DESAFIOS E ESPERANÇAS PARA AS JUVENTUDES FORAM PAUTADOS DURANTE A 61ª ASSEMBLEIA GERAL DA CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL

por Vívian Marler / Comunicação CNBB Regional Norte 2
foto Comunicação CNBB

O tema da juventude no contexto das novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) foi debatido durante a 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (AG CNBB).

O evento contou com a presença de Dom Vilson Basso, bispo da Diocese de Imperatriz (Ma) e presidente da Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB, Wanessa Freire Almeida, secretária nacional da Pastoral da Juventude (PJ), e Patrik Soares de Carvalho, membro da Comunidade da Aliança de Misericórdia e representante das Novas Comunidades, ambos membros da Coordenação Nacional da Pastoral Juvenil da CNBB, composta por 12 jovens. Estiveram presentes, também, os referentes para a Juventude dos regionais, como Dom Antonio de Assis Ribeiro, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belém e referente para a juventude no Pará e Amapá.

Para Dom Vilson Basso a temática prioritária ‘Desafios e Luzes na Evangelização das Juventudes’ retoma o grande sonho de Papa Francisco no sínodo de 2018 “o número 119 do documento final [Sínodo dos Bispos, XV AGO ‘Os Jovens a Fé e o Discernimento Vocacional – de outubro de 2018] que fala que a Igreja deve investir tempo, energias e recursos financeiros na evangelização dos jovens. E Cristus vivit que foi exortação apostólica pós sinodal, onde Papa Francisco coloca meios para uma nova pastoral com os jovens, colocando a Boa Nova de que Deus os ama, derramou seu sangue por eles e que Jesus vive ressuscitado e está sempre presente ao lado dos jovens”, e continuou.

“Sabe-se que apostar nos jovens, cuidar dele é cuidar do presente e do futuro, da Igreja e da sociedade, valorizando a arte, a cultura, o esporte, o cuidado com a casa comum, a solidariedade e as ações concretas porque os jovens de hoje são sensíveis com o sofrimento dos outros e da natureza, e devemos assim estimula-los a missionariedade”, disse o presidente episcopal para a Juventude, que sente alegria em sempre servir a causa juvenil.

Os jovens Wanessa e Patrik destacaram a presença e importância dos jovens na Igreja e suas expectativas para o futuro. Apresentaram preocupação com as causas sociais, sobretudo com a Casa Comum; desejo e necessidade de formar novas lideranças jovens; desafios de proximidade com as lideranças e assessores eclesiásticos nas dioceses; dificuldades dos jovens em participarem nas instâncias decisórias da Igreja; aumento dos jovens “desigrejados”.

Os debates também envolveram bispos com experiências em juventudes, como Dom Eduardo, bispo de Jaboticabal (SP), dom Gilson, bispo de Nova Iguaçu (RJ) e Dom Darley José Kummer, bispo auxiliar de Porto Alegre (RS). Eles compartilharam histórias e percepções sobre processos de evangelização e pontos de destaque nas discussões sobre as juventudes, pautadas pelo caminho recente percorrido pela Igreja tanto universalmente quanto no contexto brasileiro.

O contexto colocado pelos bispos passa pela necessidade em buscar novos caminhos para chegar aos centros urbanos e aos lugares mais distantes. Uma forma que já é usada pelos Jovens conectados e que deve ser ampliada, através das novas tecnologias, das redes sociais junto as emissoras de tv e rádio, de uma forma rápida, criativa e que consiga conectar toda a juventude com os valores evangélicos, tocando seus corações.

Para Dom Antônio de Assis Ribeiro, em seu pronunciamento, deve-se investir tempo, energia e recursos na Pastoral Juvenil para que se possa dedicar ao acompanhamento dos jovens, oferecendo tempo para escuta-los e conhecer as suas realidades, para que se possa programar e discernir a melhor forma de evangeliza-los.

 

Abaixo, leia, na íntegra, o pronunciamento de Dom Antônio de Assis Ribeiro, SDB, referente para a Juventude no Pará e Amapá.

