divulgação Kolbe Arte

Vivemos uma era marcada pela superabundância de mensagens, formatos e plataformas. Em meio a tantas vozes, o cinema, essa arte que une linguagem, imagem, som e narrativa, continua sendo uma das ferramentas mais eficazes para comunicar o essencial: a verdade, a beleza e o bem. No contexto do cristianismo, essa missão ganha ainda mais sentido.

É nesse espírito que nasce o 1º Fórum Nacional de Cinema Católico, que acontece nos dias 3 e 4 de julho, dentro da ExpoCatólica, em SP. Haverá palestras, diálogo, networking e sessões exclusivas de filmes nos dias 5 e 6. Uma proposta inédita no Brasil, mas já consolidada em outras partes do mundo, como Itália, México e França. A palavra “fórum” tem origem no latim forum, que designava a praça central das cidades romanas, um espaço público de encontro, troca e decisões. Desde a Antiguidade, o fórum é lugar de escuta e de diálogo.

Quando aplicamos esse conceito ao campo do cinema católico, entendemos sua urgência: criar um ambiente de reflexão, formação e articulação entre profissionais que, até então, têm atuado de forma dispersa, muitas vezes invisibilizados no cenário audiovisual brasileiro. O Fórum não é apenas um evento, mas o nascimento de uma comunidade.

Grandes filósofos como Hannah Arandt e Zigmund Baumam articulam temas que são convergentes e presentes em um Fórum. Para Arendt, no clássico A Condição Humana (1958), um espaço da convivência democrática é um local onde as vozes se encontravam para construir algo maior que si mesmas. Um espaço onde surgem a liberdade, a pluralidade e a construção de sentido comum, e isso é exatamente o Fórum de Cinema Católico propõe: uma arena em que profissionais católicos do audiovisual possam se encontrar como iguais e singularmente aportar suas vozes.

O sociólogo Zygmunt Bauman, por sua vez, descreve a sociedade contemporânea como em “modernidade líquida”: marcada pela fluidez das relações e pela fragilidade das estruturas coletivas. Segundo Bauman, sem espaços públicos consistentes, vivemos dispersos e isolados, cada um à mercê de mudanças imediatas.

No 1º Fórum Católico, buscamos responder a esse desafio: oferecer uma estrutura sólida, feita de diálogos, conteúdos formativos e conexões humanas, para ancorar uma rede que já existe, mas carece de encontro. E o que é melhor, será um espaço aberto para profissionais, estudantes, religiosos e demais público interessado.

Um passo necessário para o futuro

O Brasil tem uma longa tradição católica e, ao mesmo tempo, um setor audiovisual em expansão. No entanto, faltava um elo entre esses dois mundos. Com o Fórum, damos um passo firme nessa direção.

É hora de dar visibilidade ao que já está sendo feito, formar novas lideranças para o cinema de fé e abrir caminhos para que mais pessoas tenham acesso a conteúdos que transformam, inspiram e evangelizam.

Mais do que falar de cinema, o Fórum é um chamado à comunhão por meio da arte. Um convite àqueles que acreditam que contar boas histórias — e histórias do bem — também é uma forma de anunciar o Evangelho.

Um formato que aproxima

A programação do 1º Fórum foi pensada com uma metodologia que une três elementos fundamentais: palestras (conteúdo), diálogo (participação) e networking (convivência).

  1. Palestras expositivas com especialistas, que oferecem aos participantes acesso a experiências concretas, dados de mercado, visões pastorais e boas práticas. Fundamentadas em experiência prática, conteúdo técnico e perspectiva pastoral, fornecendo base sólida para reflexão e ação.
  2. Rodadas de perguntas e diálogo com o público — um diferencial importante. Porque o Fórum não é um palco de falas unilaterais, mas uma arena de construção conjunta. O espaço para perguntas é um gesto de abertura à escuta e ao crescimento mútuo. Defendendo a ideia arendtiana de esfera pública participativa, que não apenas fala, mas escuta. E sobretudo, uma metodologia da igreja sinodal.
  3. Ambiente de networking e missão compartilhada — muitos dos que atuam com cinema católico hoje no Brasil não se conhecem. Ao reunir produtores, roteiristas, religiosos, artistas, educadores e comunicadores num mesmo espaço, o Fórum facilita sinergias que podem gerar novos projetos, colaborações e alianças duradouras. É um lugar de verdadeiros encontros pessoais que podem desencadear novos projetos, parcerias e, sobretudo, apoio mútuo.

Gratuito, mas com inscrições urgentes!

O evento é 100 % gratuito, porém exclusivo para participantes credenciados da ExpoCatólica. As vagas são limitadas e as sessões são por ordem de chegada, portanto, é fundamental se inscrever com urgência para garantir sua participação.

Por isso é importante participar, pois, somado as vantagens principais, o Fórum de Cinema Católico é gratuito, o que garantirá acesso à educação, cultura e informação, de modo democrático, bastando apenas que os interessados se inscrevam na feira.

Cinema católico no Contexto internacional

Embora seja o primeiro fórum brasileiro com esse recorte específico, o evento se alinha a experiências internacionais de destaque como:

SIGNIS – Associação Católica Mundial para a Comunicação, presente em mais de 100 países, que realiza seminários e fóruns sobre cinema e fé. No Brasil, promoveu atividades pontuais (como em Aparecida, em 2015), mas sem continuidade estruturada.

Festival de Cinema Católico de Trento (Itália) – e iniciativas como o Mirabile Dictu Film Festival, em Roma, referências globais na consagração de produções audiovisuais católicas.

Na América Latina, países como México, Peru e Colômbia já organizam há anos mostras e congressos de cinema com temáticas religiosas ou espirituais, muitas vezes com apoio de universidades católicas como a PUCP (Peru). Recentemente, com o início do papado de Leão XIV, o primeiro documentário sobre o Pontífice, León Perúanunciado pelo Vaticano, possui inclusive agentes do audiovisual desses países envolvidos.

Esses modelos demonstram que a articulação entre fé, arte e indústria audiovisual é uma estratégia potente de evangelização no século XXI, além do fato de que o Brasil, país com forte tradição católica e crescente mercado cinematográfico, tem potencial para se tornar um novo polo de produção e reflexão nessa área.