por Vívian Marler / Assessora de Comunicação Regional Norte 2 da CNBB

Nesta sexta-feira (15), na Praça da Liberdade, em Castel Gandolfo, em Roma, Papa Leão XIV, m celebração à Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, ofereceu uma reflexão profunda sobre esperança e fé, guiando os peregrinos em sua jornada. 

O Santo Padre evocou a mensagem do Concílio Vaticano II e os versos de Dante, convidando os fiéis a encontrarem em Maria um “sinal de esperança segura e de consolação” e uma “fonte vivaz de esperança” em meio aos desafios da vida.

“Queridos irmãos e irmãs, na Solenidade da Assunção, somos convidados a contemplar Maria, que ascendeu à glória do céu, como um ícone de esperança para todos nós, peregrinos na história”, disse o Pontífice.

Leia na integra, abaixo, o seu discurso.

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA

PAPA LEÃO XIV – ANGELUS

Praça da Liberdade (Castel Gandolfo), Sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Queridos irmãos e irmãs, feliz festa!
Os Padres do Concílio Vaticano II deixaram-nos um texto maravilhoso sobre a Virgem Maria, que me apraz reler convosco hoje, enquanto celebramos a festa da sua Assunção à glória do céu. No final do documento sobre a Igreja, o Concílio diz o seguinte: «a Mãe de Jesus, assim como, glorificada já em corpo e alma, é imagem e início da Igreja que se há de consumar no século futuro, assim também, na terra, brilha como sinal de esperança segura e de consolação, para o Povo de Deus ainda peregrinante, até que chegue o dia do Senhor (cf. 2 Pe 3, 10)»

Maria, que Cristo ressuscitado levou consigo, em corpo e alma, para a glória, brilha como ícone de esperança para os seus filhos peregrinos na história.

Como não pensar nos versos de Dante, no último canto do Paraíso? Na oração colocada na boca de São Bernardo, que começa com «Virgem mãe, filha do teu filho» (XXXIII, 1), o poeta louva Maria porque aqui em baixo, entre nós mortais, ela é «fonte vivaz de esperança» (ibid., 12), ou seja, fonte viva, transbordante de esperança.

Irmãs e irmãos, esta verdade da nossa fé está em perfeita sintonia com o tema do Jubileu que estamos a viver: «Peregrinos de esperança». O peregrino precisa de uma meta que oriente a sua viagem: uma meta bonita, atraente, que guie os seus passos e o revigore quando está cansado, que reavive sempre no seu coração o desejo e a esperança. No caminho da existência, esta meta é Deus, Amor infinito e eterno, plenitude de vida, de paz, de alegria e de todo o bem. O coração humano sente-se atraído por tal beleza e enquanto não a encontra não é feliz; e, efetivamente, corre o risco de não a encontrar se se perder no meio da “floresta escura” do mal e do pecado.

Mas eis a graça: Deus veio ao nosso encontro, assumiu a nossa carne, feita de terra e, simbolicamente, digamos que a levou consigo «para o céu», isto é, para Deus. É o mistério de Jesus Cristo, encarnado, morto e ressuscitado pela nossa salvação; e, inseparável d’Ele, está também o mistério de Maria, a mulher de quem o Filho de Deus recebeu a carne, e o mistério da Igreja, corpo místico de Cristo. Trata-se de um único mistério de amor e, portanto, de liberdade. Assim como Jesus disse “sim”, Maria também disse “sim”, acreditou na palavra do Senhor. E toda a sua vida foi uma peregrinação de esperança com o Filho de Deus e seu, uma peregrinação que, através da Cruz e da Ressurreição, a conduziu à pátria, ao abraço de Deus.

Por isso, enquanto estivermos a caminho, como indivíduos, como família, em comunidade, especialmente quando as nuvens chegarem e o caminho se tornar incerto e difícil, levantemos o olhar, olhemos para ela, nossa Mãe, e reencontraremos a esperança que não engana (cf. Rm 5, 5)”.

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Depois do Angelus

“Queridos irmãos e irmãs,

Hoje queremos confiar à intercessão da Virgem Maria, Assunta ao Céu, a nossa oração pela paz. Ela, como Mãe, sofre pelos males que afligem os seus filhos, especialmente os pequenos e os frágeis. Ao longo dos séculos, muitas vezes ela o confirmou com mensagens e aparições.

Ao proclamar o dogma da Assunção, enquanto ainda permanecia viva a trágica experiência da Segunda Guerra Mundial, Pio XII escreveu: «É lícito esperar que, ao meditarem nos exemplos gloriosos de Maria, mais e mais se persuadam todos do valor da vida humana», e desejou que nunca mais se destruíssem «vidas humanas, suscitando guerras» 

Como estas palavras são atuais! Infelizmente, ainda hoje nos sentimos impotentes diante da propagação no mundo de uma violência cada vez mais surda e insensível a qualquer movimento de humanidade. No entanto, não devemos desistir de ter esperança: Deus é maior do que o pecado dos homens. Não devemos resignar-nos à prevalência da lógica do conflito e das armas. Com Maria, acreditamos que o Senhor continua a socorrer os seus filhos, lembrando-se da sua misericórdia. Só nela é possível reencontrar o caminho da paz.

E agora dirijo a minha saudação a todos vós, peregrinos de Itália e de vários países.

Saúdo a comunidade de evangelização universitária proveniente de Honduras; as famílias do Movimento do Amor Familiar, que concluíram o seu Retiro Espiritual; e o grupo de casais e namorados “Santa Rita”.

Muitas felicidades e boa festa para todos!”

 

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