“ INVESTIR TEMPO, ENERGIA E RECURSOS NA PASTORAL JUVENIL

O parágrafo 119, do documento final do Sínodo dos bispos sobre os jovens, nos diz que a prioridade da pastoral juvenil é uma escolha que exige investimento de “tempo, energias e recursos”. Essa ideia aparece também na Exortação Apostólica Christus Vivit afirmando: “qualquer plano de pastoral juvenil deve conter claramente meios e recursos variados para ajudarem os jovens a crescer na fraternidade, viver como irmãos, auxiliar-se mutuamente, criar comunidade, servir os outros, aproximar-se dos pobres” (CV,215). Uma vez que a Igreja já fez a opção preferencial pelos jovens, então devemos levar a sério as suas consequências.

Uma pastoral juvenil consistente, requer a dedicação de TEMPO QUALIFICADO aos jovens; não há pastoral sem tempo dedicado; uma pastoral juvenil séria demanda tempo para a elaboração de planos pastorais, projetos socioeducativos e agendas específicas (diocesana e paroquiais); tempo para com a formação de lideranças juvenis, leigos, padres e seminaristas; é preciso dedicar tempo para a promoção de processo educativos, articular e programar celebrações especiais, encontros periódicos, retiros, experiências missionárias e participar de eventos diocesanos, regionais e nacionais.

Não existe educação e evangelização onde não há investimento de tempo; somos educadores-pastores dos jovens porque eles fazem parte do rebanho que nos foi confiado e somente quem gasta tempo com o outro, pode cuidar e comprovar que ama. Recordemos Saints Exupéry: “Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante.”

Em síntese: é preciso dedicar tempo para a Pastoral Juvenil; tempo para escutar, pensar, projetar, programar, avaliar, estudar, discernir situações; tempo para conviver e acompanhar.

A segunda consequência da prioridade pastoral para com jovens é o investimento de ENERGIAS: isso significa disponibilizar recursos humanos (assessores, sacerdotes, líderes, seminaristas); gastar energias significa ser presença animadora que escuta, acompanha, orienta, convive, participa da vida deles. Energia na vida pastoral significa afeto dedicado, exercício de inteligência à serviço da pastoral juvenil; energia significa esforço de redimensionamento, reconfiguração pastoral e conversão missionária. Todavia, a mais forte energia que podemos dispensar aos jovens é o nosso calor afetivo amistoso e paterno.

Temos muitas energias que poderiam estar com mais generosidade a serviço da educação e evangelização dos jovens, como por exemplo, as energias carismáticas presentes em nossas Igrejas que fortalecem a Pastoral juvenil e promove a mentalidade sinodal. Na gestão pastoral é preciso equilíbrio no emprego de energias. Pois, todas as categorias do povo de Deus devem ser beneficiárias da mesma atenção pastoral.

Em síntese: temos energias disponíveis nossas o evangelho, as devoções, os carismas, a paixão pela missão, nossa vocação… Mas a maior e mais potente das nossas energias é aquela afetiva – que vai ao encontro, acolhe, gera amizade.

O terceiro investimento a ser feito na pastoral juvenil, diz respeito a RECURSOS. Isso significa a disponibilidade de meios necessários para que as iniciativas desejadas aconteçam. Há uma variedade de recursos que, sem os quais, a pastoral juvenil fica atrofiada. O fortalecimento da pastoral juvenil, que contribui para a revitalização da Igreja, necessita de recursos humanos, recursos técnicos (espaços), pedagógicos e financeiros.

A maioria dos jovens não trabalha, por isso eles precisam ser apoiados financeiramente nas ações pastorais e, ao mesmo tempo, sejam educados para que o protagonismo juvenil, se manifeste também através do dinamismo de uma pastoral juvenil aberta e autossustentável.

Em síntese: é preciso investir em formação (de assessores leigos, seminaristas, sacerdotes especialistas), em recursos pedagógicos, técnicos, infraestruturas como o Oratório e centro juvenil… investimento em experiências como no voluntariado, na missionariedade, na luta socioambiental etc.”

 

#eurezopelaassembleiadosbispos

Clique nos títulos abaixo para ler na íntegra a matéria:

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