Um grupo de 19 pessoas tem um trabalho discreto mas de fundamental importância para o bom andamento do processo da 59ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil: coletar as assinaturas dos bispos presentes, tanto de manhã como à tarde, distribuir o material para estudo de acordo com os temas que são apresentados e votados nos momentos certos e coletar as votações de cada bispo. São os secretários executivos dos 19 regionais da CNBB, composto por 5 mulheres e 11 homens, função exercida por leigos, religiosos e presbíteros.
Segundo o secretário executivo do regional Nordeste 2 da CNBB (Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte), padre Agenor Guedes Filho, coordenador do grupo de secretários executivos, o grupo exerce um papel importantíssimo durante o evento. “A gente sempre está em comunhão com os bispos, sempre participando da temática. Também temos o papel de levar isto para o regional, os temas, partilhar também com as nossas coordenações. Avalio como um aprendizado para o secretariado do regional assim como também um momento de vivência muito importante para a nossa Igreja”, concluiu.
A Cristiane Araújo, secretária executiva do regional Norte 2 da CNBB, que compreende o Estado do Pará, está entre o grupo. Segundo ela, é uma tarefa muito agradável estar junto aos bispos do regional ajudando-os. “Estamos sempre em comunhão, trabalhando na distribuição do material, ajudando-os com os temas nos momentos de votações. É uma experiência muito expressiva e importante para o nosso regional”.
Ela esclarece que a função não se resume ao trabalho durante a etapa presencial. “Depois desta experiência, a gente pode partilhar com as nossas pastorais, nossos movimentos, as nossas coordenações de Pastoral e de tudo que aconteceu, de todo o trabalho que foi desenvolvido na Assembleia. Todos os anos para a gente é uma experiência nova”, disse.
“Eu me sinto muito mais Igreja hoje do que antes de fazer este trabalho com a CNBB”
O irmão Silvio da Silva, secretário executivo do regional Oeste 1, que compreende o Estado do Mato Grosso do Sul, ressalta que trata-se de uma função que exige bastante dos secretários executivos porque está envolta em muita responsabilidade. “A gente tem que manter todo o sigilo uma vez que temos acesso a praticamente todas as informações, exceto as que são tratadas nas privativas dos bispos”, disse.
O secretário executivo do Oeste 1 encara o trabalho como uma grande missão uma vez que permite que os bispos possam estar mais tranquilos para ler o material e responder as demandas com mais tranquilidade. “A gente acaba aprendendo muito e entendendo a dinâmica da Igreja, porque algumas questões na Igreja vão mais lentas outras demoram mais porque tem todo um trabalho dos bispos aqui, depois segue para Roma que então aprova ou não aprova”, disse.
Com a tarefa, segundo irmão Silvio, os secretários executivos acabam também, indiretamente, participando nas decisões dos próprios bispos por meio do diálogo com eles. “Às vezes também somos iluminadores de momentos dos próprios prelados”, disse.
O trabalho na assembleia, para o religioso, é uma grande escola. “Me sinto muito bem. De certa forma, a gente tem o papel de decodificar o temas aqui aprovados para as pastorais, movimentos eclesiais e organismos depois nos regionais. Penso que com isto, a gente aprende muito. Inclusive a ser Igreja. Eu me sinto muito mais Igreja hoje do que antes de fazer este trabalho com a CNBB”, disse.
Irmão Silvio reforça que os secretário executivos estão realmente a serviço da CNBB nos 19 regionais. “Cada secretário-executivo com o seu grupo de bispos respondendo ao seu regional. Esse serviço começa bem antes da Assembleia e se mantém durante toda a etapa presencial e depois se desdobra em cada regional”, reforça.