Com mais de 219 mil crianças acompanhadas, a Pastoral da Criança, Organismo de Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, atua há quase 40 anos no cuidado à infância desde a gestação aos seis anos de idade. Presente em 14 Arqui-Dioceses e Prelazias do Regional Norte 2, o Pará possui 20.700 crianças cadastradas de 0 a 6 anos, ocupando a segunda posição nacional, atrás apenas de São Paulo.

Entretanto, um dos grandes desafios têm sido encontrar voluntárias/os para o atuar nesta causa. Contando atualmente com 2.670 líderes no Estado, possui uma média de 7,7 crianças por líder, mas que dependendo da comunidade pode ter até 15 crianças para cada líder. Com a pandemia da COVID-19, houve a dispersão e a perca de pessoas que se doavam em prol das famílias. E mesmo que as orientações seguras e necessárias ao desenvolvimento infantil estejam atualmente mais modernas, pelo uso do aplicativo “Pastoral da Criança + Gestante”, a defasagem de agentes compromete a eficiência do trabalho.

Apesar dessas dificuldades, diante do retrocesso na imunização infantil, as e os líderes têm promovido a conscientização da importância das vacinas no enfrentamento de diversas doenças. Enquanto a cobertura no Brasil está em 68% entre as crianças de até 4 anos contra a poliomielite, entre as meninas e os meninos acompanhados pela Pastoral da Criança mais de 80% estão com a carteira de vacinação em dia. Isso sem contar o combate à desnutrição e a fome entre as famílias mais vulneráveis, que é uma marca internacionalmente reconhecida desta pastoral.

A insegurança alimentar e nutricional, inclusive, também são um retrocesso da atual conjuntura, e segue sendo um dos principais desafios da Pastoral da Criança, pois compromete o crescimento e desenvolvimento infantil. Segundo o II Inquérito de Segurança Alimentar e Nutricional, nas famílias com crianças menores de 10 anos a fome dobrou de 9,4% em 2020 para 18,1% em 2022. Além disso, segundo o Atlas Mundial da Obesidade, o Brasil pode ter um terço de suas crianças e adolescentes vivendo com obesidade até 2035.

“Para dar conta desses desafios, é fundamental contar com mais voluntárias e voluntários, que em contrapartida, além do sorriso das crianças, recebem capacitações e formações de alto nível”, informa Eduardo Soares, coordenador estadual da Pastoral da Criança no triênio 2023-2027, recém-eleito, em Assembleia Estadual realizada entre os dias 16 e 18 de fevereiro. Segundo Eduardo, vale lembrar que todas as ações desta pastoral social são ecumênicas, não precisando ser católico ou católica para contribuir com esta causa.

Interessadas e interessados podem procurar um/a líder ou coordenador/a da Pastoral da Criança mais próximo de sua comunidade. Também é possível encontrar informações em nosso site www.pastoraldacrianca.org.br ou através do whatsApp (91) 993639917.