Deus quer a vida e não a morte das pessoas. Amparados pela Palavra de Deus, manifestemos a nossa solidariedade para os povos indígenas, guardiões de nossas matas, na qual um de seus lideres Guajajara tombou em defesa da floresta amazônica. Nós estávamos no Sínodo da Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral. Nós debatemos essas questões. Ficou clara a importância da defesa dos povos indígenas no Sínodo em Roma, junto com o Papa Francisco. Este ponto se defronta com a realidade difícil onde nesses dias, infelizmente, tivemos a noticia do assassinato de um líder indígena no Maranhão. É mais alguém entre outros lideres indígenas que estão sendo eliminados nas suas vidas e nas florestas, que por sinal já passam de 1000 que tombaram nestes últimos anos. Soubemos que as autoridades montarão uma força tarefa no sentido de proteção aos povos indígenas. Isso é muito bom na defesa da vida dos povos indígenas. 

 O Papa Francisco tanto frisou em seus discursos, sobretudo em Puerto Maldonado que os povos originários, os povos indígenas são mais vulneráveis na sociedade, de modo que eles precisam do apoio de todos. Os governos e as instituições governamentais devem ajudar esses povos para que os seus territórios não sejam invadidos por madeireiras, por garimpos, não sejam tiradas as árvores, não sejam contaminados os seus rios. Haja vida sobre a morte. O fato é que esses povos estão sempre ameaçados em suas vidas e em seus territórios. Deve-se dizer que eles são de fato os guardiões da floresta, de modo que floresta não pode acabar. É a violência em tirar as coisas dos povos indígenas, suas florestas, árvores, suas formas de vida, suas culturas. É a violência que tem outras manifestações múltiplas e tendem a lançar-se contra os mais pobres, os mais débeis, destacando-se os povos indígenas. Deve-se dizer que são variadas as formas de violência como homicídios, feminicídios, suicídios de jovens, o tráfico de pessoas, a exploração sexual de crianças e de adolescentes. A raiz dessas inumeráveis formas de violência está a ferocidade de muitos projetos mercantilistas que estão destruindo as vidas de seres humanos e suas culturas. Por isso é preciso lutar em favor da vida, da defesa dos povos indígenas, nas quais o Senhor nos pede constantemente e a Igreja tem a sua palavra profética em anunciar o bem, a paz e o amor e denunciando as formas de violência que assolam os povos da Amazônia, sobretudo os povos originários.

Manifestamos mais uma vez a solidariedade para os povos indígenas, guardiões da floresta, de modo que suplicamos a justiça e o respeito para com eles e todos os povos originários, guardiões de outras florestas na grande Pan-Amazônica. O Senhor é o Pastor que nos conduz para pastagens boas, de modo que vivamos na paz e no amor entre todos os povos, línguas, raças e culturas.

POR Dom VITAL CORBELLINI

Bispo de Marabá - PA