Entrada para a catacumba de Calisto na Via Appia Antiga em Roma, Itália, década de 1920. (Foto de: Carl Simon/United Archives/Universal Images Group via Getty Images

por Vívian Marler / Assessora de Comunicação do Regional Norte 2 da CNBB
com informações Pontificia Commissione di Archeologia Sacra 

No dia 12 de setembro de 1965, um gesto singular marcou a história da Igreja Católica, o Papa Paulo VI, em peregrinação, desceu às profundezas das catacumbas de Domitila e São Calisto. A visita, ocorrida às vésperas da fase conclusiva do Concílio Ecumênico Vaticano II, simbolizou um retorno às origens do cristianismo, um mergulho nas fontes da fé que sustentaram os primeiros seguidores de Cristo em tempos de perseguição.

Sessenta anos depois, a Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra promove um duplo evento para celebrar e rememorar esse momento histórico. No dia 12 de setembro de 2025, o Tricora Ocidental do Complexo de São Calisto será palco da inauguração da exposição “1965-2025. Beber nas fontes. São Paulo VI peregrino nas catacumbas”. A mostra, que contará com fotos de época, documentos de arquivo e artefatos raros, busca transportar o visitante para a atmosfera daquele dia memorável.

“Viemos beber nas fontes, viemos honrar esses túmulos humildes e gloriosos e ter admoestação e conforto”, declarou Paulo VI em sua homilia na basílica hipogeia dos Santos Nereu e Aquiles, na catacumba de Domitila. Suas palavras ecoam até hoje, convidando-nos a refletir sobre a importância de manter viva a memória dos mártires e de buscar inspiração em seu testemunho de fé.

A programação do evento comemorativo inclui ainda uma celebração na basílica hipogeia dos Santos Nereu e Aquiles, presidida pelo Cardeal Matteo Maria Zuppi, Presidente da Conferência Episcopal Italiana. A solenidade contará com intervenções musicais do coro Vocalia Consort, proporcionando um momento de profunda espiritualidade e reflexão. A iniciativa da Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra representa um valioso esforço para preservar a memória de um evento marcante na história da Igreja e para transmitir às novas gerações a mensagem de esperança e renovação espiritual que emana das catacumbas, testemunhas silenciosas da fé dos primeiros cristãos.

 

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