Programação contou com o uso das redes sociais para mobilizar a população

Na última segunda-feira, 7 de setembro, Dia de Independência do Brasil, foi realizada a 26 ª edição do Grito dos Excluídos. Este ano, a mobilização foi diferente e ganhou novidades devido à pandemia do novo coronavírus (COVID-19) que atinge o Brasil e o mundo. Entre as inovações estão a realização do chamado “Dia D do Grito”, que ocorreu no dia 7 de cada mês antecedendo o evento e que será realizado posterior ao dia 7 de setembro, no mês de outubro.

O tema permanente desde a primeira edição do Grito dos Excluídos é “Vida em primeiro lugar”. Nesta edição, o lema foi “Basta de Miséria, Preconceito e Repressão! Queremos Trabalho, Terra, Teto e Participação!”. De acordo com a coordenação nacional, os objetivos das mobilizações pretenderam:

  • Refletir coletivamente um modelo de “desenvolvimento”, baseado no lucro e na acumulação privada, que não serve para a população, pois destrói e mata;
  • Promover espaços de diálogo e troca de experiências para construir as lutas e a mudança, através da organização, mobilização e resistência popular;
  • Lutar contra a privatização dos recursos naturais, bens comuns e contra as reformas que retiram direitos dos/as trabalhadores/as;
  • Ocupar os espaços públicos e exigir do Estado a garantia e a universalização dos direitos básicos;
  • Promover a vida e anunciar a esperança de um mundo justo, com ações organizadas a fim de construir um novo projeto de sociedade;
  • Realizar mutirões em defesa da vida, por terra, teto e trabalho;
  • Motivar as comunidades, movimentos populares e governos locais a se empenharem na construção de um novo pacto econômico, a partir do chamado do Papa para a Economia de Francisco; e,
  • Fortalecer o mutirão da 6ª Semana Social Brasileira;

Webnários (seminários virtuais transmitidos pelas redes sociais) também foram organizados como ferramenta de aproximar e preparar para o dia da mobilização. O Grito dos Excluídos 2020 buscou gerar uma reflexão coletiva acerca do modelo de “desenvolvimento” baseado no lucro e na acumulação privada, além de promover espaços de diálogos e trocas de experiências para construir lutas e mudanças por meio da organização, mobilização e resistência popular.

A luta contra a privatização dos recursos naturais, bens comuns e contra as reformas também fazem parte dos objetivos da promoção do Grito dos Excluídos.

Nas dioceses e prelazias que compõem o Regional Norte 2, a programação do Grito dos Excluídos iniciou desde o dia 1º de setembro pelas redes sociais da Diocese de Macapá com a participação de pastorais, movimentos e demais instituições envolvidas. E no dia 7 de setembro um carro som percorreu as ruas da cidade para falar sobre o Grito e às 19h foi realizada uma live com apresentações culturais nas redes sociais da Diocese e na Rádio São José FM.

Em Belém, as atividades do Grito dos Excluídos iniciaram no dia 4 de setembro (sexta-feira) com uma live promovida pela organização em conjunto com as pastorais sociais da CNBB Norte 2 na sede do Regional. Na ocasião também foi lançado do caderno de conflitos da CTP 2019.

E na segunda-feira, dia 7, a mobilização se concentrou na Praça da República para lembrar e fazer uma reflexão da luta inspirada no lema deste ano “Basta de Miséria, Preconceito e Repressão! Queremos Trabalho, Terra, Teto e Participação!”

O Grito dos Excluídos – idealizado em 1994, a partir das reflexões da 2ª Semana Social Brasileira, promovida pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), teve seu primeiro ato em 7 de setembro de 1995, tendo como lema “A vida em primeiro lugar”, ecoando em 170 localidades. Entre as motivações que levaram à escolha do dia 7 de setembro estão a de fazer um contraponto ao Grito da Independência.

 

Texto: Lorena Saraiva

Imagem da capa: Grito das Mulheres, transmitido pelo Facebook da Custódia Franciscana São Benedito da Amazônia – Santarém