O bispo prelado emérito do Xingu, dom Erwin Kräutler, concedeu entrevista à Revista Bote Fé, das Edições CNBB. Na ocasião, o bispo destacou os preparativos do Sínodo para a Amazônia e comentou sobre o trabalho da REPAM (Rede Eclesial Pan-Amazônica), organismo ligado à Conferência Episcopal Pastoral para a Amazônia, da CNBB.

Dom Erwin, conhecido por sua luta ao lado dos povos indígenas, defendeu ainda a conversão missionária da Igreja e enfatizou que o Sínodo é um evento eclesial e que não há necessidade e nem motivo para preocupações por parte dos governantes. “O Sínodo é um acontecimento da e para a Igreja e abrange todas as dimensões de sua ação e de seu empenho. Ao lado da dimensão samaritana existe a dimensão profética que procura as causas da pobreza, da violência, da exclusão, das injustiças que atingem tão fortemente a Amazônia. Se nós bispos e peritos falamos na Aula Sinodal no Vaticano em exigências de necessidade básica dos povos na Amazônia, será que isso pode ser taxado de intromissão indébita na política do governo ou, pior, agressão à soberania nacional? Nós não vivemos a nossa fé em ambiente asséptico, mas no meio do mundo. São ”inimigos da Cruz de Cristo“ (Fil 3,18) aqueles que querem separar a fé da vida e confiná-la no recinto fechado do templo e de sua sacristia. A Constituição pastoral “Gaudium et Spes” do Vaticano II formula magistralmente qual é o papel da Igreja: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos e discípulas de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração” (GS 1,1)”, disse o prelado.

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