Cerca de 200 pessoas, entre sacerdotes, diáconos e seminaristas, participaram de 08 a 12 de janeiro, em Belém, no Pará, do 38º Retiro Nacional para Seminaristas (RENASEM), promovido pelo Ministério para Seminaristas, pertencente à Renovação Carismática Católica (RCC Brasil). O pregador do retiro foi o  Pe. Wagner Ferreira, da Comunidade Canção Nova, que em 5 dias de encontro refletiu acerca do tema, “Eis que estou à porta e bato” (Ap 3, 20a).

O encontro foi aberto com Santa Missa na Catedral Metropolitana de Belém, na noite da segunda-feira, 08.  A presidência litúrgica foi do arcebispo metropolitano de Belém e diretor espiritual do RENASEM, Dom Alberto Taveira Corrêa. Após a celebração, os seminaristas seguiram para o Centro de Espiritualidade Monte Tabor, administrado pela Comunidade Sementes do Verbo, na orla de Icoaraci, em Belém. Lá ficaram até a sexta-feira, 12, quando retornaram ao centro da capital paraense para a celebração de encerramento do retiro, novamente presidida por dom Alberto e, desta vez, realizada na Basílica Santuário de Nossa Senhora de  Nazaré.

De acordo com o coordenador do evento, Erick Araújo, seminarista da Arquidiocese de Belém, a programação foi marcada, “por momentos fortes de oração, em que sentimos a unção de Deus confirmar nossa vocação para o serviço ao seu povo”. Além disso, “houve também momentos de confissão, partilhas e missão na Paróquia Divina Misericórdia, em Belém, e também o testemunho da cantora católica Aline Venturi e louvor com a missionária Olívia Ferreira”.  Erick também destacou a presença dos dois bispos auxiliares de Belém, dom Antônio Ribeiro e dom Irineu Roman, que em dias diferentes celebraram a Eucaristia com os participantes do retiro.

Missão – Em 1972, o Papa Paulo VI exortou a Igreja através da célebre frase: “Cristo aponta para a Amazônia”. Bispos da Amazônia reunidos em Santarém, no Pará, tomaram pra si esta frase e definiram diretrizes para a ação evangelizadora nesta região do Brasil. Passados mais de quatro décadas, o Papa Francisco recentemente convocou a Igreja para refletir a missão em terras amazônidas, no Sínodo a ocorrer em 2019.

Inspirados neste apelo da Igreja, um grupo de sacerdotes e seminaristas, após o encerramento do RENASEM, permaneceram no Pará e vivenciaram entre os dias 12 e 14 de janeiro, uma experiência missionária no município de Muaná, no Marajó.

Pe. Edilvan em uma das visitas missionárias realizadas em Muaná-PA

Em cinco anos de ministério, Pe. Edilvan Nascimento conta que viveu em três dias experiências que tempo algum pode apagar. “Não estava planejado que eu fosse nesta missão, mas em cima da hora surgiu uma vaga e não hesitei”, disse. O sacerdote conta que ao chegar numa ilha para celebrar com outro padre, a comunidade não sabia que lá haveria Santa Missa. “Habituados à celebrações da Palavra, algumas comunidades têm Missa uma vez ao ano, então de repente chegamos de barco, todos já estavam na capela, e quando viram dois padres entrando ficaram com os olhos brilhando, emocionados, isso me marcou muito, é um povo sedento de Deus”.

Walter Lima, de 25 anos, é Seminarista da Arquidiocese de Olinda e Recife, e participou do RENASEM pelo oitavo ano consecutivo. Nos próximos meses ele prepara-se para uma experiência em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, em vista de sua ordenação diaconal e retorno à arquidiocese de origem. Segundo ele, “esta missão em Muaná me mostra que o Espírito Santo nos impulsiona para a missão e mostra que não basta a experiência pessoal que fiz com Jesus Cristo, eu devo proporcionar que outros também façam e vivam este encontro com Ele”, afirmou.

Da Arquidiocese da Paraíba, o seminarista Emanuel Fernandes, visivelmente emocionado recordou momentos marcantes das visitas que fez na cidade marajoara. “Entrei em casas que não tinham sofá, não tinham televisão, não tinham geladeira, mas tinham a imagem de Nossa Senhora, e isso me marcou muito, eu tenho certeza que é Nossa Senhora que sustenta a fé deste povo, que alenta esses corações e lhes dá esperança”, narrou o jovem que coordena o Ministério de Seminaristas no estado paraibano.

Muaná possui aproximadamente 39.000 habitantes residindo na cidade ou em ilhas adjacentes. É o maior município da Diocese de Ponta de Pedras que lá marca presença com a Paróquia São Francisco de Paula, fundada há 270 anos. O pároco, padre Jorge Alves Felipe, conta que entre os desafios da atuação da Igreja nesta cidade, está o alto número de outras denominações religiosas e também a necessidade da missão permanente nas comunidades mais afastadas. “São 48 comunidades no interior e na cidade nós temos 7 setores de missão, é uma paróquia muito grande que exige grande atenção e missionariedade”. Sobre a presença dos seminaristas, padre Jorge pontua que, “eles me ajudaram muito, chegaram em lugares que por vezes não consigo chegar e foram muito generosos, disponíveis, não os vi em nenhum momento se omitirem, fugirem da responsabilidade, estavam sempre solícitos e dispostos”, afirmou.

O bispo diocesano de Ponta de Pedras, dom Teodoro Mendes Tavares, também enalteceu a experiência missionária em sua diocese. “Esta experiência é enriquecedora tanto para quem visita quanto para quem é visitado, muitas famílias receberam o kerygma, estão animadas e tenho certeza que aquilo que foi vivido marca muito mais que as palavras, é uma demonstração clara da ‘Igreja em saída’ que o Papa Francisco nos pede, é um belo testemunho dessa Igreja aberta e missionária neste campo fértil de missão que é a Amazônia”, disse.

 

Confira algumas imagens enviadas pelos Seminaristas: