, questo è il nucleo teologale della vita del Pastore. Intorno ad esso, e sempre animate dallo stesso Spirito, vorrei collocare altre virtù indispensabili: la prudenza pastorale, la povertà, la perfetta continenza nel celibato e le virtù umane.
La prudenza pastorale è la sapienza pratica che guida il Vescovo nelle sue scelte, nel governare, nei rapporti con i fedeli e con le loro associazioni. Un chiaro segno della prudenza è l’esercizio del dialogo come stile e metodo nelle relazioni e anche nella presidenza degli organismi di partecipazione, cioè nella gestione della sinodalità nella Chiesa particolare. Su questo aspetto Papa Francesco ci ha fatto fare un grande passo avanti, insistendo, con saggezza pedagogica, sulla sinodalità come dimensione della vita della Chiesa. La prudenza pastorale permette al Vescovo anche di guidare la comunità diocesana sia valorizzando le sue tradizioni sia promuovendo nuove strade e nuove iniziative.
Per dare testimonianza al Signore Gesù, il Pastore vive la povertà evangelica. Ha uno stile semplice, sobrio e generoso, dignitoso e nello stesso tempo adeguato alle condizioni della maggior parte del suo popolo. Le persone povere devono trovare in lui un padre e un fratello, non sentirsi a disagio nell’incontrarlo o entrando nella sua abitazione. Egli è personalmente distaccato dalle ricchezze e non cede a favoritismi sulla base di esse o di altre forme di potere. Il Vescovo non deve dimenticare che, come Gesù, è stato unto di Spirito Santo e inviato a portare il lieto annuncio ai poveri (cfr Lc 4,18).
Insieme alla povertà effettiva, il Vescovo vive anche quella forma di povertà che è il celibato e la verginità per il Regno dei cieli (cfr Mt 19,12). Non si tratta solo di essere celibe, ma di praticare la castità del cuore e della condotta e così vivere la sequela di Cristo e offrire a tutti la vera immagine della Chiesa, santa e casta nelle membra come nel Capo. Egli dovrà essere fermo e deciso nell’affrontare le situazioni che possono dare scandalo ed ogni caso di abuso, specialmente nei confronti di minori, attenendosi alle attuali disposizioni.
Infine, il Pastore è chiamato a coltivare quelle virtù umane, che anche i Padri conciliari hanno voluto menzionare nel Decreto Presbyterorum Ordinis (n. 3) e che a maggior ragione sono di grande aiuto al Vescovo nel suo ministero e nelle sue relazioni. Possiamo menzionare la lealtà, la sincerità, la magnanimità, l’apertura della mente e del cuore, la capacità di gioire con chi gioisce e soffrire con chi soffre; e così pure il dominio di sé, la delicatezza, la pazienza, la discrezione, una grande propensione all’ascolto e al dialogo, la disponibilità al servizio. Anche queste virtù, delle quali ciascuno di noi è più o meno dotato per natura, possiamo e dobbiamo coltivarle in conformità a Gesù Cristo, con la grazia dello Spirito Santo.
Carissimi, l’intercessione della Vergine Maria e dei Santi Pietro e Paolo ottenga a voi e alle vostre comunità le grazie di cui avete più bisogno. In particolare, vi aiutino a essere uomini di comunione, a promuovere sempre l’unità nel presbiterio diocesano, e che ogni presbitero, nessuno escluso, possa sperimentare la paternità, la fraternità e l’amicizia del Vescovo. Questo spirito di comunione incoraggia i presbiteri nel loro impegno pastorale e fa crescere nell’unità la Chiesa particolare.
Vi ringrazio del vostro ricordo nella preghiera! E anch’io prego per voi e di cuore vi benedico.”
- fotos Dom Paulo Andreolli
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