No III domingo de novembro, a Igreja Católica celebra o VI Dia Mundial dos Pobres. Essa comemoração foi instituída pelo Papa Francisco em 2016, por ocasião da conclusão do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia. Na mensagem da instituição desse evento anual, o Papa declarou, sinteticamente, que o objetivo era estimular a luta contra a cultura do desperdício, promovendo a cultura do encontro e da solidariedade.

O tema proposto pelo Papa Francisco para o VI Dia Mundial dos Pobres é: «Jesus Cristo se fez pobre por vós» (2Cor 8,9). A riqueza de Jesus é o seu amor, que foi compartilhado com todos. A mensagem do Papa tem dez parágrafos e me atrevo apresentar aqui uma síntese das principais ideias para estimulá-lo à leitura do texto integral e refletir sobre a importância da prática da solidariedade.

Para os cristãos Jesus Cristo é o fundamento e modelo da nossa Solidariedade; ele sendo rico, se fez pobre para nos enriquecer (cf. 2Cor 8,9) colocando-se ao lado dos irmãos necessitados. Somos convidados a manter o olhar fixo em Jesus. A solidariedade traz alívio para quem sofre. Não podemos esquecer os sofrimentos pelos quais passamos com a pandemia.

Quando o apóstolo Paulo esteve em visita a Jerusalém, encontrando-se com Pedro, Tiago e João, recebeu uma única recomendação: aquela de não esquecer os pobres (cf. Gal 2,10). Diante das carências da comunidade de Jerusalém, o Apóstolo preocupou-se imediatamente em organizar uma grande coleta a favor daqueles pobres. Os cristãos de Corinto mostraram-se muito sensíveis e disponíveis.

A pobreza continua entre nós! Infelizmente a insensatez da guerra gera muitas formas de pobreza, violência e sofrimento de crianças, jovens, adultos e idosos. Diante desses dramas temos a oportunidade de manifestar a nossa solidariedade para com os necessitados. Atualmente o mundo se encontra diante de muitas possibilidades para o exercício da solidariedade.

“A solidariedade é precisamente partilhar o pouco que temos com quantos nada têm, para que ninguém sofra”. “Como membros da sociedade civil, mantenhamos vivo o apelo aos valores da liberdade, responsabilidade, fraternidade e solidariedade; e, como cristãos, encontremos sempre na caridade, na fé e na esperança o fundamento do nosso ser e da nossa atividade”.

A sinceridade do Amor está nas ações concretas através da atenção e solicitude pelos pobres (cf. 2Cor 8,8). Não basta ouvir a Palavra de Deus, é preciso praticá-la (cf. Tg 1,22-25). Mas o mal da indiferença pode nos levar à idolatria do dinheiro, acumulando tesouros na terra (cf. Mt 6,19-21).

Há duas formas de pobreza, uma que mata e a pobreza que liberta. A pobreza que mata é a miséria, filha da injustiça, da exploração, da violência e da iníqua distribuição dos recursos. A pobreza libertadora é aquela que nos leva a partilhar o que temos e a sermos solidários dando respostas às carências alheias.

“Se quisermos que a vida vença a morte e que a dignidade seja resgatada da injustiça, o caminho a seguir é a partilha do amor e do pão com aqueles que carecem do necessário, para que se crie a igualdade, os pobres sejam libertos da miséria e os ricos da vaidade, ambos sem esperança”. Somos convidados a não desprezar os pobres e não recusar ouvir e atender seus clamores (cf. Pv 21,13).