por Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, SDV
Bispo da Prelazia do Marajó

Maria não sobe por sua própria força, como fez Jesus na Ascensão.
A Igreja nos ensina que Maria foi levada para o céu em corpo e alma, ou seja, na totalidade de seu ser.
Paulo na segunda leitura desta solenidade afirma que Cristo ressuscitou dos mortos como primícia dos que morreram (1Cor 15, 20). Cristo foi o primeiro a ressuscitar! A Igreja crê que Maria, por sua missão especial de gerar, dar à luz, cuidar e acompanhar Jesus até a Cruz, foi, merecidamente, a primeira depois de Jesus a experimentar a plenitude da vida em Deus. Portanto, a Assunção é consequência da vida de Maria, seu sim ao Projeto de Deus.
A Igreja coloca como evangelho desta solenidade, o texto de Lucas que narra a visita de Maria a Isabel.
Maria Assunta ao céu é a mesma Maria Missionária e Servidora, que sai de sua casa em Nazaré, já grávida de Jesus, e vai apressadamente, por uma região montanhosa, para visitar e servir a Isabel, idosa e grávida de seis meses (Lc 1, 39). Isto ajuda a gente a entender que nossa entrada no céu vai depender de nossa vida e missão aqui neste mundo.
Maria Assunta ao céu é a mesma Maria que reza na casa de Isabel, reconhecendo que tudo em sua vida é obra de Deus: “o poderoso fez grandes coisas em meu favor” (Lc 1, 49).
Maria Assunta ao céu é a mesma Maria que reza louvando a Deus (“A minha alma engrandece ao Senhor” (Lc 1, 46), mas que reza a partir da vida sua vida, da vida de sua família, de sua comunidade, de seu povo. Maria reza dizendo que Deus “dispersou os soberbos…, derrubou do trono os poderosos…, encheu de bens os famintos…, despediu os ricos de mãos vazias (Lc 1, 51-53).
Maria nesta oração na casa de Isabel nos ensina que nossa oração deve ter estas duas dimensões, inseparáveis: a comunhão com Deus e a comunhão com a realidade em que vivemos.